Maria, Mãe e mulher orante
At 1,12-14; Sl 86; Jo 19,25-34
Hoje, comemoramos Maria Mãe da Igreja, e, nesta celebração, a liturgia revela Maria como mulher orante, como Mãe presente junto aos apóstolos. Diz a leitura dos Atos que Maria perseverança na oração junto com os outros apóstolos. Mas como é difícil perseverar na oração, não é verdade?
Na comemoração de hoje, podemos ter Maria como modelo de oração, então, esforcemo-nos para estar também em oração. Muitas vezes, nós nos equivocamos em querer realizar orações, então, rezamos com a Palavra, o terço, “fazemos” adoração… Porém, não basta “fazer” – este pode até ser um primeiro passo –, é preciso estar em oração. Há uma diferença, percebe?
Não basta fazer orações, pois qualquer um pode fazê-las, mas estar em oração é diferente. Claro, é preciso parar para rezar, mas também estar sempre em sintonia com Deus.
Maria, Mãe da Igreja, é o modelo da fiel orante, e, ao olharmos para ela, peçamos a Deus que nos faça orantes e não apenas cumpridores de orações até bonitas, mas apenas palavras “jogadas ao vento”. Nossas palavras não devem ser jogadas ao vento, mas devem chegar ao coração do Pai.
Ela é a Mãe da Igreja, porque é modelo de oração; ela é Mãe da Igreja, porque Jesus assim o quis. No Evangelho de hoje, Jesus está no alto da cruz, está crucificado. Ali, Ele olha para João, o discípulo amado, e diz: “Eis aí tua mãe!”. Ora, o discípulo amado, além de ser João, somos nós. Você aceita ser o discípulo amado do Senhor? Quer ser?
Maria não tinha outros filhos, pois, senão, Jesus não precisaria se preocupar em entregá-la a João, e o discípulo não precisaria tê-la assumido. Aqui, a Igreja entende que cada fiel deve tomar Maria como Mãe. Podemos contar com sua maternal intercessão, com sua presença materna.
Vamos falar a verdade: é bom ou não contar com pessoas aqui na Terra? É bom ou não contar com a nossa mãe aqui na Terra? (Claro que há algumas mães que parecem não ter vocação para tal). Jesus, em Sua sabedoria e junto com o Pai, quis nos entregar Maria. Que ela seja presença de incentivo, de segurança, que Maria seja presença de Mãe em nossa vida.
Por fim, depois de um dia cansado, de muitas atividades – não sei se você já fez está experiência –, como é bom chegar em casa e ter um prato de comida, um lanche, como é bom ver que tem alguém que se preocupa conosco! Não sei se sua mãe já fez isso, mas, quando chegamos tarde e a mãe nem precisava se levantar, ela se levanta e diz: “Deixei comida para você no fogão” ou “Deus o abençoe, filho!”. Enfim, a mãe não “fez nada demais”, apenas foi mãe. Maria é assim, ela apenas quer ser Mãe.
Que contemos com Maria como Mãe, modelo de oração, de Mãe que cuida com discrição.
Padre Marcio Prado
Vice-Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias