Especial

Vamos celebrar: O Pai quer a sua salvação!

 Santuário do Pai das Misericórdias faz memória do dia de sua dedicação e recorda que sua principal missão é levar cada peregrino à experiência de ser filho de um Pai Misericordioso

 

Padre Márcio Prado é natural de São José dos Campos (SP). Ele foi vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias de 2014 a 2020 e esteve à frente no dia da dedicação do Santuário Pai das Misericórdias. Passados dez anos, ele voltou ao Santuário para recordar os principais momentos desse dia e a experiência pessoal que viveu nesse tempo. 

Padre Márcio Prado – Foto Bruno Marques

Padre Jonas Abib (1936-2022), fundador da Comunidade Canção Nova, foi quem teve a inspiração de construir uma Igreja na sede da Canção Nova em Cachoeira Paulista. O que, a princípio, seria uma Igreja, foi elevada a Santuário a pedido do então Bispo Diocesano da época, Dom Benedito Beni dos Santos. Padre Jonas falava de um tempo novo que se abriria na Canção Nova a partir da inauguração do Santuário.

Padre Márcio, que esteve nesse dia, conta o que significou esse “Tempo Novo” após a cerimônia de dedicação do Santuário:

Fiéis chegam cedo ao Santuário para tentar um lugar na Cerimônia de Dedicação / Foto: Canção Nova

“O dia 5 de dezembro (2014) foi um dia pensado e preparado, foi um dia abençoado realmente por Deus. O povo fazia fila para entrar aqui no Santuário. Houve aqui esse momento de muita paz, muita tranquilidade, porque alguns não conseguiriam entrar durante a dedicação, mas, posteriormente, entrariam no fim da cerimônia. Marcou um novo tempo para a Canção Nova a partir da profecia do nosso Pai Fundador, Padre Jonas.

Padre Jonas diz que esse Santuário atrairia muitas pessoas que viriam com as suas misérias, que viriam com os seus pecados. 

A partir da dedicação, daquele dia especial, em que o clima de espiritualidade realmente era fantástico, sobrenatural. Um clima de paz, de serenidade, um clima onde era possível sim – e ainda é possível – sentir o amor de Deus Pai. Então, inaugurou-se, e a gente usa o termo “dedicação” para inaugurar uma igreja. Essa igreja foi dedicada a Deus Pai, dedicada aos seus filhos, a nós! E aqui é possível, cada peregrino que vem aqui, fazer essa experiência de ser filho! Fazer essa experiência com o Pai das Misericórdias, de ser abraçado e acolhido, de ser perdoado por Deus Pai.”

Santuário é o lugar da contemplação

No dia da dedicação do Santuário, vários momentos me marcaram. Por exemplo, na procissão de entrada estavam Dom João Inácio Muller (na época era o bispo diocesano), Dom Benedito Beni (bispo emérito), padre Jonas Abib, que era o reitor do Santuário, e eu como vice-reitor.  Logo no início na procissão de entrada, o incenso que foi deitado ali no turíbulo, e essa procissão com o povo de Deus que estava aqui emocionado por essa data especial. Lembro da saudação inicial, a acolhida do bispo, a acolhida do padre Jonas. 

Alguns detalhes, porque eu nunca tinha participado de uma dedicação de igreja, eu também fiquei impressionado e emocionado. A unção do altar e das paredes por exemplo, foi realmente uma casa dedicada a Deus, uma casa dedicada aos seus filhos. Um local para nós filhos rezarmos, para O contemplarmos e estarmos com Ele.

 

 

Aqui nossas orações sobem ao Pai

“Um outro elemento que chamou muita atenção foi o incenso, quando foi colocado num recipiente chamado cachepó e ali haviam brasas. O bispo colocou o incenso e a fumaça subiu e perfumou este local, este espaço. Ao mesmo tempo, o cântico que dizia de unção, dizia de dedicação e de oração e o incenso subia. Foi um momento muito bonito, porque, no altar, temos um teto alto, e foi possível contemplar essa fumaça que subia, e a fumaça do incenso significam as nossas orações. Significa a nossa oração que é elevada a Deus.

E no dia a dia, aqui no santuário, o que acontece? A Santa Missa! O que acontece, diariamente, é que nossas orações sobem a Deus, sobem ao Pai!

Depois que toda a igreja foi incensada, os diáconos tomaram alguns turíbolos e passaram aqui pelos corredores do santuário incensando todo esse ambiente, incensando também o povo de Deus. Foi um momento muito emocionante.

Também os cânticos do dia, o Salmo que foi entoado, o cântico de comunhão, foi uma celebração realmente magnífica, abençoada por Deus! E quem estava aqui ou quem estava em casa – muita gente também estava acompanhando pelo Sistema Canção Nova – pôde, com certeza, sentir o amor de Deus Pai,  pôde sentir a Misericórdia do Pai.”


Padre Jonas e a introdução das relíquias no Altar, os testemunhos dos que deram a vida por Cristo 

“Padre Jonas estava bem emocionado naquela celebração. Um dos momentos em que o padre Jonas expressou muito a sua emoção foi quando colocaram, no altar, algumas relíquias. Padre Jonas se emocionou porque, normalmente, é o bispo que coloca o relicário, e Dom João Inácio chamou o Dom Beni e também o padre Jonas, para que eles colocassem juntos aquelas relíquias de alguns dos nossos santos de devoção (Santa Rita de Cássia; Santa Faustina; Santo Antônio de Sant’Ana Galvão; São Gabriel da Virgem Dolorosa).

