“Quem não adorar não vai aguentar” – Padre Jonas Abib
Nossa vida de oração é uma prioridade de existência. Assim como o alimento é essencial para o corpo, a oração é para a vida da alma.
Talvez não levemos a sério a prioridade de alimentar a alma, porque não voltamos muito o olhar para nosso interior. Porém, podemos constatar nele o reflexo de uma alma desnutrida de oração. Almas fracas na vontade em realizar boas obras; egoístas, voltadas somente para seu próprio querer, orgulhosas, repletas de todos os vícios imagináveis e o pior, repleta de falsas virtudes que são obras belas por fora, mas cheias de orgulho e vaidade por dentro.
Por isso é necessário, antes de tudo, estar convicto de que a vida de oração é uma prioridade que não podemos deixar em segundo plano; ela é a base para o nosso relacionamento com Deus e para o desenvolvimento da nossa vida espiritual. É impossível crescermos espiritualmente sem uma vida de oração constante. Ninguém vive sem respirar, ninguém tem um corpo saudável sem uma alimentação adequada. Da mesma forma, a alma precisa desse alimento espiritual. Uma alma saudável dedica tempo a sua vida de oração.
Levando em consideração o princípio dessa realidade, podemos falar sobre oração ao ritmo da vida. Ritmo diz de uma constância. É certo que nossa vida tem um ritmo, uma rotina e, alguns dias, somos surpreendidos por mudanças bruscas, por diversas causas. É nessa perspectiva que devemos introduzir nossa vida de oração como uma prioridade diária. Assim como temos nosso horário para as refeições, devemos saber qual é nosso horário de alimentar a alma.
Santa Teresa de Ávila nos ensina sobre o trato de amizade com Deus. Precisamos lembrar que nosso relacionamento com o Senhor é a maior amizade que devemos cultivar. Assim como quando marcamos uma reunião ou um encontro com um amigo, devemos dar uma atenção maior ainda para esse encontro com Deus. Se alguma coisa aconteceu e, realmente, estamos impedidos de ir, precisamos “avisar”, devemos nos desculpar e, por fim, procurar encontrar esse tempo em algum outro momento como primordial. Mas, simplesmente, deixar de lado como se fosse qualquer coisa não é a forma como um amigo deve se relacionar, pois demonstra também o pouco amor que temos com Deus e pouca consideração. Talvez tratemos Deus de forma inferior até dos nossos relacionamentos com pessoas desconhecidas, para as quais damos satisfação quando não vamos poder mais encontrá-la.
Temos que cavar tempo em nossa vida de oração, não a deixar como algo secundário. Procurar tempo quando as coisas fogem da nossa rotina, quando as coisas mudam sem termos controle dos fatos da vida, é cavar tempo de maneira justa. Por exemplo, procuramos dormir mais tarde para entrarmos em diálogo com Deus. Ou o contrário, verificar que, por vezes, faz-se necessário acordar mais cedo para conseguir dar as primícias para o Senhor. É preciso ser realista sobre a própria rotina. Quem ama de verdade percebe que, talvez, a única maneira seja acordar mais cedo ou dormir mais tarde, então tudo fazemos porque queremos estar com quem amamos.
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O princípio de todo pecado é a recusa em adorar a Deus. Se cometemos outros pecados, é porque, em algum momento, deixamos de adorar, deixamos de dar o tempo que é devido a Jesus. Por isso, após termos conquistado e fixado com a constância esse tempo diário devido a Deus, isso naturalmente irá transbordar para todo o nosso dia.
Ao darmos o devido tempo exclusivo para Deus, vamos, consequentemente, ter essa lembrança constante da presença d’Ele. Dessa forma, vamos nos lembrar de tudo fazer com Deus. Entregar o início de todos os nossos trabalhos para a glória de Deus. Perguntar qual caminho devemos seguir, entregar nossos dilemas e desafios. Fazer tudo com amor, pois de nada valerá tudo o que fizermos se nossas obras não forem realizadas com a caridade. Só é possível ter oração ao ritmo da vida quem coloca Deus como centro e prioridade em seu coração. Se, no centro do nosso coração, está Deus, tudo que fizermos será com Ele e para Ele.
Então nossa vida será oração, ou seja, será um diálogo constante com quem amamos, e tudo que fizermos será uma forma de demonstrar nosso amor para Ele. Se alcançarmos esse objetivo, trilharemos o que Santa Teresinha também explicou como sendo a Pequena Via. Padre Jonas nos ensinou a oração ao Ritmo da vida, que é ser capaz de transformar tudo em oração.
A oração é nossa forma de buscar amar a Deus e refletir seu Amor para quem está ao nosso redor.