No mês de agosto, a Igreja celebra as vocações, reservando para cada semana para uma vocação.
No primeiro domingo deste mês vocacional, lembramos da vocação ao ministério ordenado e lembramos de todos os presbíteros, diáconos e bispos. No segundo domingo do mês de agosto, recordamos a vocação à paternidade, o Dia dos Pais e o início da Semana Nacional da Família. No terceiro domingo do mês, Solenidade da Assunção de Maria, lembraremos da vocação à vida religiosa e consagrada, que assim como Nossa Senhora abraçou livremente o chamado de Deus e deu o seu “sim”, os religiosos e religiosas abracem com amor a vocação que Deus lhes chamou. Por fim, no quarto domingo do mês, lembramos da vocação aos vários ministérios na Igreja (ministros das exéquias, da sagrada comunhão e tantos outros), e no último domingo (neste ano é o quarto), também rezamos pelos catequistas. Eles são o braço direito do padre.
Motu proprio
Em maio de 2021, o Papa Francisco institui, por meio de um Motu proprio, o ministério do catequista. Nele, o Santo Padre contextualiza a evangelização no mundo contemporâneo. Ele cita a “imposição de uma cultura globalizada” e afirma: “É necessário reconhecer a presença de leigos e leigas que, em virtude de seu Batismo, sentem-se chamados a colaborar no serviço da catequese”.
Além disso, o Papa enfatiza a importância de “um encontro autêntico com as gerações mais jovens”. Francisco observa “a necessidade de metodologias e instrumentos criativos que tornem o anúncio do Evangelho coerente com a transformação missionária da Igreja”.
Para celebrar esta última semana vocacional, a nossa equipe entrou em contato com a catequista, Regina Silva, de 39 anos, da cidade de Valparaiso (GO), que foi convidada para a cerimônia de instituição do Ministério do Catequista. Confira o relato de como foi o encontro:
“O convite surgiu a partir do Bispo da Diocese de Luziânia, Dom Waldemar Passini, para instituição do Ministério do catequista.
Dom Waldemar falou, após uma reunião com o clero, para escolher dois catequistas dentro da diocese para serem instituídos, eu e também o catequista Wanderson Correia fomos escolhidos para representar a diocese. Fiquei muito emocionada.
Até então, eu achava que seria instituída pelas mãos do nosso Bispo. Mas Dom Waldemar falou eu viajaria para Roma e que eu seria instituída ministra pelas mãos do Papa Francisco. Nossa! Nesse momento eu fiquei sem palavras! Eu só chorava por tudo que eu passei, por todas as dificuldades de ser catequista.
Fui escolhida no meio de tantos catequistas dentro da nossa diocese, catequistas muito bons, cada um com suas histórias, dores e alegrias dentro desta missão. Nós começamos a correr atrás das documentações e do que era necessário para que desse tudo certo nossa viagem. Não foi fácil, pois nós estávamos no período da pandemia.
Nós viajamos no dia 10 de janeiro e chegamos em Roma no dia 11 de janeiro, ficamos em isolamento por 10 dias. Naquele mesmo dia, Dom Francesco, padre responsável por nos acolher em Roma, juntamente com os outros dois catequistas do Peru, nos levou para conhecer o Vaticano, a Basílica de São Pedro.
Foi uma emoção muito grande pisar ali e saber que eu estava representando milhares de catequistas. Sabíamos que nós não estávamos ali por só por nosso mérito, mas estávamos levando um pouco de cada catequista, pois acabamos descobrindo que seríamos os únicos do Brasil que ali estariam representando a todos os outros, e, logo de imediato, descobri também que era a única mulher que estava representando a América Latina.
No dia 22, logo cedo, iria acontecer a cerimônia de instituição do Ministério do Catequista. No dia seguinte, mal conseguimos dormir por estarmos tão nervosos. Levantamos cedo e fomos passar por um último ensaio, antes da instituição. Naquele momento, um dos cerimonialistas me convidou para fazer a prece dos fiéis no idioma português. E, em seguida, convidou os oito catequistas que ali estavam: cinco homens e três mulheres. Nós e os sete leitores fomos para a sala da Pietá onde fizemos um grande círculo e ficamos aguardando. Foi quando avistamos o Papa Francisco, que, de forma muito humilde, veio ao nosso encontro. Ao falar com o Papa, disse que os catequistas do Brasil o amavam, ele agradeceu e enviou a bênçãos a todos.
Ele nos deu de presente um terço e logo fomos para cerimônia. Então, fomos chamados cada um pelo nome e respondemos com: “ecomi“, que quer dizer: “Eis-me aqui”; e dávamos um passo à frente. Em seguida, fomos em fila e ficamos em frente ao presbitério, nos ajoelhamos e fizemos o juramento de levarmos Jesus Cristo a todas as pessoas pelo resto da nossa vida; e ainda saímos em fila, subia um de cada vez ao presbitério para receber o crucifixo. Quando chegou a minha vez, me ajoelhei, confirmei o meu juramento; e o Papa Francisco me entregou o crucifixo. Ao olhar Jesus Cristo na cruz, me perguntei que amor é esse que me trouxe aqui, e também disse: “Se me escolheu, estou aqui”.
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Que o Senhor envie o Espírito Santo ao encontro de cada catequista no Brasil e em toda América Latina, que eles sintam o que estou sentindo e que tenham o desejo de anuncia-Lo a todos; e que todos sintam a presença d’Ele em cada catequista”.
Ser catequista não é somente um trabalho voluntário é um compromisso com Deus, com os pais, crianças, adolescentes, jovens e adultos… Uma vez catequista, sempre catequista.”