Ao ver o Evangelista João narrar a cena onde ele se encontra reclinado sobre o peito de Jesus, deveríamos também nós nos imaginar nessa mesma realidade e, acima de tudo, encontrar o desejo no nosso coração de estarmos próximos ao coração de Jesus, coração esse divino, mas também humano, cujo todos os corações deveriam bater na mesma frequência e compasso.
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O coração de Jesus é uma fonte onde o amor jorra incessantemente, o lugar seguro e ideal para nos refugiarmos e nutrirmos as virtudes em nós.
Contemplando em Cristo a virtude da mansidão, não consegui desassocia-la de seu sofrimento. A mansidão do coração de Jesus se revela de muitas formas, porém, ao olhar o caminho percorrido entre o Getsêmani e o Gólgota, vê-se a nobreza e autenticidade da mansidão de Jesus.
Tal como vai nos dizer o profeta Isaías: “ Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca. ” (Is 53,7)
A mansidão do Cristo também expressa sua humildade, sua submissão ao Pai. Revela o seu coração benevolente. Uma mansidão que exala seu perfume com originalidade. “Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (Lc 22,42)
Um coração manso é um coração que vive em conformidade com a vontade de Deus. Um coração que na sua fragilidade vai se tornando cada vez mais forte. A mansidão vivida no coração do homem faz florescer outras virtudes!
A mansidão no coração de Jesus é uma âncora que o mantém fiel na vontade do Pai. Precisamos, também nós, pedir ao Espírito Santo que vá fomentando nos nossos corações a mansidão, para não nos distanciarmos da vontade de Deus.
O coração manso é também um coração paciente, e a paciência é a virtude que nos mantém firmes diante do sofrimento, das lutas e esperas.
Pedir ao Senhor um coração manso e humildade semelhante ao Dele é também pedir a graça de suportar com amor o que o Pai nos enviar.
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O coração de Jesus, com a sua mansidão e todas as demais virtudes, é um lugar onde devemos gastar tempo. É onde devemos mergulhar na contemplação e deixarmos a seu exemplo nossas ações serem transformadas. Conforme nos diz São Boaventura, que possamos ser impulsionados por essa intimidade com o Sagrado Coração de Jesus: “Levanta-te, ó alma amiga de Cristo. Não cesses a tua vigília, cole seus lábios neste Coração para aí haurires as águas das fontes do Salvador. ”
