Fé perecível ou imperecível?

Partilha da Palavra: At 6,8-15; Sl 118; Jo 6,22-29

Na leitura dos Atos dos Apóstolos, temos o testemunho de Estevão, que era diácono, grande pregador e seguiu os passos de Jesus, pois realizou grandes sinais como o Senhor.

Diante do que alguns cirenenses, alexandrinos e outros escutaram, começaram a discutir com Estevão, mas não conseguiam resistir a sua sabedoria. Então, apelaram para a mentira, contrataram falsas testemunhas afim de desmoralizar este servo do Senhor.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Estevão foi preso e levado diante do Sinédrio. Ali, algumas testemunhas mentiam dizendo que ele ensinava que Jesus iria mudar os costumes de Moisés e destruir o templo. Quando olharam para Estevão, viram-no com o rosto como de um anjo.

Quando olharam para Estevão, viram-no com o rosto como de um anjo.

A Paz

A serenidade e a confiança são marcas daqueles que têm em Jesus seu Deus e Senhor. As pessoas que confiam em Deus não temem a morte, não precisam usar de muitos argumentos para defesa. Por isso, no caso de Estevão, seu semblante era de um anjo, ou seja, tranquilidade e paz, porque a Paz estava com ele.

O primeiro mártir, Estevão, fez grandes progressos na vida espiritual, pois sua maturidade se provou com a reação serena que teve diante das autoridades que poderiam condená-lo. O refrão do Salmo retratou muito bem onde rezamos: “Feliz é quem, na Lei do Senhor Deus, vai progredindo”. Assim todos nós somos chamados à maturidade cristã por meio da serenidade e confiança como Estevão.

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O Evangelho

No Evangelho, o Senhor, após a multiplicação dos pães, viu que muita gente o procurava, mas, infelizmente, ainda estavam presos aos sinais do pão. Ainda buscavam o Senhor pelos seus prodígios, pela fome que foi saciada.

Por isso, Jesus exortou a buscar o pão que não passa, e o verdadeiro pão é Ele mesmo. Aqui, o Senhor, mais uma vez, chamava a multidão e os discípulos à maturidade. Claro que o Cristo realizou e realiza sinais por meio de curas e milagres, e pode até conceder graças extraordinárias, mas o verdadeiro discípulo d’Ele não O busca pelas coisas perecíveis e, sim, pelo que permanece.

Algumas instituições pedem alimentos não-perecíveis para seus assistidos, ou seja, alimentos que não se estragam com facilidade. Jesus pede a nós uma fé e um seguimento não-perecível que não se estraga, que não perece facilmente, mas que é resistente, durável, que é madura.

Por fim, que, neste tempo pascal, nós aprendamos com Jesus que O devemos buscar pelo que Ele é, o Senhor, o Salvador, o Mestre que não só nos oferece coisas, mas nos dá o que mais precisamos: a vida eterna. Busquemos uma fé não-perecível, ou seja, madura, capaz de enfrentar as tribulações e até as calúnias com serenidade e confiança n’Aquele dá o Tudo e é o Tudo.

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias