Faça a experiência com o Pai das Misericórdias
Quando ele começou a passar necessidades, resolve voltar para casa. O pai o aguardava, porque seu coração dizia que, um dia, seu filho iria voltar. Seu coração lhe dizia diariamente: “Um dia ele vai voltar”. E o pai o avistou de longe.
Na verdade, o pai percebeu o que o filho estava voltando, longe, mas na direção de sua casa. Então, o pai tomou a iniciativa e foi em direção ao filho; quando o encontrou, abraçou-o, cobriu-o de beijos e devolveu-lhe toda sua dignidade. Sim, porque o filho perdeu tudo, inclusive sua dignidade. Suas vestes estavam em estado lastimável, seu corpo era uma miséria só. O pai o colocou numa túnica nova, devolveu seu anel, que era o símbolo justamente da filiação que ele tinha perdido, ou talvez vendido, e devolveu até mesmo suas sandálias. Depois, chamou os criados para realizar uma grande festa: “Porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”.
O pai o aguardava, porque seu coração dizia que, um dia, seu filho iria voltar. Seu coração lhe dizia diariamente: “Um dia ele vai voltar”
Jesus está dizendo: “É assim a misericórdia do nosso Pai”. Aparece também, na parábola, a figura do filho mais velho que, ouvindo os sons das músicas e das danças, quis saber o que estava acontecendo, e o servo lhe falou da volta de seu irmão. Ele ficou com muita raiva e não quis entrar. O pai, com toda sua misericórdia, saiu ao encontro desse filho e percebeu que ele estava com raiva, fazendo “birra”, não queria entrar na festa, festejar a volta do irmão. O filho mais velho disse ao pai: “Eu o servi a vida inteira, obedeci-lhe sempre e nunca me deste nem mesmo um cabrito para eu festejar com meus amigos”. E o pai insiste com o filho: “Meu filho, este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”.
Assim é a misericórdia do nosso Pai. O que Jesus fez com essa parábola foi nos ensinar que precisamos ser misericordiosos, como o Pai celeste é misericordioso: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” (Mc 2,17).
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias
Artigo extraído do livro ‘O abraço do Pai’ de monsenhor Jonas Abib.