SANTA CLARA DE ASSIS

Não perca de vista seu ponto de partida

A santidade e a virtude da perseverança

“Se você sofrer com Ele, com Ele vai reinar; se chorar com Ele, com Ele vai se alegrar; se morrer com Ele na cruz da tribulação vai ter com Ele mansão celeste nos esplendores dos santos.” Trecho da carta de Santa Clara de Assis à Inês de Praga

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Talvez você já se propôs firmemente a fazer algo, mas quando viu que demandava muito esforço desistiu. Talvez já se comprometeu com alguma penitência mas não conseguiu cumpri-la. Ou ainda, começou algum projeto, mas abandonou depois de um tempo.

A nossa humanidade nos faz altamente voláteis e inconstantes. Quando nos deparamos com os esforços e exigências necessárias para alcançar as metas e propósitos que, de maneira entusiasmada, traçamos, nos vemos incapazes de percorrer o caminho até o alvo porque sabemos quão fracos somos.

Mas isto não precisa ser uma sentença. São Josemaria Escrivá diz que “começar é de todos; perseverar, de santos.” Aqueles que contam com a graça de Deus, que assumem com coragem seus propósitos e lutas e as entregam ao Cristo, recebem Dele o prêmio: a graça de perseverar até o fim, na busca pelo céu, mas, sobretudo, nas lutas diárias e cotidianas.

O autor da Carta aos Hebreus escreve no capítulo 10: “É de perseverança que tendes necessidade para cumprirdes a vontade de Deus e alcançardes o que Ele prometeu”. A perseverança é indispensável na nossa caminhada com Deus, porém não é inerente à nossa humanidade. É graça dada por Ele, mas é virtude, é busca.

Hoje, dia 11 de agosto, a Igreja faz memória de uma admirável e perseverante santa dos altares: Santa Clara de Assis.

Era Domingo de Ramos quando a jovem Clara decidiu abandonar a riqueza de sua família para viver a riqueza da vida com Deus. Clara encontrou-se com Francisco, seu grande amigo e pai espiritual, que cortou-lhe os cabelos. Naquele dia, ela vestiu o hábito e a partir daquele momento, tornou-se esposa de Cristo, virgem, humilde e pobre.

Aquela bela atitude não era isenta de lutas. Santa Clara resistiu às duras pressões de seus familiares que não aprovaram sua escolha e tentaram fazer com que ela desistisse. Mesmo diante disso, ela nunca deixou de olhar para Aquele que a havia chamado, pois sabia que se deixasse, ela não alcançaria as promessas do Senhor para sua vida e vocação.

Mesmo depois de sua decisão por Cristo, ela viveu grandes provas. Seu destemor frente às situações não era fundamentado em homens. Ela sabia para Quem ela havia dado sua vida e por isso O foi fiel por toda a sua vida. Durante a invasão do convento de Assis pelos sarracenos, Santa Clara apanhou o ostensório com Santíssimo Sacramento e o ergueu, dizendo àqueles homens: ”Jesus Cristo é mais forte que vocês.” Os invasores fugiram.

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Santa Clara ficou doente por 27 anos e suportou, perseverante no Cristo, todos os sofrimentos de sua doença. Em seu leito, rezava sem cessar. Ela nos ensina que a vida de santidade se dá por uma busca perseverante por Deus e, para isso, é preciso se aplicar na fiel vivência da Palavra de Deus e na vida de oração.

Por fim, em uma carta à sua amiga Inês de Praga, Santa Clara diz: “não perca de vista seu ponto de partida”. Sendo Cristo o autor de todo chamado à santidade, é Ele o sustento do caminho. Com o coração perseverante, O busquemos, até o fim.