A Eucaristia que nós celebramos também  recorda o testemunho desses santos e do testemunho de vários outros santos. Fazendo memória aos antigos cristãos quando celebravam lá nas catacumbas, celebrava-se a missa também em seus túmulos, recordando aqueles que deram a vida, que testemunharam a vida por Cristo.

Então, o padre Jonas se emocionou bastante naquele momento. Depois, ele pôde dizer de toda a celebração, que foi belíssima, que ele sentiu um ar de uma espiritualidade diferente ou sobrenatural neste local. Padre Jonas ficou bem impactado, positivamente emocionado, e sentiu ali a presença de Deus. A presença do Pai abençoando e confirmando a missão, confirmando a profecia que ele havia falado. Ele escreveu um documento interno para a nossa comunidade, falando que um tempo novo começaria a partir da construção do Santuário. Padre Jonas foi realmente o nosso profeta. Nossa gratidão a Deus por tudo aquilo que ele pôde ser canal, ser instrumento para nós e para tantos que nos acompanhavam.”

Só reflete a Misericórdia do Pai quem faz a experiência de ser filho 

“Foi um grande presente estar aqui no Santuário do Pai das Misericórdias. Eu fui remanejado, em 2014, para estar aqui no Santuário. Nosso reitor, padre Jonas, e eu, como vice-reitor, tínhamos a missão de montar as pastorais, os trabalhos, pensar na dedicação do Santuário. Foi um privilégio e uma grande responsabilidade! Estar aqui com os irmãos e começar a vida do Santuário, a pastoral, a espiritualidade e o administrativo.

Aqui, eu pude fazer uma experiência realmente com o Amor do Pai, o abraço do Pai, a Misericórdia do Pai. Tantos ensinamentos que eu escutei aqui de vários sacerdotes e bispos! No dia da dedicação, Dom Benedito Beni já deu o tom de como deveria ser a nossa atuação aqui, de acolher o povo de Deus, de ministrar os sacramentos, a Santa Missa, a Eucaristia.

Antes de tudo, eu fiz uma experiência de ser filho. Nos seis anos e meio que estive aqui no Santuário, primeiro eu fiz uma experiência de ser filho de Deus.

Primeiro, eu sou filho deste Pai que me ama muito, que me ama tanto. E diante dessa experiência amorosa de Deus, eu fui tocado, eu fui sendo transformado. Apesar de já ser padre, passei a me comportar também como filho.

Eu, como padre, tenho que ser pastor, mas eu preciso também ser ovelha, eu preciso também ser filho. Antes de tudo, eu fiz essa experiência. E depois, é claro, por causa da responsabilidade, fiz a experiência de ser também pastor. Precisei ser pai para muita gente que veio aqui no Santuário, que veio em busca da misericórdia, que veio em busca de uma palavra, que veio em busca de um consolo. Foi um privilégio fazer essa experiência de filho e fazer essa experiência de ser pai também. Depois, Nosso Senhor me mandou para outra missão, não diretamente aqui no santuário. Mas eu levo para minha vida essa experiência de ser filho e de ser pai.”

Padre Márcio Prado – Foto Bruno Marques

“Em mim aconteceu uma compreensão maior da misericórdia. Claro que a misericórdia de Deus continua a ser um grande mistério, mas eu desvendei um pouco mais a respeito da Misericórdia Divina. Eu levo a Misericórdia do Pai para minha vida.

Eu preciso ser mais misericordioso. Preciso ser mais compreensivo com os meus irmãos de comunidade, com o povo de Deus, com a minha família, com cada um que eu encontrar. Também provocar isso nas pessoas que eu encontrar, provocar nos outros esse desejo de voltar, de voltar-se para Deus, de voltar para Misericórdia do Pai. A partir dessa experiência de filho e de ser pai, também transmitir e ser o rosto do Pai imitando Jesus.”

O Pai não quer condená-lo, Ele quer a sua salvação 

“E quero dizer a você, filha e filho pródigo, volte-se pra Deus! Não tenha medo de voltar-se para Ele e fazer essa experiência aqui! O Pai não vai julgar você. O Pai não vai condenar você. O Pai quer a sua salvação. Então, hoje, volte-se para Deus. Ele não é carrasco, Ele não é um juiz injusto. Ele é um juiz justo, e Ele é Misericordioso. Não tenha medo de dar passos. Ele vai acolhê-lo, e eu quero já lhe dizer, Ele o acolhe. E Ele tem muito amor, viu? Ele tem muita misericórdia, e é para você a misericórdia de Deus. É para você a misericórdia do Pai. Então não tenha medo de dar esse passo.

Você já aprontou muito na vida? Não tem problema. Volte para Deus! É claro, deixa de lado, daqui para frente, o pecado, e seja um homem novo. Seja uma mulher nova daqui pra frente.

Não precisa ter medo de Deus. Não precisa ter medo! Confie n’Ele. Como o filho confiou, voltou e se abandonou no colo do Pai,  faça como o filho também, abandone-se, vá até Ele.

Como na passagem do filho pródigo, na passagem do Pai das Misericórdias, pode ter a certeza de que, na verdade, Ele já está correndo ao seu encontro. Acolha O abraço d’Ele. Ele ama muito você. Volte-se para Ele hoje! Eu quero pedir a bênção de Deus sobre você, sobre a decisão que você toma, hoje, de se voltar para Ele.

Sabe por quê? Porque Ele já se decidiu a perdoar você, amar você. Acolha o amor de Deus, acolha a Misericórdia d’Ele. Acolha essa nova chance que Ele está dando a você, sobre o seu passo de voltar-se para Ele e ser santo! A bênção do Deus Todo-poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.”

 

Comunicação Santuário do Pai das Misericórdias
Magda Ishikawa Florêncio 

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