5 DICAS

Como rezar?

Uma boa festa sempre está à nossa espera. Constantemente, somos convidados para aniversários ou comemorações especiais de amigos ou familiares. Mas sejamos sinceros: temos somente a intenção de celebrar a vida do aniversariante ou ficamos mais na expectativa da comida, música e clima da festa? Pois é, muitas vezes, o nosso pensamento pode se voltar mais para o que a festa tem a nos oferecer do que para o festejado. Afinal, todo mundo espera uma festa com fartura e muito animada!

Reze com autenticidade! | Foto: Arquivo CN

E o que isso teria a ver com vida de oração? Frequentemente, temos um comportamento semelhante com Deus. Colocamos-nos a rezar, vamos ao banquete do Senhor, mas nos preocupamos mais com o que Ele tem a nos dar do que com o próprio Deus.

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Esta seria a primeira dica para iniciar uma vida de oração: o Senhor ser o centro! Ele é a razão da nossa existência e, assim, a minha oração será um transbordar da glória que quero dar a Ele! Deus é o cerne da minha vida e minha oração será sempre para reafirmar que Deus é Deus. A Ele toda a minha adoração! A consciência de si mesmo, a compreensão de quem eu sou e da minha finitude humana conduzem-me a essa atitude de deixar Jesus no centro de tudo. Após esse passo, outras dicas são valiosas! Vejamos.

Segunda dica: seja você mesmo

Sinceridade e autenticidade. Não podemos fingir quem não somos na presença do Senhor.

“Sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda não me chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão. Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo” (Sl 138,2-6).

Palavras que demonstram não um Deus que fica nos espionando e à espera de nossos erros. Ao contrário, revelam que somos feitos de Suas mãos e, por isso, Ele conhece a Sua obra e nos envolve com o Seu amor. Sendo assim, não podemos fugir de sermos verdadeiros e não devemos ter medo de derramar toda a nossa verdade. Mesmo com erros e pecados, temos de nos apresentar a Jesus do jeito que estamos e somos. Essa é uma das ofertas mais agradáveis a Deus!

Terceira dica: busque os instrumentos

O que adianta ser um ótimo pianista sem o piano? Ou um ótimo guitarrista sem a guitarra? O produto final dos músicos será a canção, os acordes, as melodias. Mas para chegar-se a essa concretização, eles necessitam dos instrumentos. Da mesma forma acontece com a oração: temos o dom da fé, da esperança e da caridade, as três virtudes teologais infundidas em nós pelo Batismo. Contudo, ao longo da vida, necessitamos de cultivar esses dons e, assim, a nossa relação com Deus, por meio de alguns instrumentos: os Sacramentos, a Palavra de Deus, jejum, Santo Terço, entre outras práticas devocionais, que não se esgotam em si mesmas e não servem para cumprirmos meros preceitos legalistas, mas são meios que nos conduzem até o Coração de Jesus. São como pontes que atravessamos,  a fim de sairmos do nosso abismo e nos erguem para o alto.

Como algumas ações e hábitos de higiene que estão inerentes ao nosso cotidiano (comer, dormir, tomar banho, escovar os dentes, trabalhar etc), através desses meios, uma vida de oração precisa ser inserida em nossa rotina.

Como rezar? | Foto: Arquivo CN

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Quarta dica: clamar o Espírito Santo

De um modo simples, esta pode ser a nossa primeira oração diária, como sempre ouvimos na Canção Nova: “Bom dia, Espírito Santo, o que vamos fazer juntos hoje?”. Ele é o Amor do Pai e move o nosso interior para as coisas do alto. Precisamos, a todo momento, de Sua fortaleza, dons e carismas. Ele que dinamiza a nossa vida para, da terra, mirarmos o céu!

“É o Espírito Santo, enviado pelo Pai e o Filho, que transforma os nossos corações e nos torna capazes de entrar na comunhão perfeita da Santíssima Trindade em que tudo encontra a sua unidade. O Espírito Santo constrói a comunhão e a harmonia do povo de Deus. Ele mesmo é a harmonia, tal como é o vínculo de amor entre o Pai e o Filho” (Evangelli Gaudium 117).

Quinta dica: gestos concretos

“A realidade é superior à ideia. (…) Este critério impele-nos a pôr em prática a Palavra, a realizar obras de justiça e caridade nas quais se torne fecunda esta Palavra. Não pôr em prática, não levar à realidade a Palavra é construir sobre a areia, permanecer na pura ideia e degenerar em intimismos e gnosticismos que não dão fruto, que esterilizam o seu dinamismo” (Evangelli Gaudium 233).

Naturalmente, aquele que se aproxima profundamente do Senhor quer manifestar o amor de Deus a outros. Seja levando a Boa-nova de Cristo e palavras de conforto a quem sofre; visitando doentes, pessoas abandonadas em instituições e detentos; dando pão e roupa aos mais necessitados; oferecendo sacrifícios e orações pelas almas do purgatórios, pelo papa, pela Igreja e pelos pecadores.
Quem ama a Deus, ama o seu próximo! Este é o maior mandamento cristão: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Um coração sedento de Deus não se contenta em si mesmo e deseja, de alguma forma e ardentemente, ser sinal do amor divino. Assim, se realizará plenamente uma vida de oração.

Por fim, fica a última dica: anote esse passos em um lugar visível – geladeira, computador, alarme do celular, mesa de trabalho; e retome, dia após dia, o que pode ser feito dentro da sua vida. Organize-se e mantenha uma disciplina, pois os frutos serão abundantes!

Gracielle Reis
Jornalista e Missionária da Comunidade Canção Nova, em Portugal

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