Ela disse "sim"

Maria, modelo de renúncia

Solenidade da Anunciação do Senhor

Hoje, comemoramos a Solenidade da Anunciação do Senhor, exatamente nove (9) meses antes de comemorarmos o Natal de Jesus. Claro que, a data do nascimento do Senhor não é precisa, mas a Igreja adotou 25 de dezembro e, consequentemente, também essa data do dia 25 de março.

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Comemoramos o “sim” de uma jovem, o “sim” de alguém que renunciou aos seus planos por causa de Alguém, porque O temia e O amava, Maria escolheu obedecer. Obediência da fé que perdurou toda Sua vida (cf.: CIC 148-149).

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Na primeira leitura, o profeta Isaías tentou ajudar o rei Acaz e a voltar-se para o Senhor, por isso, o convidou a pedir um sinal. Porém, Acaz, em seu orgulho, e confiando, infelizmente, em suas forças e alianças humanas, fez aliança com a Assíria a desagradou a Deus. Mas mesmo Acaz tendo se desviado da vontade do Senhor, Ele prometeu que da descendência de Davi viria o Emanuel para estar com seu povo.

Vontade de Deus

Acaz não quis fazer a vontade do Senhor, mas, no Salmo de hoje, canta-se: “Eis que venho fazer, com prazer, a Vossa vontade, Senhor!”. Mesmo que não tenhamos tanta vontade como o salmista e como os santos, cantemos na fé e na esperança de que, um dia, livremente e alegremente faremos a vontade de Deus.

Na carta aos Hebreus, temos uma reflexão do autor sagrado que defende: a verdadeira oferta que agrada a Deus é fazer a vontade dele. Deus não se agrada com holocaustos, com oferta de animais; o que O agrada é a oferta da própria vontade, do próprio querer para querer o que Ele quer.

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É fácil oferecer coisas a Deus e às pessoas; o difícil é oferecer-se, é dar-se; é difícil perder para o outro ganhar. O difícil é esforçar-se para fazer a vontade de Deus e não a própria. Perder, sofrer, morrer para si para fazer a vontade de Deus e alegrar-se com os aparentes fracassos são sinais de maturidade.

No Evangelho, o evangelista Lucas narra o encontro do anjo Gabriel com a jovem Maria que, apesar de tão jovem, foi capaz de renunciar às suas vontades, seus planos e sua vida para fazer a vontade do Pai. Maria é modelo de renúncia, de disponibilidade, de obediência em vista da vontade de Deus.

Maria é modelo de renúncia

Maria é modelo de renúncia! Uma jovem que tinha planos, estava prometida a José, ou seja, era noiva; já estava praticamente certa de que iria constituir uma união com José, teria filhos… No entanto, tudo isso precisou ser renunciado, porque o Anjo, o próprio Deus, lhe pedia algo maior. Renunciar a algo ruim é fácil, mas renunciar a algo bom quem tem coragem? Maria teve coragem e renunciou aos planos dela para realizar o plano de Deus.

“Eis que venho fazer, com prazer, a Vossa vontade, Senhor!”

Maria é modelo de disponibilidade, pois, ao final do diálogo com o Anjo, Ela disse seu “sim”. “Sim” que foi dito em outros momentos. O “sim” para constituir uma família com José; “sim” de para ir até Belém para se registrar com Jesus e José; “sim” para a disponibilidade em fugir para o Egito; “sim” para educar Jesus; “sim” para acolher a profecia de Simeão… Quantos “sins”, quanta disponibilidade de Maria!

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Obediência 

Finalmente, Maria é modelo de obediência. Ela viveu a Palavra, foi Mãe e também discípula do Senhor. Obedeceu ao Pai em Seu “sim”; e obedeceu a Jesus nas bodas de Caná, indicou, ali, o caminho da obediência, inclusive àqueles servos. Maria foi obediente ao pedido de Jesus no Calvário, em acolher João como filho. Maria foi obediente em permanecer com os discípulos, em Jerusalém, aguardando a promessa do Pai, o Espírito Santo. Portanto, Maria é especial não só por ser a Mãe de Jesus, mas porque Suas atitudes a revelaram uma verdadeira filha de Deus Pai. A vida dela revelou grande atenção ao Seu filho Jesus e, ainda, revelou uma intimidade com o Espírito de Deus.

Que Maria nos inspire e nos ajude a vivermos uma vida que agrade a Deus, por meio da renúncia, da disponibilidade e da obediência para que, em tudo, possamos agradar ao Senhor.

Padre Márcio Prado
Vice-Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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