SOU EU

A preferência de Jesus é pelos necessitados

É preciso esvaziar. É preciso deixar. É preciso morrer…

A sabedoria popular costuma condensar os aprendizados e saberes acumulados ao longo dos tempos e das experiências sociais. Foi assim que crescemos ouvindo expressões como: “Filho de peixe, peixinho é”; “Diga-me com quem tu andas e eu te direi quem és”; ou ainda: “Pau que nasce torto, até a cinza é torta”. O que essas expressões trazem em comum é o determinismo acerca de quem somos e uma imutabilidade sobre o que viremos a ser.

“Os terrenos mais propícios à fecundação da semente do Evangelho são os nossos corações” | Foto ilustrativa: cancaonova.com

É neste contexto que, quebrando as expectativas e previsões, se insere a pessoa de Jesus e a misericórdia do Pai que Ele vem trazer. Completamente incompreensível aos padrões e sistemas, o amor de Deus na pessoa de seu Filho Jesus tem uma preferência pelos mais necessitados, mais abandonados, mais pobres, mais desvalorizados, pois, nesses corações, encontra-se o “húmus”, tornando os terrenos mais propícios à fecundação da semente do Evangelho.

Sobre o húmus no solo há uma coisa importante a saber: ele é matéria orgânica depositada no solo, que resulta da decomposição de animais e plantas mortas ou de seus subprodutos. Na formação do húmus há a libertação de diversos nutrientes, em especial o nitrogênio, o que acaba tornando o húmus um fertilizante orgânico para a agricultura.

São Francisco

Veja que interessante: para que o húmus se forme no solo é preciso que animais e plantas morram. Então, por analogia, para que no coração do homem haja húmus espiritual, é preciso morrer para o mundo e para as coisas do mundo. Já nos ensinava São Francisco: “É morrendo que se vive para a vida eterna”.

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Os mais pobres já estão mortos para o mundo, pela própria vida de privação a que são submetidos. Por nada terem de material, a nada se apegam. Mas quando passamos a ter posse de algo, mesmo que pouco, corremos o risco de sermos “possuídos” pelo desejo de sempre ter mais e, assim, perdermos o foco do essencial.

Para além do que você viveu até hoje, o Senhor te olha sempre como potência. Ou seja, aquilo que você pode vir a ser. Porém, não se enche um copo que já está cheio. É preciso esvaziar. É preciso deixar. É preciso morrer… Para, então, ser preenchido, ser encontrado, voltar a viver.

Deus te abençoe nesta jornada!

Christian Moreira
Missionário da Com. Canção Nova

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