O Pai envia o seu Filho para salvar

Neste domingo, dia 11 de junho de 2017, o Padre Wagner Ferreira realizou a pregação sobre Jesus, o Salvador enviado pelo Pai, na Festa do Pai das Misericórdias.

Irmãos e irmãs, bom dia!

Sejam todos bem vindos e bem vindas ao Santuário do Pai das Misericórdias neste dia de festa. É festa do Pai das Misericórdias e que bom que vocês vieram. Que bom que nós estamos juntos para celebrar esta linda festa do Pai das Misericórdias.
Minha saudação a todos vocês que se encontram aqui no Santuário do Pai das Misericórdias, na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista, São Paulo. E minha saudação a todos que nos acompanham pelo Sistema Canção Nova de Comunicação. Juntos faremos, pela graça de Deus, a experiência da misericórdia do Senhor.
Minha saudação também ao ministério de música, Salette e todos os outros irmãos e irmãs que embelezam com a arte musical o nosso encontro, a nossa festa do Pai das Misericórdias
Para nós celebrarmos bem esta festa estamos vivendo, portanto, este dia de encontro. O tema que me pediram para refletir com vocês é este: “O Pai envia o seu Filho para salvar”.

Um Pai rico em misericórdia

Para salvar o Pai envia o seu Filho, por isso, nós confessamos que o Pai é Pai das Misericórdias. Enviou-nos o seu Filho para salvar, porque Ele é um Pai rico em misericórdia.
Este tema, ele foi extraído do capítulo terceiro do Evangelho de São João e eu gostaria que vocês pegassem comigo, aqueles que trouxeram a Bíblia, que tem a Bíblia consigo, podem pegar a Bíblia no Evangelho de São João, no capítulo três, versículo 16. Interessante percebermos que providencialmente o tema desta nossa reflexão é extraído deste capítulo terceiro do Evangelho de São João, que é exatamente o trecho do Evangelho do dia de hoje. Vocês sabem que hoje a Igreja no mundo inteiro celebra a Festa da Santíssima Trindade.
Nós estamos no Ano Litúrgico A e no Ano Litúrgico A, o Evangelho da Festa da Santíssima Trindade, da Trindade Santa, é exatamente este do Evangelho de São João capítulo três à partir do versículo dezesseis.
Jesus diz a Nicodemos, um príncipe dos judeus: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”.
Irmãos e irmãs, nesta festa do Pai das Misericórdias, dentro desta linda Solenidade da Santíssima Trindade, o convite que nós recebemos de Deus, o Pai das Misericórdias, é que nós confessemos a fé, que nós professemos a fé em Jesus, o salvador da humanidade. A misericórdia do Pai, chega ao coração humano; a misericórdia do Pai transforma o coração humano por essa via, por este caminho que é a fé em Jesus, o salvador da humanidade.

A misericórdia do Pai se concretizam no coração daqueles que creem em Jesus como o salvador

A misericórdia do Pai, ela é extensiva a toda humanidade, a todo homem e a toda mulher. A misericórdia do Pai é extensiva a todos, porém os seus efeitos, os efeitos da misericórdia do Pai se concretizam no coração daqueles que creem em Jesus como o salvador da humanidade. Não é possível experimentar toda graça da misericórdia do Pai, experimentar toda ação transformadora, toda ação libertadora de todo o mal através da misericórdia de Deus a não ser por meio da profissão de fé me Jesus, o Filho de Deus Salvador.
O  próprio nome de Jesus significa Deus salva. Yeshua, palavra em hebraico que significa Deus salva. Ele foi enviado pelo Pai das Misericórdias com uma missão concreta, com uma missão muito real, mas com uma missão de comunicar a misericórdia do Pai, salvando-nos, salvando a humanidade. E esta missão Jesus a cumpriu em sua páscoa de morte e ressurreição. Ele a cumpriu, Ele a realizou. Por meio de sua morte de cruz e gloriosa ressurreição. Jesus comunicou para sempre a misericórdia do Pai a humanidade.
Mas se vocês meus irmãos, mas se você minha irmã, quer fazer a experiência concreta da misericórdia do Pai, se você quer experimentar todos os efeitos libertadores da Misericórdia do Pai, é necessário, é preciso que você professe a sua fé em Jesus, o salvador da humanidade. Por isso, diga comigo: eu professo a minha fé em Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé. Eu preciso crer ainda mais em Jesus Cristo o único Senhor, o único Salvador da humanidade, porque como diz a Palavra de Deus: é por meio do Filho único, é pela fé em Jesus que nós temos a vida eterna, porque Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para salvar o mundo, para salvar a humanidade. Eu creio nesta verdade! A verdade do amor, a verdade da Misericórdia. Jesus Cristo é único Senhor. Jesus Cristo é único Salvador. Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé.
É preciso crer, meus irmãos e minhas irmãs, como nos assegura a Palavra de Deus no Evangelho se São João, capítulo três: “Todo aquele que n’Ele crê não perece”. Todo aquele que crer no Filho de Deus, todo aquele que crer em Jesus Cristo como único Senhor e Salvador da humanidade não perece, não vive a experiência da condenação, mas possui a vida eterna.
Isso é uma graça maravilhosa, irmãos e irmãs, que Deus, o Pai das Misericórdias nos concedeu por meio de seu Filho, a vida eterna. Concretamente quando nós pensamos em vida eterna, nós pensamos naquela vida que teremos na comunhão eterna com Deus, porém somente na glória, pois somente quando nós passarmos esta vida terrena, quando nós fizermos a experiência da morte é que a partir de então teremos a vida eterna.
Mas, na realidade, irmãos e irmãs, a vida eterna começa aqui e agora. A vida eterna é uma graça que o Pai das Misericórdias nos concede à partir do momento em que nós crermos, a partir do momento que o Espírito Santo nos conceder o Dom de crer, nos conceder o Dom da fé em Jesus como único Senhor e Salvador.
Quando nós abrimos o coração a este Dom, o Dom do Espírito Santo que é o Dom da fé e pela fé conheceremos Deus, conheceremos o amor de Deus, conheceremos a verdade do amor de Deus e nos comprometeremos com Jesus Cristo, o Filho de Deus salvador, nós podemos aderir a Palavra de Jesus; nós aderimos à Pessoa de Jesus. Nós cremos que pela sua Páscoa de morte e ressurreição, Ele nos deu a salvação, Ele realizou a salvação da humanidade.
Quando, pela fé, nós cremos nestas Verdades, a vida eterna se derrama em nossos corações. A nossa vida, mesmo com todas as limitações, mesmo com todas as suas fraquezas, é tomada por esta graça: a vida eterna de Deus. É a comunhão de amor com o mistério de Deus, o Nosso Deus Uno e Trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Porque nós nos tornamos, pela ação do Espírito Santo, templos vivos de Deus, templos da Santíssima Trindade.
O mistério de Deus Uno e Trino se manifestou a partir dos nossos corações, e por isso, temos esta certeza, temos esta segurança de fé. A vida já começou na vida daqueles que creem. A vida eterna já começou. E claro, obviamente, quando nós passarmos pela experiência da morte, quando nós passarmos deste mundo para a glória de Deus, aí sim experimentaremos todo o vigor, todo esplendor desta vida eterna, mas que começa aqui e agora. Você crê? Começa aqui e agora.
As experiências de fé que nós fazemos do amor de Deus, repito, apesar das nossas limitações, apesar das nossas fraquezas, apesar de muitas vezes vacilarmos na fé, duvidarmos do amor de Deus por nós quando fazemos a experiência do sofrimento, da angustia: tenções, problemas de ordem pessoal, problemas de ordem familiar, problemas de ordem profissional, problemas de ordem social. Muitas vezes fazemos a experiência de duvidar do amor de Deus, mas nós temos esta certeza: é a fé em Cristo, é a fé no Mistério do amor de Deus que nos assegura que a vida eterna já começa aqui e agora. Que Deus pela sua graça, que pelo poder do seu Espírito nos encaminhará para um dia tomarmos posse desta vida plena no seu amor, na comunhão eterna, na glória de Deus. Quando nós passarmos deste mundo para a glória de Deus, mas a vida eterna começa aqui e agora na vida daqueles que creem.

Quem crer, terá a vida eterna

Por isso São João, o Evangelista, coloca para nós esse lindo discurso de Jesus: “de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único para que todo que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Quem crer, terá a vida eterna. Quem crer já possui a vida eterna. Quem crer já experimenta os efeitos desta vida, vida de Deus. O Mistério do Deus uno e trino: Pai, Filho e Espírito Santo.
“Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”. A Igreja, Corpo Místico de Cristo, foi fundada por Jesus à partir da fé dos Apóstolos, os primeiros discípulos de Cristo: Pedro, Tiago, João, Mateus… e todos os outros que Jesus, pouco a pouco chamou para o discipulado, para o seu seguimento. A partir da fé dos Apóstolos, em Jesus, como único Senhor e salvador. A partir da fé dos Apóstolos, Jesus fundou a sua Igreja.
No grupo dos Apóstolos se desponta a fé do Apóstolo São Pedro. Você se recorda desta passagem do Evangelho de São Mateus quando o próprio Jesus pergunta: “quem é o Filho do Homem? O que o povo diz a respeito do Filho do homem?” Daí os Apóstolos dão diversas respostas e depois Jesus pergunta para eles: “e vós, quem dizeis que eu sou?” O que Pedro diz? Pedro diz: “Tu és o Cristo, tu és o Messias, tu és o Filho de Deus”. E Jesus imediatamente responde: “feliz és tu Simão, filho de João, porque não foram a carne, o sangue que te revelaram isso, mas foi o meu Pai que está nos Céus. Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.
Então a Igreja de Cristo foi edificada tendo como fundamento a fé dos Apóstolos, a fé dos primeiros discípulos de Cristo e, particularmente, a profissão de fé do Apóstolo São Pedro.
Depois da experiência da ressurreição de Jesus, depois da experiência do derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os Apóstolos, os discípulos e também as discípulas de Jesus, saíram pelo mundo afora, irmãos e irmãs, anunciando a boa nova de Jesus, de tal forma eles estavam convencidos pelo Espírito Santo, de tal forma eles acreditavam no amor Misericordioso de Deus que chegou ao coração, que transformou a vida deles, de tal forma que eles não podiam se calar. Eles não podiam conter dentro de si esta verdade de fé, esta verdade de salvação e, pelo mundo afora, pregavam a Boa Nova de Jesus, o Evangelho de Jesus. Ministravam a Misericórdia de Deus, anunciando o nome de Jesus, a Pessoa de Jesus, a doutrina da Jesus, anunciando os ensinamentos do Mestre, do Salvador. Sobretudo lá no livro dos Atos dos Apóstolos nós encontramos vários testemunhos destes momentos em que o discípulos de Jesus anunciaram com intrepidez, com alegria, com parresia, com desassombro, anunciavam o nome de Jesus e ministravam pelos milagres, pelas curas, pelos sinais, o amor Misericordioso de Deus.

Arquivo CN/ cancaonova.com

Um destes testemunhos nós podemos ver, por exemplo, no capítulo terceiro do livro dos Atos dos Apóstolos quando Pedro e João foram ao Templo de Jerusalém para rezar e ali no pórtico do Templo eles se depararam com um homem coxo de nascença pedindo esmolas e diante do pedido que aquele homem fez, Pedro e João disseram para ele: “ouro e prata eu não tenho, mas o que eu tenho eu te dou, em nome de Jesus de Nazaré, levante-te e anda” e aquele homem foi curado.
Porque Pedro e João estavam convencidos pelo Espírito Santo, homens de fé em Jesus, o Salvador da humanidade, eles estavam de tal forma convencidos de que a vida eterna se experimenta por meio da fé em Jesus salvador da humanidade. Eles comunicaram aquela graça para aquele pobre homem, o coxo de nascença. O homem foi curado, o homem começou a andar, o homem começou a pular alegremente, começou a bendizer a Deus.
As autoridades religiosas de Israel ficaram extremamente incomodadas, porque os Apóstolos estavam espalhando a Boa Nova de Jesus,;os Apóstolos estavam anunciando mundo a fora a Boa Nova de Jesus, os ensinamentos de Jesus e, portanto, as autoridades de Israel estavam profundamente incomodadas e, aí, nós temos o capítulo quarto do livro dos Atos dos Apóstolos: “ Enquanto Pedro e João falavam ao povo, depois que o povo ficou maravilhado com a cura daquele coxo de nascença, então o povo se aproximou de Pedro e João. Eles falavam ao Povo e então vieram os sacerdotes, o chefe do Templo e os saduceus contrariados, porque anunciavam ao povo e anunciavam na Pessoa de Jesus a ressurreição dos mortos. Prenderam-nos e os colocaram no cárcere até o outro dia, pois já era tarde”. “Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação de Pedro e de João creram e, o número dos fieis elevou-se a mais ou menos cinco mil”.
Os Apóstolos Pedro e João estavam de tal forma tomados e convencidos pela fé em Jesus Salvador, que esta fé se irradiou, esta fé contagiou a vida de outras pessoas e à partir daquela pregação e do testemunho, a cura do coxo de nascença, cinco mil pessoas se converteram a Jesus, creram em Jesus, o salvador da humanidade.
E aí, as autoridades religiosas de Israel tentou inibir os Apóstolos, tentando silenciar o testemunhos dos Apóstolos. Prenderam os Apóstolos e questionaram: “com que poder e em que nome fizeste isso?”, “como é que vocês conseguiram curar este coxo de nascença, com que poder vocês realizaram este milagre?” “Então Pedro cheio do Espírito Santo respondeu-lhes: chefe do povo e anciãos ouvi-me, se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo e em que nome foi ele curado. Ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel, foi em nome de Jesus que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos, por ele, por meio de Jesus é que este homem se acha são, em pé diante de vós. Esse Jesus pedra que foi desprezado por vós, mas que tornou-se a pedra angular”. “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do Céu, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”. Este nome é Jesus, o Filho de Deus Salvador, a manifestação da Misericórdia de Deus. Neste nome eu creio, nesta Pessoa, a Pessoa do Filho de Deus, a Pessoa do Verbo encarnado, Aquele que morreu na cruz por mim, que no terceiro dia ressuscitou. É nesta Pessoa, a Pessoa do Filho de Deus que eu creio. É o nome que nos foi dado para que sejamos salvos. Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé. Eu creio neste nome que tem poder, o poder da Misericórdia do Pai, o poder de me tornar criatura nova, o poder de me salvar. Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé. Amém.

A fé nos impulsiona, ela nos motiva a confiar em Jesus, a confiar no seu amor misericordioso

