Ainda é tempo de começar!
A caridade é uma realidade presente na vida da Igreja desde os seus primórdios. E ela se manifesta de forma mais evidente no tempo quaresmal. A Quaresma é o tempo oportuno em que a Igreja convoca os cristãos a se tornarem outro “Cristo”, aquele que é o rosto da misericórdia do Pai.
As obras de misericórdia é o caminho que revela a imagem de Deus no homem criado à Sua imagem e semelhança, além disso, o impulsiona a ir ao encontro do outro. O Papa Francisco, o apostolo da misericórdia dos tempos atuais, nos recorda que: “Misericórdia é o ato ultimo e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. É a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com os olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida” (Misericodie Vultus, 2015, pg1).
“As obras de misericórdia são ações caritativas”
Neste tempo favorável de conversão e mudança de vida, é preciso ter no coração as palavras do apostolo Tiago que diz: “Uma fé sem obras é uma fé morta”. O catecismo da Igreja católica orienta que “a finalidade de todas as nossas obras é o amor” (CIC, 2000, art. 1829). Por isso, o magistério da Igreja afirma que, as obras de misericórdia são ações caritativas (amor) pelas quais socorremos o próximo em sua necessidade (CIC,2000).
Consistem as obras de misericórdia corporal aquelas narradas no evangelho de São Mateus quando diz: “Eu estava com fome, e me deste de comer; estava com sede, e me deste de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; esta nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me. […] Todas as vezes que fizestes isso a um desses mais pequenos, que são os meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 35-40).
O remédio para todas as circunstâncias é a misericórdia, e não o sacrifico
O homem criado à imagem de Deus tem na sua identidade a integralidade do ser (alma e corpo) e, por esse motivo existencial, é necessário socorrer não somente as necessidades corporais, mas também as espirituais. Por obras de misericórdia espirituais são conhecidas aquelas elencadas por Jesus no sermão das Bem-aventuranças que diz: bem-aventurados os que perdoam; bem-aventurados os que suportar com paciência; bem-aventurados os que instruem e aconselham; os que consolam e confortam; enfim, bem-aventurado são aqueles que rogam a Deus pelos vivos e mortos. Todas as bem-aventuranças são práticas de justiça que nos abrem para a dimensão transcendental do ser e da dimensão humana do viver.
Neste tempo forte da Quaresma, devemos viver intensamente redescobrindo a face misericordiosa de Cristo, da Igreja e dos irmãos. Contudo, o remédio para todas as circunstâncias é a misericórdia, e não o sacrifico, conforme diz Jesus. É próprio de Deus usar de misericórdia. Como andam as suas obras de misericórdia? Ainda é tempo de começar!
Que esta Quaresma dê a você frutos de fidelidade a Deus e amor aos irmãos!