A data tradicionalmente comemorada no dia 29 de junho foi transferida para hoje, como de costume em outras solenidades por medidas pastorais. Independente do dia em si, o sentido de celebrarmos esta solenidade litúrgica permanece: fazer memória das colunas da Igreja; homens que, com o testemunho de fé e fidelidade a Jesus Cristo e ao Evangelho, mudaram a história da humanidade.
Como disse o Papa Francisco na sua homilia do último dia 29/06, os dois
“fizeram a experiência de um amor que os curou e libertou e, por isso, tornaram-se apóstolos e ministros de libertação para os outros”. Cada um colaborou sobremaneira na construção do Reino entre os homens, deixando que, em primeiro lugar, o Reino também fosse edificado neles, em suas vidas e em seus corações.
A eficácia do anúncio paulino, dotada de profunda espiritualidade, dispensa longos comentários. Afinal, sua presença maciça no Novo Testamento, revela a importância que este ex-fariseu zeloso à Lei de Israel tem na expansão do Evangelho aos gentios. Suas epístolas e seus ensinamentos se tornaram letra viva da moral e da caridade cristã.
Mas quero concentrar atenção sobre a outra coluna da Igreja celebrada hoje: naquela em que o próprio Jesus decidiu colocar os fundamentos da comunidade cristã. Pedro! Um pescador judeu que, diferente de Paulo, não era dotado de habilidades de oratória ou pregação. De fato, uma pedra crua, em seu estado bruto. Um homem que precisou ser treinado, forjado pelo Rabi de Nazaré, que o soube conduzir da inconstância do medo da Quinta-Feira Santa à entrega sem reservas após o Pentecostes.
O Sucessor de Pedro
Nele surge toda a linha sucessória apostólica, que costumamos ouvir na Oração Eucarística I: Lino, Anacleto, Clemente e tantos outros nomes até chegarmos hoje em Francisco. Homens que, a exemplo do primeiro Papa da Igreja, precisaram ser trabalhados nas exigências que o seguimento de Cristo comporta. Homens com seus limites, suas fraquezas, suas lutas… Mas ainda assim escolhidos por Deus para dar continuidade a toda obra de graça e salvação dos homens ao longo da história.
E que alegria celebrarmos a bondade de Deus que se manifesta a nós pelos sucessores de Pedro! Para nós católicos, a sucessão da pregação apostólica, também conhecida por Tradição, ao lado das Sagradas Escrituras, é fonte divina da Revelação. O mesmo Deus que revelou seu querer aos homens, inspirando-os à escrita dos textos sagrados, continua se manifestando à humanidade. Assim nos ensina o Catecismo, no parágrafo 78:
“As afirmações dos santos Padres testemunham a presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na prática e na vida da Igreja crente e orante.”
Por tudo isso, celebrar a solenidade de hoje é também voltar o olhar com gratidão a Deus por não nos abandonar, mas continuar nos conduzindo pelas mãos ‘petrinas’ de Francisco… É voltar as orações a Deus em súplicas pelas intenções do santo padre, pedindo as graças necessárias na condução da Igreja, na sua própria santificação e, a partir dele, a santificação de todos os fiéis, e particularmente do clero, na conformação à vontade de Deus e ao Evangelho.
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George Lima Facundo
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