Padre Márcio

Eleitos e amados pelo Pai

5ª Semana da Páscoa
Liturgia: At 1,15-17.20-26; Sl 112; Jo 15,9-17;

Hoje é dia de São Matias.

Com a ausência de Judas, houve uma eleição para que alguém ocupasse o seu lugar. Pedro dirigiu as palavras a um grupo de mais ou menos cento e vinte pessoas, o apóstolo falou das Escrituras e citou: “Fique deserta a sua morada e não haja quem nela habite”. Depois, completou: “Que outro receba o seu encargo”. Foram apresentados alguns homens, pessoas que caminharam com o Senhor desde o Seu batismo, e o escolhido deveria testemunhar a Ressurreição.

Os apóstolos fizeram sua prece a Deus, pediram que Ele mostrasse, e a sorte caiu sobre Matias. Tirar a sorte era um costume arcaico de escolha. O novo apóstolo deveria observar os mandamentos do Senhor e testemunhar a Ressurreição do Senhor. Esse eleito e os outros onze morreram, mas outros os substituíram.

Pedro poderia ter tomado à frente e escolhido? Sim; mas ele não quis mostrar favoritismo a ninguém. O interessante é que eles oraram e, ainda, para mostrar que realmente não queriam dar privilégio a alguém tiraram a sorte, ou seja, realmente foi Deus quem escolheu.

Os apóstolos são os nossos bispos que, com o poder concedido pelo Cristo, têm o múnus (serviço) de apascentar o rebanho, o povo de Deus. São auxiliados pelos presbíteros (padres) e diáconos. Os apóstolos devem guardar, preservar, viver e ensinar a fé que receberam do Senhor.

De maneira especial, neste dia de São Matias, o Evangelho apresenta as palavras que devem ressoar sempre no coração dos apóstolos: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). O apóstolo deve sempre se lembrar: “Jesus foi amado pelo Pai e ele (Jesus) me ama”. Sempre, sempre e sempre se lembrar: “Sou amado por Jesus e pelo Pai”.

A lembrança dos apóstolos a respeito do amor de Jesus, com certeza, foi fundamental para que eles não esmorecessem. Quem aguenta fazer algo por obrigação? Ora ou outra vai desistir, não vai? Quem aguenta fazer algo sem sentido? Ninguém aguenta. Por que os apóstolos e o eleito de hoje, Matias, suportaram as provações? Por causa do amor de Deus.

O amor de Deus era o combustível que movia aqueles homens frágeis, pecadores, limitados… Sim, o amor de Deus os movia a sofrer sem desanimar; o amor de Deus era a força até nas horas de fraqueza física. Ah! Por causa do Amor/Jesus não havia tempo ruim para os apóstolos. E até, já escutamos nesses dias, se alegravam pelos sofrimentos porque eram oportunidades de imitar Jesus Cristo.

Diante das provas, penso eu, que eles desejavam passar pelos mesmos tormentos de Jesus. Santo Inácio de Antioquia é um desses exemplos, desejava o martírio, e dizia que se os irmãos realmente queriam o seu bem que não o impedisse de ser devorado pelas feras. O que movia os apóstolos? O fogo do amor de Deus.

O que nos move? Podemos nos sentir eleitos e amados por Deus, como amados de Deus o que deve nos mover frente às dificuldades? Que o Amor/Jesus nos mova, encoraje-nos e nos faça suportar tudo por causa do amor.

:: Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará

Enfim, nós não somos apóstolos no sentido literal, mas somos eleitos e escolhidos pelo Senhor. Somos, como os apóstolos, amados por Jesus e pelo Pai. Então, vamos nos deixar mover pelo amor de Deus.

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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