Uma das grandes graças da nossa Igreja Católica Apostólica Romana é o fato de ser iluminada por uma liturgia, que atualiza a história da salvação nos ritos e nas celebrações para nos despertar à esperança escatológica. “Esta é a razão pela qual, na liturgia, a Igreja celebra principalmente o mistério pascal pelo qual Cristo realizou a nossa salvação” (CIC 1067). Na liturgia, a Igreja anuncia e celebra o mistério de Cristo, a fim de que os fiéis vivam e deem testemunho dele no mundo. Essa é a riqueza da liturgia, que, através das celebrações, realiza o culto divino e anuncia o Evangelho.
É muito comum ouvirmos, nas igrejas, o termo “festa” para designar toda e qualquer celebração. Todavia, como nos propõe a liturgia – participação do povo na obra de Deus – CIC 1070, essas celebrações são subdividas em tempos litúrgicos como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Tempo Comum, fechando o ano litúrgico. Já as celebrações litúrgicas se estruturam, segundo o grau de importância, em memórias, festas e solenidade. As solenidades são as principais celebrações, seguida das festas e depois as memórias, que podem ser facultativas ou obrigatórias.
Solenidade
As solenidades são as celebrações mais importantes da liturgia da Igreja e não podem ser omitidas. São exemplos de solenidades Natal, Páscoa, Pentecostes, Imaculada Conceição de Maria, Santa Mãe de Deus, Sagrado Coração de Jesus, Cristo Rei dentre outras. Nessas solenidades, recebem destaque santos de notoriedade importância na história da salvação como São José, São João Batista, São Pedro e São Paulo. As solenidades se iniciam sempre com as vésperas do dia anterior e, da mesma forma que o domingo, a celebração possui oração própria, três leituras, orações dos fiéis, Glória e o Credo.
Festa
Depois das solenidades, em grau de importância, temos as festas em honra de algum título de Nosso Senhor ou de Nossa Senhora. As festas são celebrações litúrgicas dedicadas também aos grandes santos como os apóstolos, os evangelistas e alguns mártires como, por exemplo, São Lourenço. As festas possuem orações próprias e o Glória, mas possuem apenas duas leituras.
Memória
Por fim, as memórias, em grau de relevância, são as menores dessas celebrações. Geralmente, referem-se à celebração de um santo, mas ainda pode celebrar algum aspecto ou título da vida de Nosso Senhor ou da Virgem Maria. Liturgicamente, não existe diferença entre a memória facultativa (que pode ser celebrada ou omitida) e a memória obrigatória. É celebrado o sacrifício pascal de Cristo com ênfase no testemunho de fé e na memória do santo celebrado que viveu de acordo com o Santo Evangelho. Quanto às leituras, elas podem ser específicas, mas, de regra geral, seguem o ciclo litúrgico com as leituras próprias do dia.