Padre Márcio

Na comunhão e cheios do Espírito Santo

Precisamos, ao menos, ser cheios do Espírito Santo

Partilha da Palavra: At 7,51-59; Sl 30; Jo 6,30-35

Na liturgia de hoje, temos a continuação do discurso de Jesus sobre a busca pelo alimento que não perece, e que os judeus deveriam crer que ele foi enviado pelo Pai. “Mas que sinal realizas para que possamos crer?”, diziam eles. Então, Jesus citou o maná que alimentou os antepassados no deserto e, agora, Ele era o verdadeiro pão da vida.

De fato, Jesus é o pão da vida, o pão que alimentou os discípulos, os apóstolos, o povo de Deus, os santos, a Igreja até hoje. Descobrimos a comunhão espiritual… Quem diria! Vamos nos lembrar sempre onde o sacerdote está, onde está toda a Igreja. Ali, naquela celebração onde um fiel comunga, toda Igreja comunga.

“Eu queria receber Jesus!”

“Eu queria receber Jesus!” Sim, mas quantos doentes também gostariam, quantos casais em situações diversas também gostariam. Hoje, sentimos um pouco do que esses nossos irmãos já sentem há muito tempo. Que bela oportunidade de sofrermos com eles e fazermos nossa comunhão espiritual! Não é?

cheio do espírito Santo

Crédito: saiyood / by Getty Images

Embora tenhamos que viver assim, vamos nos unir mais ao Senhor, pois Ele continua a ser nosso alimento. Ele foi o alimento de Estevão, por isso esse diácono foi capaz de resistir e testemunhar Jesus Cristo.

Na leitura dos Atos dos Apóstolos, Estevão estava diante do Sinédrio, e, ali, foi dada a ele a palavra, e este diácono aproveitou para anunciar Cristo. Percorreu, em seu discurso, as escrituras e os exortou, pois estavam fechados. “Homens de cabeça dura”, foram as palavras usadas por ele.

Estevão, aberto ao Espírito Santo, denunciou o fechamento que aqueles judeus tinham para com o Espírito do Senhor. E já que estavam fechados, perseguiram e mataram os profetas, continuou a dizer o diácono. Com isso, as autoridades religiosas ficaram endurecidas, mas Estevão não parou; ele anunciou que visualizava a glória de Deus e que Jesus estava de pé ao lado do trono de Deus.

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Os religiosos do Sinédrio não suportaram e taparam os ouvidos, partiram para violência e apedrejaram Estevão. Saulo, ainda não convertido, estava ali e foi testemunha daquele martírio. Por fim, Estevão ainda imitou Jesus ao entregar seu espírito e ao pedir que seus assassinos não fossem condenados.

Nossa vida cristã deve ser igual ou parecida com a de Estevão. Primeiro, ele era um homem de boa reputação, cheio do Espírito Santo, grande pregador da Palavra; não teve medo da morte, não se intimidou frente às perseguições e imitou Jesus em seus últimos momentos de vida.

Talvez, nós não tenhamos todas as qualidades de Estevão, mas precisamos, ao menos, ser cheios do Espírito Santo, porque, assim, vamos conseguir ter coragem, ter as palavras certas. Não temeremos a morte, e ainda vamos interceder por aqueles que nos farão mal. Hoje, Deus quer contar com mais “Estevãos”. Vamos aceitar?

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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