Liturgia: At 11,1-18; Sl 41(42); Jo 10,11-18;
Na leitura do Evangelho de hoje, temos o Bom Pastor: Jesus. Assim o Senhor se apresenta, de forma diferente do mercenário que só “cuida” por conveniência, mas quando se aproxima o lobo, o mercenário logo foge.
Deus não é um mercenário nem é como o lobo que arrebata as ovelhas, mas é Pastor que dá a vida, que cuida, que conhece, e quem é d’Ele também O reconhece como Pastor.
Jesus se declarou como Pastor, mas havia muitas ovelhas que ainda não estavam no Seu redil. Cristo assumiu Sua missão de conduzir tais ovelhas ao redil da salvação, ovelhas que precisam ouvir a Sua voz, para que haja um só rebanho e um só Pastor. Essa foi a missão que o Senhor recebeu do Pai e livremente a aceitou.
Jesus cumpriu e continua a cumprir com o ofício de Pastor. Os apóstolos continuaram a missão de pastorear, de cuidar das ovelhas e ir em busca das perdidas. Hoje, nós continuamos a missão de Cristo.
Os Atos narraram a conversa de Pedro com alguns irmãos sobre como a Palavra de Deus foi acolhida pelos gentios. Pedro contou o motivo de ele ter se dirigido aos pagãos, foi uma imagem que teve em oração: “Ao que Deus purificou não chames tu de profano” (11,9), assim o Senhor falou com ele. Por isso, o primeiro dos apóstolos, docilmente, anunciou o Cristo aos pagãos.
Pedro e os demais cristãos entenderam que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), que o dom que receberam não era uma exclusividade deles. Eles entenderam que não era possível parar o poder de Deus.
Deus quer salvar a todos, o dom da salvação é gratuito, e em Jesus Cristo é oferecido a todos. A pregação dos apóstolos e da Igreja continua a ser a mesma: precisamos levar o dom da salvação a todos! Que o Senhor nos inspire palavras e ações para contribuir com o Reino.
Quem são os pagãos de hoje? Hoje, há pagãos não-batizados e, infelizmente, muitos batizados. Há muita gente que nega, realmente, o Cristo com palavras, e há outros que negam com a conduta. Como podemos, hoje, ir em missão na “terra desses corações pagãos” apresentar o Cristo?
Encontros, retiros, meios de comunicação, arte, teatro, música, mídias sociais… tudo isso e muito mais é válido e podemos aproveitar. O principal, contudo, é imitar Jesus em tudo, pois, hoje, as pessoas estão tão feridas, tão machucadas e, ao mesmo tempo tão descrentes, “ovelhas que não estão em nosso redil”, que não precisam de nossa oratória, mas precisam da nossa vida doada no amor, na paciência, no silêncio e na misericórdia.
Então, imitemos o Cristo, Bom Pastor, sejamos pastores, sejamos cuidadores, sejamos pacientes, orantes e, nas oportunidades que tivermos, vamos dar a vida, vamos resgatar as ovelhas do único Pastor/Jesus Cristo.
Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!
Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias
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