Segunda-feira, 2ª Semana da Páscoa
Partilha da Palavra At 4,23-31; Sl 2; Jo 3,1-8;
Pedro e João passaram pelo interrogatório a respeito da cura do coxo de nascença e foram soltos. Ao chegar na comunidade, eles relataram o que aconteceu. Por essa razão, a Igreja começou a orar, e o conteúdo da oração era a invocação de Deus como Criador. Eles recordaram a profecia de Davi no Salmo 2, a qual dizia da perseguição contra o servo do Senhor. Por fim, intercederam pelos apóstolos, para que anunciassem, corajosamente, a Palavra e que, por meio deles, realizassem sinais e prodígios no nome de Jesus.
:: Pentecostes: uma vida sob a ação do Espírito Santo
Hoje, como Igreja, precisamos ter as mesmas atitudes do povo, da Igreja primitiva: primeiro, alegrarmo-nos com os servos de Deus, com os sacerdotes; segundo, interceder por eles. Os servos de Deus não precisam de críticos, pois a mídia mundana, os homens que só buscam ver os defeitos dos outros já fazem isso. Que nós possamos dar uma resposta diferente de louvor a Deus pelo ministério do irmão e pedir ao Pai do Céu que o use como Seu instrumento.
Se há algo de errado com determinado servo de Deus, o que Jesus ensina? “Chame-o e tente ganhar o irmão com a correção fraterna”, e ainda sejamos intercessores uns dos outros, pois determinado servo de Deus é tão pecador quanto você e eu.
O Espírito Santo
Ao fim da oração, foi registrado que o local tremeu e todos ficaram cheios do Espírito Santo. Vejamos como é bom rezar em vez de criticar, pois o benefício da oração recai sobre os apóstolos e sobre aqueles intercessores. Que assim aconteça conosco, sem criticarmos ou que façamos menos crítica e mais intercessão. Vamos desejar mais bênçãos para o outro, pois nós, de certa forma, seremos beneficiados.
:: Em meio aos sofrimentos: “Ide”
Aquela comunidade cristã primitiva já havia sido impactada com a Ressurreição do Senhor. A alegria, a vida, a esperança e o compromisso com o Senhor os impulsionava a cultivar o homem novo. Com mentalidade nova, em Cristo Jesus, era possível enfrentar os desafios, as mais variadas provas.
Nascer do Alto é viver os valores de Cristo e de Sua Igreja. É, por fim, imitar Jesus no amor, na humildade e na misericórdia.
Foi essa a mentalidade nova que Cristo falou a Nicodemos no encontro que escutamos no Evangelho. Nicodemos, numa noite, foi em busca de Jesus. Sair à noite diz de timidez, de medo e compromisso, diz ainda de como estava a alma daquele servo de Deus: ele estava ou buscava a Luz/Jesus, no entanto, ainda estava nas trevas, não apenas de pecado, mas nas trevas das dúvidas e dos medos; eram trevas interiores.
“Nascer do Alto”
Se ele estava nas trevas, “num buraco”, nas dúvidas e nos medos, Jesus deu uma solução para ele: era necessário nascer do Alto. Quando a pessoa diz “estou no fundo do poço, sem saída”… Opa! Há uma saída! Qual? Por cima, olhar para o alto, buscar o alto e sair do poço. Jesus dizia para “nascer do Alto”. Percebam que beleza: do Alto Jesus veio; no Alto, Ele estava com o Pai na oração; no Alto, Ele se revelou na transfiguração. Ele subiu ao Alto para se sacrificar por amor; ao terceiro dia, ressuscitou; e para o Alto ascendeu, mostrando que lá é o nosso lugar.
“Nascer do alto” é acolher Jesus Cristo, Sua vida e Seus ensinamentos que falam das coisas do alto; e quando dava exemplos da Terra, era para falar do Alto. “Nascer do Alto” é ter a mente nova em Cristo. “Nascer do Alto” se traduz em viver, aqui na Terra, amando o próximo, é ser desapegado dos bens materiais. Nascer do Alto é viver os valores de Cristo e de Sua Igreja. É, por fim, imitar Jesus no amor, na humildade, na misericórdia. Vamos pedir a graça de nascermos do Alto?
Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!
Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias