Acredito que a maioria dos pais já pensaram ou pensam (para aqueles que têm recém-nascidos) nas possíveis pessoas que seriam ou serão chamados de padrinhos por seus filhos. Muitas vezes, os laços afetivos são levados mais em consideração do que o exemplo e o apoio cristão que os escolhidos podem dar às crianças; e, no futuro, isso pode ter sérias consequências. A causa de uma “má escolha” de quem serão os padrinhos pode ser pelo fato de que muitos pais — e grande parte de nós, católicos —, não têm consciência do que é o Batismo. Sendo assim, a primeira decisão a ser tomada é a de conhecer o significado deste Sacramento, para viver da melhor forma possível o grande dia em que seu filho se tornará membro do Corpo de Cristo, a Igreja.
“O Batismo é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus.” | Foto ilustrativa: cancaonova.com
O parágrafo 1213, do Catecismo da Igreja Católica, nos ensina que: “O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão.” Ademais, São Gregório Nazianzeno nos explica de maneira clara e muito profunda o que é este sacramento: “O Batismo é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus. (…) Dom, porque é conferido àqueles que nada trazem; graça, porque é dado até aos culpados; Batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio; iluminação, porque é luz resplandecente; veste, porque cobre nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é o sinal do senhorio de Deus”.
Muito bonito, não é mesmo?! Agora sim, cientes da grande graça que é o sacramento do Batismo, você, juntamente com seu cônjuge, precisa saber escolher muito bem quem irá apadrinhar seu (sua) filho (a), contribuindo em sua formação como católico e fiel seguidor de Cristo.
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O padrinho e a madrinha têm papel fundamental na educação cristã do novo batizado, por isso, eles precisam ser cristãos firmes, capazes e prontos a ajudá-lo em sua caminhada. Isso vale também para os catecúmenos (adultos que estão se preparando para receber o Sacramento). Os padrinhos carregam consigo uma missão eclesial, ou seja, uma parcela de responsabilidade no desenvolvimento e na conservação da graça recebida no Batismo. São cooperadores da vocação cristã recebida pelo batizado, atuando como verdadeiros guardiões da graça de Deus na vida daquele que lhe foi confiado diante da Comunidade e, principalmente, diante do Pai do Céu. O afilhado deve encontrar nos seus padrinhos o exemplo que ele precisa para ser um bom cristão e honesto cidadão em todas as dimensões em que estiver inserido, seja na sociedade, na Igreja ou no seio familiar. E também constatar neles pessoas de fé, que sejam para ele alicerce e fortaleza nos seus momentos de crises, dúvidas e provações na caminhada espiritual.
Sem status
Ser batizado é uma grande graça, um grande presente do céu, por isso, existem fatores muito mais importantes e relevantes para a escolha dos padrinhos do que os bens materiais que possuem, do status na sociedade e até mesmo dos laços familiares. Não basta apenas serem pessoas boas, isso é importantíssimo, contudo, é indispensável que sejam bons cristãos católicos, inseridos na vida paroquial, ativos na Igreja, pessoas de oração que se comprometam com a salvação da alma do seu filho. Sendo assim, diante da escolha dos padrinhos, pense consigo mesmo: “Estas pessoas serão exemplo para o meu filho? Poderão educá-lo na fé junto a mim? Quando eu não conseguir, eles farão meu papel na formação que meu filho precisa para não se afastar dos caminhos de Deus?”. Veja bem, não estamos tratando de padrinhos de formatura ou outra cerimônia civil, estamos falando de padrinhos de Batismo, o sacramento que nunca poderá ser apagado da alma do seu filho e que o faz, por graça, filho de Deus, co-herdeiro de Cristo no Reino dos Céus.
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