Irmãos e irmãs, a Palavra de Deus no Evangelho de São João capítulo três como nós estamos refletindo, ela é muito concreta para que nós não sejamos condenados, mas que possuamos a vida eterna. Precisamos crer no Filho único de Deus. Precisamos crer e crer significa, como eu já disse aderir a Pessoa de Jesus. Crer significa comungar a vida de Jesus, crer significa procurar, com a graça de Deus, seguir os passos de Jesus, colocar em práticas os ensinamentos de Jesus, abrir o próprio coração, abrir a própria vida para o Reino de Jesus, o Reino de paz, o Reino de Justiça, o Reino de reconciliação, o Reino de amor Misericordioso. É aderir, é de fato se tornar discípulo de Jesus, discípula de Jesus, seguir o seu passos e, com isso, experimentarmos a vida eterna, os efeitos da vida eterna na nossa vida.
Aderir a Pessoa de Jesus é aderir a comunidade de Jesus, a comunidade daqueles que creem, a comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus que é a sua Igreja, o seu Corpo Místico. É participar da vida da Igreja, é tomar parte da vida da comunidade dos discípulos e das discípulas de Jesus, a Igreja. E, ao mesmo tempo, a fé nos impulsiona, ela nos motiva a confiar em Jesus, a confiar no seu amor misericordioso, a confiar que Ele não veio para condenar, Ele veio para salvar.
E agora eu gostaria de refletir com vocês o amor misericordioso de Deus que nos foi ministrado por Jesus, o Salvador da humanidade, o Filho único de Deus. Nesta certeza de que Ele não veio para condenar, mas para salvar. Tem muita gente que, infelizmente, vive uma vida de condenação. E por quê? Porque não acredita, porque ainda não abriu o próprio coração, ainda não abriu a própria vida, a própria existência ao dom da fé, ao dom do Espírito Santo, a fé em Deus, no amor de Deus, no amor misericordioso de Deus. Ainda não abriu o próprio coração a fé em Jesus, o Deus que salva, o Messias redentor; pessoas que ainda vivem uma vida de condenação.
Existem pessoas que ainda vivem uma vida de condenação justamente porque, por exemplo, não acreditam na possibilidade de ter uma vida melhor em termos espirituais, em termos afetivos, emocionais, familiares. Pessoas que tem consciência das próprias misérias, mas não acreditam na possibilidade de mudança.
Durante a adoração ao Santíssimo Sacramento que nós tivemos aqui, no começo da manhã, no Santuário, a Luzia Santiago, por exemplo, rezava sobre a questão dos jovens escravos das drogas, uma realidade cada vez mais difusa na nossa sociedade, nas nossas famílias.
Eu sou do tempo que pensar em utilizar uma droga, um entorpecente, uma maconha, pensar em utilizar um negócio deste era certeza de ir para a cadeia. Eu tive amigos que experimentaram e eu falava: “meu Deus, o camarada corre o risco de ir para a cadeia”. Eu sou do tempo que nós tínhamos um medo enorme de tocar no negócio, de chegar perto e, hoje em dia, parece que as coisas estão mais flexibilizadas, uma juventude que já não tem mais medo destas coisas, pelo contrário, passam muitas vezes a ideia que a pessoa vai ficar mais alegre, mais entusiasmada, a pessoa vai perder a vergonha, vai ficar desinibida. E tem muita gente que em nome da fantasia, de uma falsa alegria e assim por diante entram na experiência, mas depois se tornam estas pessoas escrevas, achando ainda que em algum momento elas podem se livrar do negócio, mas quando fazem a experiência da escravidão, tomam consciência da escravidão, só que é uma escravidão que não apenas leva a pessoa a uma experiência de morte, é uma escravidão que não apenas leva aquela pessoa, a pessoa que usa as drogas, os entorpecentes, a experiência de morte de uma vida sem sentido, mas a família daquela pessoa também é atingida, a família daquela pessoa, de certa forma, morre junto. É verdade ou não é?
Como a droga, o alcoolismo, a dependência química leva não somente a pessoa a uma vida de morte, mas parece que a morte se instala naquela casa, naquela família. Ao tomar consciência da própria limitação, da fraqueza de se libertar da escravidão das drogas, tem pessoas que se julgam condenadas. E tem pessoas, as próprias pessoas da casa, da família que não sabem mais o que fazer, recorrem a todas as ajudas e não percebem os resultados de melhoras, de mudança e, com o tempo, as pessoas também da casa, da família acreditam que aquele irmão, aquela irmã não tem jeito. Também as pessoas da casa, da família acham que aquele irmão e aquela irmã estão condenados.

O Pai das Misericórdias enviou Seu filho único, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele

