Dar a Deus o que é de Deus! (o nosso coração, a exemplo da Virgem Maria)
Hoje somos convidados, por nossa Mãe Celestial, a Virgem Maria a repetir sua oferta total a Deus. Ao relembrar nessa data, sua apresentação ao templo, contemplamos seus pais Santa Ana e São Joaquim, conduzindo a pequena Maria menina a ser toda de Deus. Eles sabiam que a gestação que gerou Maria foi um milagre, e sabemos por tradição que seus pais como resposta já haviam prometido dar a Deus sua filha para servir no templo.
Ao meditarmos, Maria provavelmente com cerca de três ou quatro anos de idade, subindo as escadas do templo, somos chamados também a seguir seus passos. Hoje Maria, nossa Mãe, também repete o que seus pais Joaquim e Ana fizeram com ela, e ela nos conduz até o templo e nos convida a consagrarmos toda nossa existência para Deus.
Na sua tenra idade, ela ainda não tinha dimensão dos planos de Deus Pai para ela, e assim hoje, talvez também nós não temos a total clareza de qual é nossa missão nesse mundo. Porém, o mais importante não é ter o roteiro da nossa missão, o plano de Deus para nós nos mínimos detalhes. Nossa vida deve seguir os passos de Maria, um sim total diariamente. Se Maria soube responder ao Anjo Gabriel, “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”, é porque ela, ainda pequena, já havia também aprendido que sua vida era para fazer a vontade de Deus.
Fazer a vontade de Deus, é dar a Deus o que é de Deus, e o que somos afinal? Somos seus filhos, e todo Pai quer o melhor para cada um dos seus filhos. Logo, fazer a vontade de Deus como Maria fez é encontrar o caminho mais perfeito para a própria realização. No entanto, não falamos de realizações humanas dessas que só os homens são capazes de ver no nível material. Falamos da verdadeira e plena realização humana, que eleva a alma do homem ao seu mais alto nível interior, falamos de alcançar a própria santidade. Não é possível mirar como exemplo Maria, sem ver nela o esplendor da graça, ela é a “Cheia de Graça”, a que foi preservada do pecado, e por isso foi eleita para ser a Mãe do Salvador. E se ela alcançou tantos méritos e graças e goza de plena felicidade, foi porque se submeteu a fazer a Vontade de Deus, se submeteu aos planos de Deus, se submeteu desde criancinha, não se opôs a ser consagrada a Deus por seus pais, mas docilmente se entregou a fazer o que Deus queria.
Como católicos, também devemos conservar esse santo e bom costume de entregar e consagrar nossos filhos para Deus, pois eles são pertenças de Deus e o Pai do Céu é o primeiro a querer a plena realização e felicidade de seus filhos. Se você é pai e mãe, e nunca fez esse ato de entrega, te convido a hoje entregar a vida dos seus filhos para o serviço de Deus, com certeza o céu acolhera com alegria essa oração profunda, e conduzirá o caminho deles, como conduziu o de Maria menina para ser a Mãe de Jesus.
É esse o convite dela como Mãe a nós seus filhos, consagrar tudo o que somos e o que fazemos a Vontade de Deus, a querer no mais profundo do nosso interior fazer e seguir o projeto para nossa vocação, para nossa existência. E como tudo isso se dará? Não precisamos inquietar nossa alma. Basta fazer com amor e ofertar todos nossos atos, nossos deveres diários da melhor forma possível, sem contestar ou reclamar. Sem se irritar ou inquietar-se, pois a santidade não consiste no que os homens são capazes de ver, mas na intensidade de amor que fazemos para Deus. Qual é meu dever neste momento? Então aí está a vontade de Deus, e se fazer a vontade de Deus é a maneira de amá-Lo, então o farei com todo meu zelo, pois sei que assim estou agradando Seu Sagrado Coração. E o que é meu dever neste momento é algo que os outros podem ver ou não, isso não é o essencial, o essencial é, se no escondido do meu coração estou fazendo por amor a Deus ou não.