No 32º Domingo do Tempo Comum a reflexão do vice reitor do Santuário vai falar sobre a generosidade e o amar com atitudes
1Rs 17,10-16; Sl 145; Hb 9,24-28; Mc 12,38-44
Deus sempre se manifestou na vida do povo com o intuito de salvá-lo. O povo de Deus pôde fazer a experiência de ser cuidado por Ele, afinal Ele sempre mostrou seu carinho, sua compaixão através da criação e dentro da criação esta a criatura mais bela o ser humano. O Criador após ter modelado o ser humano o fez segundo sua imagem e semelhança, o próprio Adão se alegrou ao ver Eva “essa sim! É osso dos meus ossos…”
Na primeira leitura (1Rs 17,10-16) Deus manifestou o seu poder através do grande profeta Elias, era um tempo de escassez, fome, a terra mal produzia frutos, animais que morriam e consequentemente a viúva de Sarepta e seu filho esperavam a morte. Nesse contexto o homem de Deus, Elias, apareceu naquela localidade e quis contar com a generosidade daquela mulher ao pedir água e depois um pão. A mulher logo se defendeu ao dizer que tinha apenas um punhado de farinha e azeite que iria preparar para sua casa e esperar a morte. De qualquer forma Elias pediu um passo de fé daquela mulher e ela foi agraciada por Deus, pois não lhe faltou o necessário.
Também no Evangelho (Mc 12,38-44) apareceu uma viúva temente a Deus, naquela ocasião Jesus estava no templo e falava daqueles que se exibiam com vestes vistosas, que gostavam dos primeiros lugares, exploravam as viúvas e faziam longas orações. E durante tal ensinamento Jesus observava as pessoas que faziam sua ofertas, os ricos faziam grandes ofertas e uma pobre viúva que deu duas moedas. Desse acontecimento Jesus ensinou que aqueles ricos davam daquilo que era sobra, enquanto uma viúva deu aparentemente pouco, duas moedas, mas deu tudo o que tinha.
Tanto no primeira quanto na segunda situação podemos aprender que se deve confiar em Deus e lhe entregar tudo o que tem. As viúvas nos dão algumas lições, apesar da precariedade da viuvez, a pobreza, o ser mulher, o fato de não ter muito espaço na sociedade elas deram um passo de generosidade. A viúva de Sarepta tinha motivos para negar ajuda a Elias, mas ela respondeu com generosidade, ela se abandonou na providência e não lhe faltou o necessário.
Hoje, mais do que nunca, cada cristão, precisa se abandonar em Deus, em sua providência. A situação de muitos hoje é de dificuldade na área espiritual, material, social, psíquica… uma escassez de vida, de uma vida boa, de uma vida feliz. Era essa a situação daquela viúva e o que ela fez? Ela confiou, se abandonou no cuidado de Deus, e o interessante é que não foi apenas uma proclamação de boca, aliás isso nem aparece, mas ela concretamente agiu, de que forma? Quando ela se dispôs a fazer o pãozinho, concretamente ela deu o passo. Quantas vezes nós falamos de boca “nós entregamos, nós confiamos”, porém nossas atitudes estão longe de se abandonar em Deus? Aliás ao invés de nos abandonarmos em Deus abandonamos Deus.
Por fim o passo que somos chamados a dar é de realmente confiar em Deus, saber que Ele cuida e cuidará. A viúva de Sarepta confiou, a viúva do Evangelho confiou e deu tudo o que tinha na oferta. Esse é o chamado de Jesus para nós confiar que há um Senhor por nós e sejamos generosos na nossa entrega a Deus. Nós confiamos n’Ele, entregamos a Ele tudo o que temos, e isso significa ter Deus como único e nenhuma outra coisa está acima d’Ele. Confiar, entregar e ser generoso na oração e em gestos concretos. Nós cremos e damos o passo, nós cremos, rezamos e “colocamos a mão na massa”, nós cremos e vamos em busca, nós cremos e damos o passo de perdoar, nós cremos e damos o passo de buscar a reconciliação. Professar com a boca e ser generoso na prática com amor e por amor.
Pe. Márcio prado
Vice reitor Santuário do Pai das Misericórdias