O Apelo à adoração na mensagem de Fátima

Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados

No mês anterior, demos início a uma sessão catequética sobre a Mensagem de Fátima, de acordo com o livro da Ir. Lúcia intitulado “Apelos da Mensagem de Fátima”, reconhecido pelas autoridades eclesiásticas como o “Catecismo de Fátima”. O primeiro tema abordado foi o apelo à fé. Dando sequência a essa sessão, segundo tais escritos, trataremos, neste artigo, do segundo apelo que se refere à adoração.

Adoramos a Cristo

A Irmã Lúcia salienta que o “apelo à adoração” refere-se a uma chamada de atenção para a vivência do primeiro mandamento da Lei Mosaica: “Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto.” (Ex 20, 3-5). Assim, o monoteísmo é descrito como um convite ao amor exclusivo a Deus e, ao mesmo tempo, como uma proteção contra toda a idolatria presente no tempo de Moisés e, também, no tempo atual com novas roupagens. Diante dessa passagem bíblica, também vale ressaltar o que a Igreja Católica afirma a respeito das imagens Sacras, por vezes confundidas com falsos deuses.

“As imagens sagradas, presentes nas nossas Igrejas e nas nossas casas, destinam-se a despertar e alimentar a nossa fé no mistério de Cristo. Através do ícone de Cristo e das suas obras de salvação, é a Ele que adoramos. Através das imagens sagradas da Santa Mãe de Deus, dos anjos e dos santos, veneramos as pessoas que nelas vemos representadas” (CIC 1192).

“Os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em Espírito e Verdade”

Todavia, Jesus ensina a forma como quer ser adorado ao dialogar com a samaritana: “Os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em Espírito e Verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja” (Jo 4,23). Assim sendo, pode-se observar a profunda consonância do Evangelho com a Mensagem de Fátima a partir da primeira aparição do Anjo (1916):

“Ao chegar junto de nós, disse: ‘– Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo’. E ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão. Levados por um movimento sobrenatural, imitamo-lo e repetimos as palavras que lhe ouvimos pronunciar: ‘– Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam”’ (IRMÃ LÚCIA, 2015, p.169).

A adoração é um componente essencial da Mensagem de Fátima

Pode-se observar que a adoração é um componente essencial da Mensagem de Fátima, ratificado na terceira aparição do Anjo (1916), em que, ao deixar suspensos no ar o cálice com o Sangue de Jesus e a Hóstia consagrada, curva-se novamente em adoração, ensinando-lhes esta outra sublime oração:

“Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores” (IRMÃ LÚCIA, 2015, p.170-171).

“O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja”

A adoração ao Santíssimo Sacramento tem sido estimulada, pelo Magistério Eclesial, como ato de profunda gratidão a Deus, por Sua presença que subsiste nas espécies do Pão e do Vinho. O Papa São João Paulo II, em sua carta encíclica Ecclesia de Eucharistia, mais precisamente no parágrafo 25, ressalta a importância da adoração a Jesus Eucarístico com estas palavras:

“O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja. […] É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto (cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração” […]. Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz essa experiência, recebendo dela força, consolação, apoio!”

Em suma, pode-se observar que, as palavras do Papa apelam para a vivência do que o Senhor Jesus ensinou:

“Adorarás o Senhor teu Deus, e somente a Ele prestarás culto” (Lc 4,8). E como salientou a Ir. Lúcia “é um dever e um preceito que o Senhor nos impôs por amor, para nos dar ocasião de sermos por Ele beneficiados” (IRMÃ LÚCIA, 2007, p. 72).

Essa sessão temática, também, será abordada na Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados, no Santuário do Pai das Misericórdias, com início às 10h, no dia 02 de março.

Que pela intercessão do Anjo de Portugal e da Santíssima Virgem, possamos ser elucidados sobre a importância da adoração a Deus em Espírito e Verdade.

Áurea Maria
Comunidade Canção Nova

REFERÊNCIAS
IRMÃ LÚCIA. Apelos da Mensagem de Fátima. 4. ed. Fátima – Portugal: Secretariado dos Pastorinhos, 2007.

IRMÃ LÚCIA. Memórias da Irmã Lúcia. 17. ed. Fátima – Portugal: Fundação Francisco e Jacinta Marto, 2015.

JOÃO PAULO II. Carta encíclica Ecclesia de Eucharistia. São Paulo: Paulus, 2005.

CONVITE:

O Santuário do Pai das Misericórdias oferece para o peregrino a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados. E neste sábado (02/03), teremos às 10h00. Esperamos por você!

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