EXPECTATIVA PARA FESTA DO PAI DAS MISERICÓRDIAS

O meu Pai é paciente

Deus age com misericórdia e paciência

Desde a nossa infância, a maioria de nós aprende que Deus é o Criador de todas as coisas, que ele é Pai e é bom. Aprendemos ainda que devemos nos comportar como bons filhos. Com o tempo, descobrimos outros atributos de Deus, aprendemos, na catequese, que Ele é um com Jesus e o Espírito Santo; descobrimos que Jesus revelou a Sua face, e n’Ele percebemos quem é o Pai.

Pois é… Ao lermos a Sagrada Escritura, percebemos que Deus Pai também é paciente, Ele tem muita paciência com o ser humano. Basta pararmos um pouco para meditar e ver o quanto Deus foi paciente com vários personagens. O Senhor foi paciente e misericordioso com Caim, e o mesmo reconheceu que fez o mal ao seu irmão, teve medo de ser castigado, mas o Senhor lhe preservou a vida (Gn 4,13-15).

 

Ele não retarda o cumprimento de Sua promessa

A paciência do Senhor também a vemos em Davi, o rei fez o mal aos olhos de Deus, deixou de ir para luta, deixou-se seduzir por Betsabé, esposa de Urias, e conseguiu a morte do marido para tê-la como esposa. Foi uma sequência de erros (cf. 2Sm 11,1-27). Apesar do mal, e do mal que colheu, Deus, em Sua paciência e misericórdia, ainda contou com ele para conduzir o Seu reino de Israel.

Ainda podemos refletir sobre as inúmeras vezes que Deus teve paciência com Seu povo no tempo de Moisés, dos profetas e do próprio Jesus Cristo.

Jesus, sem dúvida, revelou a face paciente do Pai. Na escolha que Jesus fez dos doze, vemos aqueles homens pecadores, frágeis, sem instrução, ora acertavam, ora erravam. Contudo, o Senhor não desistiu deles, exortava, instruía, amava, “pacientava-se” com eles. Jesus, num dado momento, até suspirou, era um suspiro de desaprovação pela falta de maturidade, pela falta de fé e, ao mesmo tempo, um suspiro de paciência para com Seus discípulos. Ele é paciente.

Na famosa passagem do filho pródigo (Lc 15,11-32), o pai esperava, pelo jeito ansiosamente, a vinda do filho, tanto é que saiu correndo ao seu encontro, cobriu-o de beijos, nem o deixou falar muito, porém o acolheu e ainda lhe deu anel, sandálias e um banquete. Quanta paciência! Penso que uma imagem bonita do Pai é expressa nessa parábola “quando o avistou…”; o pai estava na expectativa, estava desejando a volta do filho, por isso o aguardava pacientemente.

Jesus revelou a misericórdia do Pai, e podemos dizer que revelou a paciência do Pai. Todas as atitudes do Senhor revelaram um Deus paciente, “lento para cólera; rico em bondade e fidelidade” (Êx 34,6).

Podemos imaginar o quanto o Senhor teve paciência com Seus discípulos, com o povo, com os fariseus e mestres da Lei. Quantos ensinamentos, quantos milagres, quantas exortações! Tudo o Senhor fez por amor, com misericórdia e com muita paciência.

No entanto, por que Deus age com misericórdia e paciência? Ora, o Senhor declarou, quando chamou Levi/Mateus, que não veio chamar os justos, mas os injustos à salvação; Jesus deseja a vida do pecador (Lc 5,31-32). Por isso, bem disse São Pedro em sua carta diante do questionamento sobre a vinda do Senhor, “ele não retarda o cumprimento de sua promessa… mas quer que todos se arrependam” (2Pd 3,9).

Enfim, irmãos, estamos às portas de comemorar a Festa do Pai das Misericórdias (Dia da Santíssima Trindade), a festa do Pai é ainda a comemoração de um Deus paciente conosco, um Pai que usa de paciência porque não quer perder nenhum de Seus filhos, quer que todos se salvem. Louvemos a paciência de Deus em nossa vida; porém, a paciência d’Ele nos chama a uma conversão imediata, não podemos brincar com a paciência de Deus. Hoje, devemos buscar uma vida nova; hoje, crescer na fé; hoje, viver a santidade; hoje, ser paciente com nossos irmãos.

 

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