As candeias que iluminaram o mundo

Os pastorinhos de Fátima

Conhecidos como “candeias” que iluminaram o mundo através do testemunho evangélico que deram,  Lúcia, Francisco e Jacinta, os pastorinhos de Fátima, foram e são para a humanidade um exemplo a ser imitado; nasceram numa pequena aldeia chamada Aljustrel, pertencente a freguesia de Fátima- Portugal, no início do século XX, oriundos de famílias católicas, o que lhes proporcionara uma base religiosa. Ao serem surpreendidos pelas aparições da Santíssima Virgem em 1917, a Lúcia tinha 10 anos, o Francisco 9 e a Jacinta 7, e ainda não sabiam ler; fora certamente a pureza e a simplicidade dos seus corações, que atraíra o olhar de Deus e de Sua Santíssima Mãe. Assim, se cumpriu a Sagrada Escritura: “O que é estulto no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. Assim, nenhuma criatura se vangloriará diante de Deus.” (1Cor 1,27-29)

No contexto da primeira guerra mundial, ideologias contrárias à sã doutrina da salvação, espalhavam-se pelo mundo; trazendo graves consequências; a Virgem Maria , fora enviada por Deus para nos trazer uma mensagem de esperança, que de geração em geração se atualiza na vida dos crentes de boa vontade. Ela nos pediu penitência, conversão e reparação dos nossos pecados.

Entretanto, depois de serem agraciados com as aparições de Nossa Senhora, o Francisco e a Jacinta viveram somente 3 anos. O Francisco faleceu antes de completar 11 anos, e a Jacinta antes de completar 10 anos, ambos vítimas de uma epidemia da gripe pneumônica que assolou Portugal naquela época, também conhecida como “gripe espanhola”. Nesse curto tempo, as três crianças, acolheram os apelos de Nossa Senhora e praticaram de tal forma o que lhes fora pedido, mesmo em tenra idade, a ponto do Francisco e da Jacinta serem elevados à honra dos altares, como as únicas crianças não mártires da história da Igreja. Foram beatificados no dia 13 de maio de 2000, pelo Papa São João Paulo II, e canonizados pelo Papa Francisco, no dia 13 de maio 2017. A irmã Lúcia viveu até os 97 anos e, hoje, é serva de Deus, em processo de beatificação.

Na escola de Maria, os pastorinhos foram formados, e viveram uma verdadeira ascese na prática da oração e do sacrifício, oferecendo, segundo o seu pedido, as suas vidas, em reparação pelos pecados com que Jesus é ofendido, suplicando pela conversão dos pecadores e em reparação ao seu Coração Imaculado.

O nosso saudoso Papa São João Paulo II, na homilia da beatificação do Francisco e da Jacinta, diante da eloquência do testemunho de suas vidas, exclamou: “Pedi aos vossos pais e educadores que vos coloquem na ‘escola’ de Nossa Senhora, para que Ela vos ensine a ser como os pastorinhos, que procuravam fazer tudo o que lhes pedia. Digo-vos que ‘se avança mais em pouco tempo de submissão e dependência de Maria, que durante anos inteiros de iniciativas pessoais, apoiados apenas em si mesmos’ (S. Luís de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, nº 155). Foi assim que os pastorinhos se tornaram santos depressa.”

Jacinta e Lúcia/ Fonte: pastorinhos.com

Os sacrifícios oferecidos a Deus

Na primeira aparição, no dia 13 de maio de 1917, Nossa Senhora lhes perguntou: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?” (Memórias da Ir. Lúcia, pp. 173-174) Eles, imediatamente, responderam que sim, e a partir de então, se ofereciam a Deus, aceitando todos os sofrimentos que a vida lhes proporcionara e também fazendo penitências, numa atitude de entrega total ao Seu amor, para consolar e reparar o Seu coração, ofendido pelos pecados da humanidade e pela conversão dos pecadores.

Diante das perguntas que chegavam para a Ir. Lúcia, sobre o Francisco e a Jacinta, esta mereceu ser destacada nas suas “Memórias”: “Como é que a Jacinta, tão pequenina, se deixou possuir e compreendeu um tal espírito de mortificação e penitência? Parece-me que foi: primeiro, por uma graça especial que Deus, por meio do Imaculado Coração de Maria, lhe quis conceder; segundo, olhando para o inferno e desgraça das almas que aí caem.” (Memórias da Ir. Lúcia, pp. 122-123)

Leia mais:
.:A reparação ao Imaculado Coração de Maria
.:A Força Do Rosário Contra Os Demônios!

Para salientar a santidade dessas três crianças, destaco entre tantos, esses sacrifícios que ofereceram a Deus em ato de reparação dos pecados da humanidade, e de súplica pela conversão dos pecadores como narra a Ir. Lúcia em suas Memórias: eles deixavam de brincar, davam a sua comida às crianças pobres para oferecerem a fome, comiam o fruto amargo dos carvalhos, passavam dias sem beber água no tempo de calor, para oferecerem a sede, batiam-se com urtigas e andavam com uma corda atada fortemente à cintura para oferecerem a dor; como a Lúcia e a Jacinta gostavam muito de dançar, deixaram também de dançar numa atitude de oferta reparadora. Também ofereciam a Deus, aqueles sofrimentos enviados por Ele, conforme Nossa Senhora lhes tinha perguntado se os aceitariam: a incompreensão da mãe da Lúcia, os interrogatórios por parte do povo e do clero, a desconfiança do pároco, as zombarias dos incrédulos, a perseguição por parte do administrador. Isso tudo para eles transformava-se em oferta reparadora, pois deixavam-se conduzir em tudo pela Providência Divina.

Depois das aparições de 1917, a Virgem Maria apareceu à Ir. Lúcia quando já estava no convento em 10 de dezembro de 1925, lhe pedindo reparação através de atos reparadores. Nesta altura, o Francisco e a Jacinta, já estavam com Ela na glória celeste. Vejamos a fala de Nossa senhora nesta aparição: “Olha, minha filha, o Meu coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que, todos aqueles que durante cinco meses, ao primeiro sábado, se confessarem, recebendo a sagrada comunhão, rezarem um terço e Me fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 192).

Participe da Devoção Reparadora!

Como vimos são estes os atos reparadores: a confissão, a comunhão, o santo terço e a meditação da Palavra. Para vivenciarmos e aprofundarmos nessa espiritualidade, o Santuário do Pai das Misericórdias, convida você, para em cada primeiro sábado do mês, praticar esses atos reparadores a partir das 10h. Portanto, neste mês de fevereiro será dia 03. Iniciamos com a oração do santo terço, em seguida temos uma catequese sobre a espiritualidade de Fátima; e logo após, os 15 minutos de meditação da Palavra. Encerramos com a Santa Missa às 12h. Para confessar-se, o peregrino, pode ir aos nossos confessionários, ou onde lhe for mais acessível (confira os horários no site paidasmisericordias.com). Em cada ato reparador deve ser colocada a intenção de reparar o Imaculado Coração de Maria.
Dessa forma, adentramos na escola da Santíssima Virgem, e seremos auxiliados por nossa amorosa Mãe do Céu, que infundirá em nossos corações o desejo de santidade, a exemplo dos pastorinhos.

Áurea Maria,
Comunidade Canção Nova

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