Eu preciso dizer para estas pessoas que talvez estejam aqui no Santuário do Pai das Misericórdias ou talvez estejam me acompanhando pelo sistema Canção Nova de Comunicação: “você tem jeito!”. O Pai das Misericórdias enviou Seu filho único, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Não para condenar você que acha que não tem jeito, não para condenar o seu filho, não para condenar o a sua filha, sua esposa, os escravos das drogas, escravos do alcoolismo, escravos da violência, escravos da mentira, escravos de uma vida imoral, escravos de uma vida de adultério, de uma vida de infidelidade, escravos da prostituição. Eu afirmo, pela fé na Palavra de Deus, eu afirmo de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único. De tal modo Deus amou você meu irmão, de tal modo Deus amou você minha irmã, de tal modo Deus amou o seu filho, sua filha, o seu esposo, a sua esposa, o seu pai, a sua mãe. De tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único para que todo que nele crer não pereça, mas tenham a vida eterna, pois não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, para condenar o seu filho, para condenar a sua filha, seu esposo, sua esposa, para condenar você.
Deus não enviou Jesus para condenar você, mas para que o mundo, mas para que você seja salvo por Ele. Você acredita nisso?
Nós não podemos, irmãos e irmãs, como discípulos e discípulas de Jesus, como membros da Igreja de Cristo, como membros da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica nós não podemos como filhos do Pai das Misericórdias, sermos profetas da condenação, achar que as pessoas não tem jeito, achar que você não tem jeito, porque Jesus não foi enviado pelo Pai das Misericórdias para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Eu creio Senhor, mais aumentai a minha fé.
O Senhor nesta Festa do Pai das Misericórdias, na Solenidade da Santíssima Trindade, o Senhor quer libertar muitos corações do desespero da salvação. Você tem jeito. Eu e você temos jeito, pela fé nós já possuímos a vida e quando nós passarmos deste mundo para a gloria de Deus aí experimentaremos todo esplendor, todo o vigor da vida eterna em Deus, a comunhão eterna no amor da Trindade Santa. E, por isso, nós temos a certeza que apesar das nossas fraquezas e limitações que a vida eterna que começa aqui e agora nos assegura, não estamos condenados. Temos pecados, temos fraquezas, cometemos erros, mas nós não cremos na nossa condenação, nós cremos na nossa salvação, nos cremos na salvação dos nossos entes queridos, nós cremos na salvação dos nossos filhos, dos nossos pais, dos nossos irmãos, das pessoas que convivem conosco e que, por vários motivos, ainda se encontram escravas do pecado, escravas do mal. Elas não estão condenadas, eu creio nisso e como discípulo de Jesus eu vou trabalhar, eu vou testemunhar a Boa Nova de Jesus, eu vou ministrar a graça do nome de Jesus para que este irmão, esta irmã não se deixem tomar pelo desespero da salvação, mas creia na própria salvação que no nome de Jesus, pelo amor misericordioso de Deus esta pessoa tem jeito. Ninguém esta condenado, ninguém esta condenada.
Mas, também, existem aqueles que se condenam; é a auto condenação porque, as vezes, sem perceber essa pessoa se deixa escravizar pelo orgulho, pela presunção. São pessoas assim tão otimistas nos próprios valores, acredita tanto nos seus dons, nos seus talentos, nos seus valores que, na prática mesmo, que esta pessoa se diga cristã, na prática ela vive a sua vida sem precisar da graça de Deus. São os presunçosos, pessoas que pecam pelo orgulho; elas são tão otimistas. Você conhece alguém assim? Tudo está bom, maravilhoso, mas no sentido que pelo orgulho esta pessoa se sente a tal, tudo o que ela faz está sempre bem, tudo que ela diz é a verdade toda, se alguém contraria, se alguém diz outra coisa diferente daquilo que ela diz, meu Deus, ela “arma o barraco”.
E é a pessoa assim extremamente otimista em relação aos próprios dons, valores, talentos, tudo ela pode, tudo ela consegue, tudo ela conquista. É claro, gente, nós não somos somente pecado, nós não somos somente mal, erro, miséria. Não! Nós temos dons, nós temos valores. E é preciso acreditar nestes dons, é preciso acreditar nestes valores, nas coisas positivas que todos nós possuímos, porém não com orgulho, não com a presunção que, pouco a pouco, nos leva a uma vida sem Deus, pouco a pouco vai nos levando a não acreditar, não necessitar da graça de Deus, não necessitar da misericórdia de Deus. É o tipo da pessoa que jamais fará um exame de consciência para rever a própria caminhada, para rever as próprias decisões, para perceber os próprios erros, para perceber os próprios pecados.
Uma pessoa que dificilmente pedirá perdão, dificilmente reconhecerá os próprios pecados e pedirá perdão, porque a presunção, o orgulho, este otimismo exagerado em relação a si mesma, leva a pessoa a se tornar escrava do orgulho, da presunção.
