Namoro cristão é possível? | Testemunho e reflexão

Conheça o testemunho de um casal apaixonado, centrado em Deus

Rosana Santos e Fábio Maia são missionários da Comunidade Canção Nova e estão juntos, à um ano e dez meses. Trilham um caminho de um namoro santo e sonham casar no Santuário do Pai das Misericórdias, onde ela atualmente exerce funções. Para eles, é um lugar especial: “Quantas experiências vividas com o Pai, com a Comunidade! Nós gostamos de rezar no Santuário e participamos diariamente na Santa Missa no Santuário.”

Como tudo começou?

“Tudo começou com um sim que nós demos para Deus quando viemos para a Canção Nova. Nós entramos no ano de 2011 e lá nos conhecemos como irmãos. Ali, foi sendo gerado uma amizade pura, vivendo realmente como irmãos, focados no nosso chamado que é a Canção Nova. E ali foi suscitando um sentimento, primeiro, no coração do Fábio e depois no meu coração com o passar do tempo. Eu precisei viver um processo de cura interior, na história, para me abrir aquilo que Deus colocava na minha vida que era o compromisso com o Fábio.

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Rosana e Fábio, missionários da Comunidade Canção Nova (Foto: Arquivo pessoal)

Com o passar do tempo, nós fomos percebendo que é vontade de Deus estarmos juntos. O quanto que nós complementamos um ao outro. O Fábio me ajuda naquilo que falta em mim. Ele tem características que eu preciso e ele me complementa nesse sentido, me ajuda bastante e vice-versa.

Como é um namoro cristão?

Nós priorizamos a vida de oração, participar juntos da Santa Missa diariamente, e nós também determinamos um dia por semana para rezarmos um pelo outro: pela cura, pela afetividade, pela sexualidade. É um tempo para rezarmos como casal, para nos aprofundar na nossa intimidade com Deus, além do terço que nós rezamos e outras orações. E, também, nós temos a característica do diálogo: conversamos bastante e isso é muito bom porque nos ajuda a nos conhecermos mais a tocarmos mais profundamente no coração do outro.

Existe desentendimento no namoro cristão?

Sim. Muitas vezes. Porque nós fomos percebendo que o chamado ao matrimônio é uma vocação que santifica. Nas pequenas coisas, no dia a dia: é você abrir mão de uma vontade sua, da sua razão para você amar o outro. É um abrir mão da própria vontade. E também, é um caminho de renúncias que leva à santidade. De você dizer não por algo muito maior que é o amor. Nós já discutimos, sim, com as nossas diferenças. Nós somos, de fato, um casal diferente. Temos muitas coisas semelhantes mas também diferente. E a gente foi se ajustando, principalmente no início do namoro. Eu queria fazer a minha vontade, ele queria que fosse do jeito dele, nós nos desentendíamos, mas sempre se reconciliávamos por causa de um bem maior, que é a alegria dos dois. Ora eu cedia, ora ele cedia: fomos identificando aquilo que é precioso para o outro. Porque eu amo, eu faço um esforço para fazer da mesma forma e ele comigo.

E o futuro? Pensam no futuro?

Sim, nós sonhamos bastante. Desde o início do namoro, nós sonhamos em caminhar juntos, em continuar juntos. E agora, já com um ano e dez meses, temos falado muito sobre o noivado, já temos conversado e feito as contas. É necessário colocar tudo no papel para tomar uma decisão consciente. Porque de fato, é isso, o namoro é um tempo de decisão. O noivado já é um tempo de preparação para o casamento. E nós agora vivemos essa fase de uma decisão mais firme, mais racional. Tirando um pouco os sentimentos e fazendo os cálculos, usando a razão, analisando todas as situações, questionando o que é necessário, sem ter medo da verdade, se é isso mesmo, se nós temos disposição de estar com o outro para sempre. Perceber: ‘Nossa, ele tem essa limitação que eu sei que não vai mudar. Mas eu tenho disposição?’, ‘O meu amor é suficiente para superar essa limitação dele?’ Então, é um tempo de um discernimento mais aprofundando. Mas nós temos sonhando bastante e estamos aí caminhando para o nosso sim.

Nós falamos de coisas práticas do dia a dia, nós brincamos acerca de quem vai lavar a louça, quem vai cozinhar, quem vai limpar a casa, qual o tipo de educação dos filhos; e a nós sonhamos bastante com isso. Nós fazemos um planejamento sobre como será a nossa família na realidade de vida consagrada. Então, temos discutido muito sobre isso, tem sido muito bacana.

É possível um namoro casto?

Sim, com certeza, com a graça de Deus. É necessária a vida de oração, é necessário também o conhecimento de si mesmo: eu conhecer  o meu corpo, eu saber quais são as minhas fraquezas, a sensibilidade que nós temos, física. Com o auxílio da oração pois aqui, na Canção Nova temos formadores, sacerdotes, irmãos que com a sua experiência nos ajudam. E, principalmente o diálogo. Para viver a castidade é preciso o diálogo. por exemplo, depois de um beijo mais fervoroso, parar. Às vezes, interromper um beijo e rezar uma Avé-maria. Sempre buscar a oração e o diálogo: são os pontos mais importantes para viver a castidade.

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