A alegria, fruto do Espírito Santo, pulsa em mim por escrever, pela primeira vez, neste sagrado espaço, o site do Santuário Pai das Misericórdias. Isso é para mim um ato celebrativo. Sim, estou celebrando as misericórdias d’Ele sobre mim; e é somente assim que consigo encarar esse novo desafio. O meu intuito é um só: fazer, por meio de meus textos, que você se achegue com confiança extravagante nos braços desse Pai misericordioso, que nos olha, nos instrui e nos inspira. Assim iremos, combinado?
Estamos vivenciando tempos em que a misericórdia do Pai está disponível. E por que não dizer: escancarada a todo aquele que o invoca e o invoca lealmente. (cf.: Salmo 144,18).
Ao mesmo tempo, nossos dias estão marcados por influenciar a sociedade num ritmo alucinante, frenético, veloz, parece que tudo está delineado para que não haja espera em quase nada. Você notou que estamos sendo doutrinados para que tudo seja regido pela pressa? É a máxima do: quanto mais rápido menos traumático ou quanto mais rápido menos trabalho.
Tempo de frieza
É a pressa “dando as cartas” no cotidiano das pessoas. Há pressa em fazer; pressa em comprar; pressa em responder; pressa em chegar. Mas a pergunta que lhe faço ante a essa famigerada correria: “Até que ponto sua pressa tem te aperfeiçoado?”.
É preciso distinguir o dinamismo tão fundamental, na nossa maturidade humana e espiritual, da pressa imposta por um mundo consumista, movido pela frieza dos números e dos resultados obtidos, independente se os métodos são aprovados por Deus ou não.
O dinamismo tem a marca da excelência, da prontidão. O Pai das Misericórdias, por Seu Filho, enviou Seu Santo Espírito e nos quer dinâmicos, pois, o próprio Espírito é o dinamus (força) da vida da Igreja.
Imediatismo
Lembro-me de que cresci ouvindo dentro de casa a expressão: “A pressa é inimiga da perfeição”. Você também já deve ter ouvido ou até mesmo dito isso a alguém ou a muitos.
O entendimento que lançamos aqui sobre a pressa é o de que essa postura revela relaxo, descuido, falta de foco, pouco zelo, enfim, o apressado interrompe processos necessários e preciosos para o seu amadurecimento, para um aprendizado mais assertivo.
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O Pai das Misericórdias, apesar de ser onisciente, tudo sabe; onipotente, tudo pode; e onipresente, em tudo está; isto é, Ele não trabalha na vida dos filhos em série. Seu proceder paterno é artesanal, minucioso, absolutamente zeloso. O ritmo dos feitos do Pai em nossa vida não se altera pelos chiliques e birras que fazemos, filhos que querem tudo ou quase tudo no seu ritmo e não no ritmo do Pai. Até para a ira o Pai é lento, ou seja, a prioridade é a Misericórdia, o Senhor não quer perder nenhum daqueles que o Pai os confiou.
Quando você espera no Pai que governa o universo com misericórdia, você não fica isento das pelejas da vida, das adversidades, das tribulações, mas apesar das lutas, se instala uma confiança sóbria em seu interior, e há uma convicção: o Pai está trabalhando, não tenho o que temer!
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É preciso colaborar
Mas que fique bem claro, não é só esperar por esperar, pois quem espera no Pai, vai ao encontro D’Ele, permanece N’Ele, pois braços cruzados não te entrega mérito algum. É preciso colaborar.
“Mas Tu, ó nosso Deus, és benigno e verdadeiro, és magnânimo e tudo governas com misericórdia.
Mesmo pecando, somos teus, pois acatamos o teu poder, mas não pecaremos, sabendo que somos teus” (Sabedoria 15,1-2).
O autor sagrado desse livro faz uma verdadeira convocação à confiança no Deus da misericórdia, seus pecados não têm o poder de lhe escantear da pertença ao Pai misericordioso, mas, ao mesmo tempo, quem acolhe o poder d’Ele reata a aliança com Ele.
Caro irmão leitor, deixar de confiar é abrir espaço para pecar. O Pai tolera, espera, trabalha… Enquanto isso, você ora, confia e colabora, não tem como dar errado.
Fogo na alma!
Evandro Nunes
Membro da Renovação Carismática Católica na Diocese de Santo Amaro (SP), tem se dedicado à vida missionária desde 2010, exercendo o Ministério da Pregação em todo o Brasil e no exterior. Casado, Nunes também é autor dos livros ‘Do Céu para você’ e ‘Se Tu queres Senhor, eu quero’, ambos lançados pela Editora Canção Nova.