PREGADOR DA PALAVRA

Santo Antônio, por sua intercessão, fogem a peste, o erro, a morte

Natural de Lisboa, o pregador da Palavra percorreu quase 40 localidades da Europa até sua partida para a Eternidade em Pádua

Doutor Evangélico, milagreiro, confessor, íntimo amigo de Deus, sacerdote, mártir pelo desejo, trombeta do Evangelho, terror dos demônios, franciscano, pregador. Esses são alguns dos títulos atribuídos a Santo Antônio.

Natural de Portugal, Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195. Já sacerdote aos 25 anos, sentiu o chamado a seguir São Francisco de Assis. O ardor no anúncio da Palavra o levou a percorrer terras distantes. Sua evangelização chegou a localidades que hoje pertencem à Espanha, Itália, Espanha, Alemanha, Suíça, Eslovênia, Áustria e ao Marrocos. 

Créditos: Jorisvo by Getty Images

Popularmente conhecido como santo casamenteiro, os feitos de Antônio atravessaram oceanos e conquistaram o povo brasileiro. Praticamente, em toda cidade há uma igreja dedicada a ele. Entre tantos Antônios e Antônias em homenagem ao santo, Padre Antônio Vieira meditou sobre o “Sermão aos Peixes”. O texto escrito no século 17 apresenta uma atualidade incrível e propõe uma boa reflexão aos pregadores: “Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há e fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos”. 

Antônio de Pádua pregava incansavelmente o Evangelho, porém, certo dia, em Rimini, na Itália, ao perceber que as pessoas não estavam dispostas a ouvir a pregação, dirigiu-se ao mar Adriático e clamou em alta voz: “Peixes do rio, peixes do mar, ouvi. Quero anunciar-vos a palavra de Deus, uma vez que os heréticos se recusam ouvi-la”. Conta-se que, ao ouvir a sua voz, as ondas agitaram-se e inúmeras tribos desses habitantes, que povoam o mar, correram para aquele que os tinha chamado. Antônio então pregou ali aos peixes e elevou um grande louvor: “Louvai e bendizei ao Senhor, que vos favoreceu entre todos os seres da criação”. 

Pregador da Palavra

Como se fossem dotados de inteligência, os peixes faziam movimentos como que respondendo ao Santo, numa manifestação de sua adoração a Deus. Dirigindo-se aos presentes, Santo Antônio exclamou: “admirai como criaturas privadas de razão ouvem a Palavra de Deus com mais docilidade que os homens criados à sua imagem e semelhança”.

A força da Palavra de Deus é visível na vivência de Antônio. Podemos dizer que sua pregação cheia do Espírito Santo recupera o que está perdido, afasta o mal, liberta cativos das prisões. Chamado de santo ainda em vida, os sinais que acompanhavam a pregação de Antônio se multiplicaram após sua morte, em 17 de junho de 1231. Menos de um mês após seu falecimento, o bispo Jacopo Corrado solicitou ao Papa Gregório IX a abertura de um processo para canonizar o frade. O processo durou menos de um ano e foi um dos mais rápidos na História do Catolicismo. A canonização ocorreu em 30 de maio de 1232. Em seu processo, constavam 53 milagres atribuídos a sua intercessão. Entre os relatos, curas de paralisias e surdez, a história de uma menina que morreu afogada e voltou a viver, além do testemunho de tripulantes de um barco à deriva que, em meio a uma tempestade, pediram a intercessão de Santo Antônio para reencontrar o caminho de volta.

Conheça o Responsório de Santo Antônio

https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/responsorio-de-santo-antonio-2/

Referências

https://www.porciunculaniteroi.com.br/os-sermoes-de-santo-antonio.html

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000257.pdf

 

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