SER CONSOLADO PARA CONSOLAR
A história que ganhou as redes sociais nos últimos dias continua ressoando em meu interior: na UTI de um hospital no México, Dr. Antônio, de 27 anos, cuida de pacientes acometidos pela Covid 19. O jovem médico acompanha os leitos, prescreve medicamentos, mas não só isso. Ele dá comunhão aos enfermos.*
Com a pandemia, os serviços espirituais que a Igreja levava ao hospital tiveram de ser suspensos e muitos pacientes foram privados de receber os sacramentos. Mas em junho do ano passado, Dr. Antonio, católico praticante, se sensibilizou com a situação e, conseguiu, por intermédio de alguns sacerdotes, receber a investidura de “Ministro Extraordinário da Eucaristia”. Desde então, são cerca de 30 comunhões por dia na ala que atua.
Dr. Antonio entendeu que nosso povo hoje padece de Deus, da misericórdia divina. Ele já testemunhou um milagre acontecer após a comunhão de um paciente que estava havia 4 dias sem falar e, minutos depois de receber a comunhão, disse que agora “estava mais tranquilo.”
É Jesus vivo na Eucaristia que intervém na recuperação daquele que está acamado, que restaura seu físico mas, acima de tudo, preenche seu coração aflito, sem esperança, envolto em sentimentos de culpa, remorsos, medo da morte.
Trago uma outra situação que me fez refletir sobre a sede do povo de encontrar o Senhor. Trabalho há 1 mês na Assessoria de Comunicação do Santuário do Pai das Misericórdias e fiquei surpresa com a reação dos seguidores do Santuário nas redes sociais com o comunicado que publicamos de que o Santuário abriria suas portas para a participação presencial da Santa Missa.
Os comentários traziam um contraponto nesse tempo de tantos desafios: um misto de louvor, de agradecimento, emojis de alegria, de júbilo, depois de tantos dias sem poder participar presencialmente da Santa Missa, talvez sem ter ido à a celebração da Páscoa ou a Festa da Misericórdia…
Diz um ditado popular que só damos valor a algo quando perdemos. Ficar sem receber Jesus Eucarístico foi uma grande oferta para muitos fiéis, ainda que entendendo a gravidade do momento que vivemos, que demanda restrições e adaptações àquilo que antes para nós, era tão normal de se viver.
Essa alegria do filho que reencontra o Pai, do coração sedento que encontra conforto e alento na Eucaristia é o grande sinal de que o mundo hoje anseia pela misericórdia de Deus. E é nela que teremos curadas nossas chagas, nossas dores, nossas enfermidades.
Mergulhemos no abraço misericordioso do Pai nossas incertezas, medos e angústias e nos deixemos ser consolados por Ele, para que, consolados, possamos consolar aqueles que talvez estejam precisando mais do que nós.
Sejamos instrumentos da misericórdia, a exemplo desse jovem médico, que não se poupou e, mesmo em meio ao cansaço de um dia exaustivo de trabalho, levou a misericórdia de Deus aos agonizantes.
Faça de nós, Senhor, canais da Sua misericórdia a quem hoje mais necessita!
Thaysi Santos
Comunidade Canção Nova