“A alegria do Amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”
A alegria do amor! Este é o nome da Exortação apostólica pós-sinodal que trato sobre o amor na família. Providencialmente foi datada 19 de março, dia da solenidade do glorioso São José. Tal documento é resultado de dois sínodos sobre a família convocados por sua Santidade, o Papa Francisco. Além dos sínodos existem contribuições de diversas conferências episcopais como a do Quênia, Austrália, Argentina… Não resta dúvida, trata-se de um trabalho de uma riqueza imensurável que ajudará as famílias do mundo todo.
A primeira coisa que chama a atenção do leitor é sua extensão e articulação. A mesma está dividida em 9 capítulos e contém 325 parágrafos.
Família: santuário da vida
O primeiro parágrafo chama muito atenção: “A alegria do Amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”. (N-1). A Igreja se rejubila com o amor que vivem as famílias. Por isso mesmo ela quer que as famílias cresçam cada vez mais no amor sincero e verdadeiro.
Infelizmente muitos estavam preocupados se o Papa liberaria ou não casais de segunda união a receberem a comunhão. Sem dúvida esse é um assunto importante, mais não é esse o foco da exortação. Trata do reconhecimento da família como célula mãe da humanidade. Destruir a família é eliminar a humanidade. A família é o santuário da vida. Portanto, defender a família é a melhor maneira de construir um mundo melhor.
Formação dos noivos para o matrimônio
Um ponto que se deu um valor todo particular foi quanto a preparação dos futuros casais. O Papa entende que muitos problemas no matrimônio hoje é consequência de uma má formação durante o período em que os noivos se preparam para receber o sacramento. A catequese precisa levar os jovens a descobrirem a beleza e o valor do matrimônio.
Outro ponto ressaltado pela exortação foi o convite à oração. As famílias precisam rezar juntas. A oração constitui um elemento indispensável na vida familiar. Uma oração simples mas de uma eficácia grandiosa é o terço rezado em família. Os pais precisam ter diariamente momentos para rezar com a família. Família que reza unida permanece unida. Aqui está o segredo das uniões duradouras, casamentos que durem até que a morte os separem.
“Jogar beijo” para Jesus é bom
O Papa fala do ensinamento da parte dos pais para com os filhos no que toca a sacralidade das coisas. Ensinar para o filho a jogar beijo para Jesus Eucarístico e beijar as imagens no sentido de devoção. Coisas simples, mas que infelizmente foram perdidas pelas famílias católicas. Ensinamento passado de pai para filho, que hoje precisa ser retomado.
É dada uma ênfase toda particular sobre o amor humano vivido na família. Segundo ele é na família que se vive o amor humano transfigurado pela caridade, e nesse amor Deus acende o fogo no coração de seus membros, e desta forma, transforma cada lar em Igreja doméstica.
Dom Demetrio Fernández bispo de Córdoba (Espanha), comentando a exortação afirma: “O matrimônio é o sacramento que consagra o amor humano, cujas raízes estão na mesma natureza humana: um homem e uma mulher, iguais em dignidade, distintos para ser complementares, abertos à vida, em comunhão de vida e amor para sempre até que a morte os separe”. O matrimônio é uma forma concreta onde o amor de Deus se manifesta.
O Papa Francisco analisa às diversas dificuldades pelas as quais muitas famílias se encontram, especialmente os casais de segunda união. Ele diz que estas famílias precisam ser acolhidas no seio da Igreja, pois ninguém está fora da misericórdia de Deus.
Elenildo da Silva Pereira
Candidato ao sacerdócio – Comunidade Canção Nova