Também estas pessoas se condena, porque a salvação, a experiência do amor misericordioso de Deus, a vida eterna se manifesta na vida daqueles que creem e, porque creem, confiam na graça de Deus. Quem crê suplica a graça de Deus, quem crê coloca em ação os próprios dons, os próprios talentos para o bem dos outros, não para o próprio bem, não para a própria felicidade, a própria realização, mas para manifestar a vida do Reino de Deus na vida dos seus semelhantes.
Quem crê rompe os laços do próprio coração, com o orgulho, com a presunção. Repito, por um lado, vivemos o drama da condenação os que se desesperam da própria salvação, porque se julgam não ter jeito, julgam já condenadas; por outro lado, existem aqueles que se condenam por causa da presunção do pecado do orgulho.
Irmãos e irmãs, aqui estamos, porque cremos no nome de Jesus. Aqui estamos, porque cremos que não estamos condenados, mas que o Pai das Misericórdias enviou o seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois o Pai das Misericórdias não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Finalmente, para nós concluirmos esta reflexão, esta experiência com a misericórdia de Deus, o convite que o Pai das Misericórdias faz é que sejamos profetas, ministros, anunciadores deste amor misericordioso do Pai, levando as pessoas à abertura de seus corações, à abertura de suas mentes para a experiência da fé em Jesus, como Filho de Deus Salvador. Nós que somos discípulos e discípulas de Jesus, não podemos permitir que os nossos semelhantes sejam condenados pelo mal, sejam condenados pelo pecado, por pior que seja o pecado que escravizou aquele irmão, que escravizou aquela irmã, por mais difícil que seja para aquele irmão, para aquela irmã sair daquela situação de pecado, nós não podemos acreditar que aquela pessoa já está condenada, não podemos, como discípulos e discípulas de Jesus.
Porque nós aderimos ao Reino misericordioso do Pai, porque nós aderimos a Palavra de Jesus, nosso único Senhor e Salvador.
Pela fé, pelo poder do Espírito Santo, nós que fomos alcançados pela misericórdia de Deus não podemos condenar as pessoas, pelo contrário, devemos assumir a nossa missão de ministrar o amor misericordioso do Pai levando as pessoas ao conhecimento da Pessoa de Jesus, levando as pessoas ao conhecimento dos sacramentos de Jesus, da Palavra de Jesus, levando as pessoas à experiência da fé em Jesus Cristo como nosso único Senhor e Salvador.
Talvez para que você possa exercer esta missão, talvez você tenha meu irmão, talvez você tenha minha irmã que aderir ao Nosso Senhor com uma vida mais intensa de oração, rezar pela conversão dos pecadores, rezar pela libertação da escravidão do pecado, rezar pela libertação da escravidão das drogas, da prostituição, de uma vida sem sentido, de uma vida sem fé, uma vida sem Deus. Rezar é uma forma de nós nos comprometermos com o amor misericordioso do Pai, é uma forma de nós darmos as pessoas a oportunidade de experimentar esta fé que salva, esta fé que liberta, esta fé que dá a vida eterna em Jesus Cristo nosso único Senhor e Salvador. Rezar pelas pessoas.
Você tem intercedido pelas pessoas? Você tem rezado pela conversão das pessoas? Mas não basta, além da oração, é o testemunho da nossa própria vida. Você não precisa ficar fazendo propaganda, você não precisa ficar colocando diante de si holofotes, chamando a atenção para si. Viva; testemunhe por uma prática concreta de amor, de misericórdia, de solidariedade, uma vida de justiça, uma vida de quem verdadeiramente ministra o amor misericordioso do Pai aos enfermos, aos encarcerados, aos injustiçados, aos marginalizados, sendo presença, procurando ajudar.
Nós não vamos resolver todos os males do mundo, mas podemos fazer alguma coisa; podemos testemunhar o Evangelho com esta coragem que Pedro e João tiveram de dizer para aquele coxo de nascença: “em nome de Jesus de Nazaré, levante-te e anda”. Sendo presença do amor misericordioso de Jesus, do amor misericordioso de Deus junto as pessoas, aos necessitados.
Testemunhe sua fé para ministrar o amor misericordioso do Senhor!
Mais uma vez eu peço ao Pai das Misericórdias, Ele que nos enviou o Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Sim, o Pai das Misericórdias que não enviou o seu filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Eu peço que o Pai das Misericórdias aumente em nós a fé e que nós pela fé tenhamos a coragem de espalhar pelo mundo o seu amor misericordioso, a coragem de dizer para as pessoas que em Jesus ninguém está condenado. No nome de Jesus todos tem a salvação.

 

Padre Wagner Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

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