“O amor tem paciência, o amor é serviçal, não é ciumento, não se pavoneia, não se incha de orgulho, nada faz de inconveniente, não procura o próprio interesse. Não se irrita, não guarda rancor, não se regozija com a injustiça, mas encontra a sua alegria na verdade. Ele tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1Cor 13,4-7)
O que seria de uma família sem amor, uma família que não vive o amor? Foi essa pergunta que me fez chegar até a Carta de São Paulo aos Coríntios no belíssimo Hino ao Amor do capítulo 13. Quando penso em família, eu olho para a minha e vejo quão bela realidade nós vivemos, não sem dificuldades, mas permeada de amor, de ver o outro bem, feliz, acertando na vida. Em família, nós nos desnudamos e, somos, de fato, quem somos, não há representação. As falhas, os erros, os limites e pecados estão à mostra todos os dias, mas é justamente neste lugar que me sinto livre por ser quem eu sou e saber que, ali, eu amo de verdade e sou amado, sacrifico-me por amor e vejo os outros também se sacrificarem por amor; esforço-me e vejo os meus se esforçarem para ser melhor, para retribuir em gratidão o que recebemos uns dos outros. Se não for para ter esforço nem para nos cuidarmos dia a dia, não existe família, mas um agregado de pessoas juntas no mesmo teto.
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As famílias precisam ser e retratar muito bem a Santíssima Trindade. Pai, mãe e filhos precisam buscar, na Trindade, a unidade para seus lares, pois essas três pessoas distintas e únicas, sendo uma só pessoa, conseguem nos deixar, todos os dias, admirados de sua unidade indissolúvel e distinta, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É na Trindade que nos espelhamos a viver o Hino do Amor, a Trindade é o modelo para as famílias viverem a paciência, seja nos acertos e erros, nas demoras de respostas que cada um dá dentro do lar; e quando falo de lar aqui, falo do coração da família, algo sagrado e único de cada lar.
As famílias de nossos tempos atuais não devem ter medo de se espelhar no Hino do Amor, pois o que mais a sociedade vibra é quando vê uma família – pai, mãe e filhos – se esforçando para viver a paciência, o amor que se coloca a serviço do outro sem esperar nada em troca, porque faz por amor, e não dá brechas para o ciúme, porque a verdade e a cumplicidade de cada um no lar são as regras da felicidade; não buscam o próprio interesse nem ostentam o que não são, pois, em uma família, todos são livres e devem ser livres para não usar máscaras. Cada um é acolhido em sua dignidade como pessoa, o lar de uma família deve e precisa continuar a ser o lugar mais aconchegante deste mundo, porque é a representação da Santíssima Trindade. Os pais, como primeiros responsáveis, devem incentivar em seus filhos as mais altas e belas virtudes desta vida; não podemos rebaixar a família a atos que denigrem a sua beleza por meio da pornografia, do álcool, sexo desregrado, incesto, drogas e maus tratos, pois ela foi dotada dos mais belos dons, e é a única forma que Deus encontrou para transmitir a vida e continuar a criação.
A família, ao contrário de qualquer outra instituição por lei natural, tem poder e força para mudar, primeiro, sua situação; depois, tudo que está a sua volta, por isso a família tradicional é a maior ameaça a qualquer sistema deste mundo. Um assaltante, um traficante, um pedófilo, quando veem uma família em cada um é respeitado em sua individualidade, mas que é unida e não permite invasores em seu meio, sabem que será em vão qualquer esforço para adentrar no seio desta família e lhes causar destruição. Um pai presente, firme e forte de suas convicções e de sua paternidade, uma mãe amorosa e comprometida com sua casa são a maior ameaça a todas as ideologias modernas que tentam, a todo custo, mostrar e forçar as famílias e a sociedade a abandonar a sua cultura, os seus ideias, seus princípios e suas bases que sustentam seus valores neste mundo, por isso a família jamais deve abrir mão de si, e se esforçar ao máximo para que, em seu lar, prevaleça a presença de Deus, que os bons costumes morais sejam um norte para as suas decisões, que a família seja a escola do amor, não de um amor qualquer, mas do amor que seja capaz de dar a vida pelo outro.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo §2207, nos relata a verdadeira essência da família e do qual não podemos abrir mão por nada.
“A família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações dentro dela constituem seus fundamentos de liberdade, de segurança e da fraternidade no conjunto social. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, tais como honrar a Deus e usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade.” §2207
Percebam, meus irmãos, que nada neste mundo pode substituir a família, e se ela acabar como Deus a fez e pensou, essa sociedade irá a ruínas, porque a Família é a única capaz de levar a termo e fazer tudo o que o Apóstolo Paulo nos disse no início deste texto. Eu sei que ser família não é fácil, mas não é impossível. O que temos feito para que nossas famílias, de fato, sejam estes agentes transformadores na sociedade? Comecemos dentro de nosso lar, todos os dias, a ensinar a nossos filhos e pais o que é o amor e o que realmente é ser família, pois só assim veremos um futuro melhor para todos.
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Só colhemos o que plantamos. Um solo sem ser cultivado vai qualquer coisa ou até mesmo nada, e não servirá a ninguém o que dele nascer. Mas se for preparado, adubado, semeado e cuidado, tenha certeza que, no tempo certo, os frutos virão.
O que você tem plantado no coração da sua família? Quais frutos você deseja colher em seu lar? Plantar requer persistência, habilidades e conhecimento para chegar ao resultado desejado. Não desista de sua família, não deixe faltar amor. Sua família é importante, é querida e amada por Deus. Estou torcendo por você e pela sua família para que não desistam.
Conte com minhas orações.
Deus abençoe!