Está bem próxima a Festa do Pai das Misericórdias do corrente ano e juntos iremos refletir sobre o tema “O Pai está comigo”. Este tema nos remete à última ceia, segundo a narrativa do evangelista São João, ou seja, os capítulos 13 a 17 do quarto Evangelho.
Antes de viver sua Páscoa de morte e ressurreição, e assim cumprir sua missão de Messias Salvador da humanidade, Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia e também o do Sacerdócio ministerial, e concedeu também a seus discípulos diversos ensinamentos a partir do gesto do lava-pés, passando pelo discurso sobre o mandamento do amor, a missão do Espírito Santo, o Paráclito, concluindo a Santa Ceia com a oração sacerdotal, que ele mesmo dirige ao Pai com a belíssima súplica: “Que todos sejam um (…) para que o mundo creia que tu me enviaste!” (Jo 17,21).
Um dos discursos proferidos por Jesus é conhecido como o da Despedida, através do qual os discípulos são esclarecidos sobre o mistério da paixão e morte de Jesus e sua gloriosa manifestação na ressurreição (cf. Jo 16,16-33). Neste discurso, os discípulos afirmaram crer que Jesus veio de Deus e em seguida o Senhor respondeu: “Credes agora? Eis que vem a hora, e já chegou, em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis sozinho. Mas eu não estou só. O Pai está sempre comigo” (Jo 16,31-32).
Leia mais:
:: A amizade também passa pela correção
:: O que são as virtudes cardeais?
:: Cresça na caminhada espiritual
Quem crê em Jesus como Filho de Deus Salvador recebe de sua fé a certeza da presença amorosa de Deus em sua vida. Sendo assim, não há motivos para temer a solidão, sobretudo quando nas tribulações e nas dificuldades da vida nossa confiança no amor do Senhor fica por vezes abalada, chegando ao ponto de nos sentirmos abandonados ou esquecidos por Deus. Nestes difíceis momentos da vida, a fé em Jesus, fortalecida pela ação da graça própria dos sacramentos da Igreja, fortalecida pela oração pessoal e comunitária, fortalecida pela escuta atenta da Palavra de Deus, fortalecida pelo testemunho da caridade aos irmãos, nos motiva a proclamar do fundo da alma: “O Pai está comigo”.
Esta reflexão me faz recordar da letra de uma canção que fora gravada por Monsenhor Jonas: “Mesmo se não te amaram, se com amor não te olharam, o Pai sempre te amou e ama; Deus com amor sempre te olhou”. Sim, meu irmão e minha irmã, creia sempre que em Cristo Jesus, o Pai das Misericórdias sempre nos amou e ama e, por isso, não nos abandona jamais nos momentos em que nossa fé é colocada à prova. Porém, se em algum momento você se sentir abandonado(a) por Deus, tenha gestos concretos de solidariedade com alguma pessoa que de alguma forma precisa de ajuda e certamente será renovada em seu coração a convicção de Jesus: “O Pai está comigo”.
Padre Wagner Ferreira da Silva
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias e Vice-presidente da Comunidade Canção Nova