FIDELIDADE

São Paulo, exemplo de amor e fidelidade

Paulo, o apóstolo dos gentios

Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios, como é conhecido, levou a mensagem de Cristo sobretudo às populações fora de Israel, aos pagãos, gregos e romanos, ou seja, a não-judeus. Saltou o muro que o rodeava, correu para a liberdade de consciência, seguiu a voz que um dia o interpelou.  

Sua capacidade de traduzir a fé para outros povos trouxe a ele notoriedade e provocou a ira de muitos. Não foi homem de meio termo. Amado e odiado ao mesmo tempo, tinha uma meta clara, após cair do cavalo e perder a visão, seu desejo era anunciar Jesus Cristo, este era seu foco.

Com uma vida intensa, habituado ao mundo urbano, às grandes massas, trazia consigo a altivez e a desenvoltura de um homem cosmopolita.

Cidadão romano, conheceu a estrutura opressora e exploradora do império Romano; ajudou um povo marginalizado e escravo de um grupo que se achava superior; não se perdeu pelo poder e influência que tinha, mas ao contrário, fez do Evangelho sua arma poderosa, tanto em seus discursos, quanto em suas ações. A este grande homem, admirado ainda em nosso tempo por tão grande força de resiliência, a cidade de São Paulo foi dedicada.    

Nas ruas da capital paulista vemos rostos diferentes que se misturam quase que sem individualidade. Grupos, aglomerações, a maior cidade do Brasil é, muitas vezes, retratada pelas imagens de TV com o lapso de tempo, ou seja, imagens passadas em frames acelerados, de modo que a correria e o coletivo fiquem em evidência.

Mas a linda estátua de bronze na Praça da Sé, em meio à beleza e ao abandono, denunciam quem é o patrono desta gente que insiste em ser singular, que teima em combater o bom combate. Se ao invés de imagens corridas, fôssemos transmitir em “slow motion”, veríamos esses rostos detalhados e o reflexo de um interior que pulsa por vida, por realização, por dias melhores.

Paulo e a sua fidelidade

No monumento de bronze no centro da bela Praça da Sé, vemos este rosto admirado de Paulo olhando para o alto, perplexo perante a voz de Deus que questionou seu modo perseguidor de ser.

Esta simples estátua indica que há espaço para todos, que não se transforma o homem pela espada, mas pela formação, educação e pelo ensinamento. Paulo usava a palavra e a cultura a seu favor; fundou comunidades; desenvolveu estruturas éticas e sociais, e ressaltou o trabalho: “Quem não trabalha, não deve comer”.

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Chamou ainda a atenção para a comunhão fraterna, para o amor cantado por tantos poetas, poema esse chamado Excelência da Caridade: “Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens, sem amor eu nada seria.” Paulo permaneceu fiel ao que acreditava, nada o fez mudar a estrada. Depois que o encontro de Damasco alterou sua rota, ele seguiu fiel a si mesmo e ao seu chamado.

Que no dia da fundação da cidade de São Paulo, o amor possa vencer entre nós, nos pequenos e simples gestos. Não é o extremo que transforma, mas o cotidiano, a luta e a insistência em permanecermos bons, em não trairmos aquilo que somos e acreditamos.

Cristiane Henrique da Silva
Missionária da comunidade Canção Nova

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