ATITUDES

Você conhece as Obras de Misericórdia?

As obras de Misericórdia na vida cristã

Você já ouviu falar das Obras de Misericórdia? Sim, são verdadeiramente obras, algo que você exerce no plano natural e tem efeitos sobrenaturais. Antes de qualquer fala, vejamos o que São Tiago nos ensina sobre a fé e sobre as obras: “Com efeito, como o corpo sem o sopro da vida é morto, assim também é morta a fé sem as obras” (Tg 2,26). E, dessa forma, entendemos a importância das obras para a nossa fé, pois ambas estão vinculadas e uma alimenta a outra.

Os cristãos, chamados a serem outros cristos, precisam não somente guardarem a fé, mas testemunharem e apresentá-la com a própria vida.

Os cristãos, chamados a serem outros cristos, precisam não somente guardarem a fé, mas testemunharem e apresentá-la com a própria vida. Santo Agostinho vai dizer que “a finalidade de todas as obras é o amor. Esse é o fim; é para alcançá-lo que corremos; é para ele que corremos; uma vez chegados, é nele que repousemos”.

A fim de compreendermos melhor as Obras de Misericórdia, entendamos um pouco sobre o pecado. O pecado, pode ser classificado: a Deus, ao próximo ou a si mesmo. Também pode ser divididos em carnais e espirituais (cf. CIC § 1853).

Os dois tipos de Obras de Misericórdias

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina sobre essas obras: “As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os maltrapilhos, visitar os doentes e os prisioneiros, sepultar os mortos. Dentre estes gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. É também uma prática de justiça que agrada a Deus” (CIC § 2447).

:: Como praticar as Obras de Misericórdia

Tais obras não são novidades para nós cristãos. Essas atitudes são bíblicas e ensinadas pelo próprio Senhor Jesus, vejamos: “Quem tiver duas túnicas, reparta-as com aquele que não tem, e quem tiver o que comer faça o mesmo” (Lc 3,11). E também: “Antes, dai o que tendes em esmola e tudo ficará puro para vós!” (Lc 11,41). Sobre as Obras de misericórdia, São Gregório Magno ainda nos exorta: “Quando damos aos pobres as coisas indispensáveis, não praticamos com eles grande generosidade pessoal, mas lhes devolvemos o que é deles. Cumprimos um dever de justiça e não tanto um ato de caridade”.

Os efeitos destas obras

O Catecismo de São Pio X, quando vai tratar sobre as Obras de Misericórdia, ensina aos fiéis que, no juízo particular, cada um será pedido conta das Obras de Misericórdia que fez ou deixou de fazer, são elas que darão testemunho a nosso favor. Fica expressamente a orientação a todo cristão de socorrer os que mais necessitam, em ordem material e espiritual, para isso, a Igreja dispõe de quatorze obras, sendo sete corporais e sete espirituais. Com isso, os seus efeitos são de comunicar a graça de Deus a quem as exerce, nos assemelhamos com Jesus que nos ensinou e deu-nos o exemplo, reduz a pena devido aos nossos pecados e damos passos em santidade, rumo ao Céu.

Por fim, lembremos da passagem do juízo final, que o Evangelho de Mateus nos apresenta, ela trás a verdade dura: “Ele responderá com estas palavras: ‘Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes de fazer, foi a mim que negastes’” (cf. Mt 25,45). Um dia, diante de Deus seremos perguntados: “Por que não socorremos a Jesus no necessitado?”. E não entenderemos quando foi que deixamos Jesus sem socorro. Logo, em seguida, seremos lembrados de que: quando deixamos um necessitado sem ajuda foi a Cristo que deixamos de socorrer.

Queridos leitores, revistamos as nossas atitudes de verdadeiras obras cristãs, sendo elas as Obras de Misericórdia. Sejamos realmente “outros Cristos” no mundo atual!

Fábio Nunes
Diácono da Comunidade Canção Nova

Fontes:
BÍBLIA. Português. Tradução da Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002. 2206p.
CATECISMO da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000.
Catecismo Maior de São Pio X, Edição Eletrónica, atualizado de acordo com a edição de 1976.

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