A Santa Missa é a celebração por excelência da Igreja. Nela se “presentifica” os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Todo o Mistério Pascal contido e descrito nas Sagradas Escrituras é celebrado na Eucaristia por meio do rito litúrgico.
Se olharmos com atenção para o rito da Missa que hoje celebramos, vamos perceber que a sua raiz se encontra nas Sagradas Escrituras. A passagem dos discípulos de Emaús (Cf. Lc 24, 13-35) nos mostra os dois elementos principais da missa: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. O evangelista Lucas nos diz que, no caminho, Jesus Ressuscitado, Aquele que celebra o sacrifício, foi explicando aos discípulos de Emaús as Escrituras. Depois de revelar as Escrituras, ele revela o Pão, a Eucaristia. No partir do Pão, os olhos dos discípulos se abriram e eles enxergam que quem caminhava com eles era o Ressuscitado, aquele que ouviram falar que vive, mas que agora contemplam. Esse mistério acontece conosco em cada Santa Missa. O padre é ordenado para, nas ações litúrgicas, fazer as vezes do Cristo Ressuscitado. Na figura do padre está o ressuscitado. Ele, após ser proclamado os trechos da Bíblia, nos revela as escrituras e, na oração eucarística, nos dá a Eucaristia, que é o próprio Cristo.
No livro dos Atos dos Apóstolos encontramos os testemunhos dos primeiros cristãos (Cf. At 2,42), aqueles que deram continuidade à ação de Cristo, e vemos que eles se reuniam como comunidade para a “fração do pão” (nome usado nos primeiros séculos para denominar a celebração da Eucaristia). Ou seja, temos o testemunho que, desde os primeiros séculos, celebrava-se a Eucaristia entre os apóstolos.
Também São Paulo (cf. 1Cor 11, 23-34), fazendo memória da Ceia do Senhor, nos testemunha que recebeu o mandato de celebrar a ceia em sua memória e, agora, transmite essa mensagem às suas comunidades. Além desses testemunhos da Escritura, também podemos enxergar alguns detalhes no livro do Apocalipse.
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A Eucaristia é a celebração do sacrifício de Cristo, mas também da sua ressurreição. A linguagem apocalíptica de João nos mostra que o céu é composto de uma grande liturgia (Cf. Ap 19-22). Lá, os santos e os anjos estão diante do Cordeiro e entoam o cântico novo, o cântico dos remidos. Lá também existe uma liturgia e, aqui, pela celebração da Santa Missa, antecipamos a liturgia que celebraremos no Céu, na eternidade. Por isso, se aprofundarmos na leitura do livro do Apocalipse e no Rito da Liturgia da Missa, vamos perceber que eles se entrelaçam. Muitas das partes da missa estão descritas no livro do Apocalipse, como também na carta aos Hebreus. Como não temos aqui a intenção de aprofundar neste estudo, deixo como indicação o livro do Scott Hahn, O Banquete do Cordeiro, é um livro simples e de um valor espiritual incalculável que nos ajuda a viver com mais fervor e amor a Santa Missa.
Espero que este pequeno artigo tenha ajudado você a amar mais a Santa Missa e a começar a entender que ela é bela porque nos revela a grandeza do céu e da eternidade.
Deus te abençoe!