“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
É com esse versículo que começo a nossa reflexão de hoje: como anda a sua comunicação? Ela tem despertado a ira ou desviado o furor ou promove o bom relacionamento com o outro? A comunicação é um tema que sempre aparece quando atendo pessoas e vou ouvindo as situações da vida delas. Não é incomum afirmações sobre a dificuldade de comunicação na família, com filhos, no casal, no trabalho, com os amigos.
Ouvir, de fato, é uma arte, pois, muitas vezes, este ato passa pela necessidade de nos liberarmos de julgamentos. Como assim? Muitas vezes, ouvimos já pensando na melhor resposta a dar, nas justificativas, na nossa defesa. E, neste momento, você parou de se comunicar. Sim, parou, porque colocou travas em seus ouvidos e já não perceberá integralmente o que o outro diz.
Uma palavra que não foi bem colocada, uma dificuldade de expressão, um ‘não’ que deveria ser ‘sim’, um ‘sim’ que deveria ser ‘não’… São muitas as formas de comunicar que podem favorecer ou não o relacionamento com o outro. Tais travas, limites ou bloqueios, digamos assim, são o começo de uma comunicação não assertiva. Por assertividade entendemos a forma direta, educada e eficaz de me comunicar com o outro.
Como, então, pensar numa comunicação assertiva, ou seja, aquela que diz o que realmente quer dizer? Uma coisa importante deve ser avaliada: Sou uma pessoa que tem dificuldade de colocar limites? Há necessidade de ser aceita nos meios em que estou? Se você se identifica com esse jeito, é bem provável que sua comunicação nem sempre seja assertiva.
Uma pessoa assertiva é aquela que consegue expressar sentimentos, opiniões, que justifica e explica sem agredir e de forma honesta com si mesma, levando em consideração o outro. Se essa comunicação é assertiva, as chances de um relacionamento saudável ser estabelecido entre as duas partes ou num grupo é cada vez maior.
Colocar-se no lugar do outro é um dos primeiros e mais importantes passos: “Eu gostaria de ouvir o que estou dizendo para o outro? Se eu ouvisse isso, como me sentiria?”. Esse pequeno e simples exercício nos levaria a uma compreensão muito mais clara das situações que vivenciamos e das dificuldades que temos na comunicação. Se, por um lado, a comunicação assertiva cria pontes e facilita os relacionamentos, a comunicação agressiva ou passiva impede que tenhamos qualidade mais expressiva neles. A agressividade, infelizmente, tem se propagado pelas redes sociais e pelos relacionamentos.
Claro que, muitas vezes, seremos mais secos e objetivos, porém, unicamente agressivos não chegaremos a lugar algum; e aí mora o perigo. Evitar conclusões precipitadas ou baseadas em situações nada concretas pode contribuir para que a sua comunicação se torne melhor a cada dia. E, cada vez mais, vemos situações de intolerância na comunicação, assim, parte para relações agressivas e destrutivas.
Ouvir e respeitar a diferença do outro se torna, cada vez mais, um desafio no relacionamento, mas é a partir da observação que fazemos das nossas atitudes; conhecendo-nos, é que podemos crescer na comunicação e no retorno que damos ao outro e também em nossas práticas cristãs.
Elaine Ribeiro
Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.
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