Se eu estivesse diante de uma multidão, poderia fazer uma pergunta: quem aqui tem medo da morte levante a mão. Tenho certeza que muitas mãos estariam levantadas, e eu não me assustaria em dizer que todo mundo levantou a mão. Tudo isso para dizer que temos medo da morte. Não podemos, no entanto, nos acomodar diante dos nossos medos, nem mesmo dos nossos traumas. Precisamos transcender através da fé que professamos.
Somos cristãos católicos, não podemos professar uma fé em que a morte é o fim; pelo contrário, precisamos testemunhar que cremos com os lábios e com a vida: a morte não é o fim.
Temos uma segurança em nossa vida, que é a doutrina da Igreja e a vida de todos os santos: “O Dia da minha morte será o dia mais bonito da minha vida” (Beato Pier Giorgino Frassati). Quando me deparei com esta frase do Beato Frassati, confesso que me assustei e me perguntei: como assim o dia da minha morte será o dia mais bonito da minha vida?
Por isso que não podemos ficar com a nossa limitação intelectual, precisamos consultar a Palavra de Deus, a Doutrina da Igreja e a vida dos santos. O dia que você nasceu foi um dia muito importante, talvez o mais bonito para os seus pais, assim como a data do seu aniversário e tantas outras datas podemos mencionar aqui nesta partilha. Talvez, se tivéssemos a oportunidade de uma boa conversa, você diria: “Éderson José, a data mais importante para mim e a mais bonita foi a minha formatura da faculdade”. Alguns outros diriam: “Foi o nascimento dos meus filhos”.
De fato, todas as datas que trazemos na memória do coração são importantes e muito bonitas, por isso que as guardamos no coração. Mas por que Pier Giorgio Frassati diz sobre sua morte, que será o dia mais bonito da sua vida? Ele está dizendo, de alguma forma, que a morte não é o fim, mas sim a grande esperança DA ETERNIDADE.
“A morte para o cristão não é o grande susto, e sim a grande esperança.” – Santo Alberto Hurtado
Para o homem moderno, refiro-me àqueles distantes de Deus, a morte é um evento muito triste na vida do ser humano, uma tragédia, se podemos dizer assim. Mas, para o Beato Pier Giorgio Frassati, a morte é um evento grandioso na vida de todo homem. Todos nós vamos passar por ela um dia, ninguém é eterno neste mundo.
Talvez, para aqueles que não professam a fé em Jesus Cristo, não haja expectativa alguma em relação à vida eterna pelo simples fato de não acreditar nela. Esta vida terrestre, para aqueles que não professam nenhuma fé, é única e precisa ser vivida como se a eternidade não existisse, por isso vemos, neste mundo, pessoas frustradas e vivendo mal.
Nós cristãos, que professamos a nossa fé em Jesus, vivemos felizes aqui nesta terra, mas com a certeza de que nossa felicidade plena não está neste mundo; pelo contrário, seremos felizes na totalidade quando estivermos na eternidade, como diz a oração Eucarística XI – para crianças III: “Jesus, agora, vive junto de vós, ó Pai, mas, ao mesmo tempo, ele está aqui conosco. No fim do mundo, ele voltará vitorioso: no seu Reino ninguém mais vai sofrer, ninguém mais vai chorar, ninguém mais vai ficar triste”.
Que tristeza seria viver somente neste mundo sem acreditar na vida eterna! Quando vemos, nos noticiários, pessoas morrendo injustamente, sofrendo injustamente, pessoas que choram implorando por justiça… O que vemos é sofrimento, choro e muita tristeza, porque a eternidade não está aqui. No Reino de Deus ninguém mais vai sofrer, ninguém mais vai chorar, ninguém mais vai ficar triste.
Por isso o apóstolo Paulo diz: “Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que, ansiosamente, esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3,20).
Termino dizendo da forma que comecei: a morte não é o fim!
São José, padroeiro da boa morte, rogai por nós!