SEMANA SANTA

Os sofrimentos interiores de Jesus crucificado

Adentrando a Semana Santa da Paixão e Morte de Nosso Senhor, convém que façamos uma boa preparação 

Amados filhos e filhas do Pai das Misericórdias, adentrando a Semana Santa da Paixão e Morte de Nosso Senhor, convém que façamos uma boa preparação, refletindo sobre esses acontecimentos. De modo especial, as dores interiores de Nosso Divino Salvador Jesus Cristo.

Sabemos que o sofrimento humano é um mistério, pois o encontramos em todas as realidades vividas pelo homem e pela mulher. Sabemos também que Jesus assumiu sobre si as nossas dores, então vamos dar uma olhada em nós. Olhando ao nosso redor, observamos também que a natureza e os animais passam pelo sofrimento, decorrente da sua natureza física – frio, calor, dores físicas, enfermidades e tantas outras situações como a fome e a necessidade de conservação e perpetuação da espécie.

Os animais e as plantas apenas sentem; o homem e a mulher sentem, mas têm consciência do seu sofrimento, coisas que os animais não têm. Com isso, o homem e a mulher podem, pela consciência, buscar entender as causas de seu sofrimento. No entanto, muitos dos nossos sofrimentos são de causas físicas, e por isso podemos identificar sua origem. Mas nós não paramos aí, existem sofrimentos psíquicos e emocionais, frutos de nossas experiências pessoais com as pessoas ao nosso redor, somos feridos e ferimos os outros em nosso relacionamento, isso também nos faz sofrer.

Mas existe um outro tipo de sofrimento, o espiritual, aquele que se refere à maneira como nos relacionamos com Deus. Concluindo, temos dois campos do sofrimento: o físico e o moral; o físico está sob os cuidados da medicina, já o sofrimento moral, a dor da alma, aos cuidados psíquicos e espirituais. O homem, segundo as Sagradas Escrituras, sobretudo no Antigo Testamento, é visto como um “conjunto” psicofísico, quer dizer, o seu ser é todo integrado e suas ações perpassam toda a sua pessoa a ponto de expressar a dor até em seus órgãos, como rins, fígado, vísceras e coração. Portanto, quando olharmos para Jesus em Seu sofrimento, tudo n’Ele está integrado. Fica difícil definir o sofrimento, mas a experiência humana nos leva a compreender, juntamente com a revelação, o seu sentido mais profundo da existência humana.

O sofrimento não é um mal em si, embora, em muitas situações, possamos perceber suas consequências. Eu sofro por fazer o bem, porque o bem exige renúncia para possuí-lo.  Eu sofro em razão de uma enfermidade ou de uma atitude que me traz sofrimento, como o comer ou beber excessivamente. O sofrimento pode ser entendido como ausência do bem, por isso, na busca do bem, implica a aceitação do sofrimento.

Ao Falar de Jesus, as escrituras não escondem os sofrimentos do SERVO. Em Isaías, encontramos os três cânticos referentes ao SERVO SOFREDOR, utilizados na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa. No primeiro cântico Is 42,1-7, Isaías faz a apresentação do servo e sua função; no segundo cântico, Is 49,1-6, Isaías apresenta o chamado e alcance da ação do servo; no terceiro cântico Is 50,4-9ª, Isaías apresenta os sofrimentos pelo quais o servo passará e sua incondicional confiança em Deus.

Foto: Wesley Almeida

Olhando para o Cristo Crucificado, podemos, nesta contemplação, meditar: Por que o Senhor sofreu tanto assim? Buscando as causas deste sofrimento, podemos indagar, foi por rejeição do seu povo? Não era o Messias que esperavam? Porque tanto sofrer, se ele é Santo, o Filho de Deus? O cântico do servo sofredor nos ajudará.

Durante sua vida pública, Jesus, por varias vezes, falou aos Seus discípulos sobre Sua Paixão: “O filho do homem deve sofrer, ser entregue nas mãos dos homens, e pregado na cruz; e acrescentou: Mas no terceiro dia ressuscitará.” Na Leitura da Paixão do Senhor no Domingo de Ramos, nos dará todos os detalhes dobre a Paixão do Senhor, mas quero lhes apresentar a causa mais profunda que levou Jesus à crucifixão e morte, a vontade do Pai em Salvar o homem, portanto, Jesus, ao assumir nossa humanidade, assumiu-a em todos os aspecto humanos: físico, psíquico e espiritual, tomando sobre si nossas dores e carregando sobre si nossos pecados para oferecer ao Pai, na Sua pessoa, o Cordeiro sem mancha, a Salvação do mundo inteiro.

Não foi só o sofrimento de Cristo que nos Salvou, foi a oferta de Si mesmo, foi o desejo de Seu coração que fez com que Sua oferta nos redimisse. Sua oferta foi inteira e a maior dor se assim podemos dizer de Jesus na Sua morte. Não foi o dilaceramento do seu corpo, a maior dor do Senhor, mas o desprezo das almas em não acolher a misericórdia de Deus, aponto de, na cruz, dizer ao Pai: “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem”.

Amados filhos e filhas, Nosso Senhor assumiu sobre si todas as nossas dores, por isso o seu sofrimento humano e divino foi perfeito, o Pai o Acolheu e o mundo foi salvo por Ele. Vamos aos pés da Cruz de Nosso Senhor agradecer ao Pai das Misericórdias por seu grande amor por nós e nos gloriar, junto com o Apostolo Paulo na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Uma Santa Semana! FELIZ PÁSCOA!

Com minha bênção.

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