QUE SEJAMOS SANTOS!

Ele não tardará

“Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é certa como a da aurora; Ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera que irriga a terra” (Os 6,3)

Numa de suas parábolas, Jesus nos conta a história de um proprietário que plantou uma vinha, rodeou-a com uma cerca, cavou um lagar e construiu uma torre. Sem dúvida, uma bela e imponente construção. Em seguida, ele arrendou-a para alguns agricultores e partiu. No tempo da colheita, o proprietário enviou seus servos para receber a parte que lhe cabia, mas os agricultores haviam se tornado ladrões e homicidas: para não devolver aquilo que não era deles, espancaram um servo, mataram outro e apedrejaram o terceiro. Assim fizeram também com outros servos que o proprietário enviou, mas o pior eles reservaram para o filho, que o proprietário enviou imaginando que seria respeitado. Justamente por ser o herdeiro, os agricultores o assassinaram para ficar com a herança. “Quando voltar o dono da vinha, como tratará aqueles agricultores?”, pergunta Jesus aos fariseus.

Esta pergunta deveria fazer os maus tremerem de pavor, ao ponto de se arrependerem de suas más ações, ao menos pelo medo de enfrentar a ira de Deus. Quantos abandonaram o mal movidos por essa expectativa da vinda iminente do Senhor? Entregues à perdição, caíram em si, como o filho pródigo, e decidiram dar meia volta, retornar à casa do pai, ou seja, experimentaram uma verdadeira conversão em suas vidas.

Se o temor de Deus já salvou a alma de tantos no passado, por que então hoje o mundo parece descansar confortavelmente no leito do pecado, do mal, do orgulho e da desobediência? A resposta para isso é uma só: o mundo não acredita mais na volta do Senhor. Exatamente como os agricultores homicidas, incontáveis almas caíram na farsa demoníaca segundo a qual basta matar o herdeiro para ficar com a herança. Que mentira perversa, e que consequências terríveis ela provoca!

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Sabemos que não é novidade que os homens tenham perdido a fé na volta do Senhor, e que a Igreja nunca ficou órfã de profetas que proclamaram, como Oséias: “Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é certa como a da aurora; Ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera que irriga a terra” (Os 6,3). Entretanto, nossos tempos são maus, e a iniquidade se espalhou por todo o mundo, e os ultrajes e ofensas a Jesus não encontram precedentes na história. Por isso, diante desse cenário tão desanimador, em que os homens perguntam, zombando de Deus, “que é feito da sua promessa?”, eis que Deus chamou um homem, que se fez tudo para todos, e deu-lhe a missão de anunciar, para o maior número de pessoas ouvir: Ele não tardará!

O Monsenhor Jonas era, como ele mesmo dizia, esganado pelas almas, justamente porque sabia que a vinda do Senhor era iminente. Vendo quantas pessoas estavam presas ao pecado, ele queria salvar almas, tirá-las do inferno, resgatá-las das garras do demônio, levando-as ao encontro pessoal com Jesus, na eficácia do Espírito Santo. “O próprio Senhor colocou nos nossos corações um impulso de urgência na missão de evangelizar os batizados no tempo presente”, nos diz o Monsenhor Jonas Abib, falando aos membros da Canção Nova. Não há tempo para fazer outra coisa além de evangelizar, ele sempre dizia, além de preparar um povo bem-disposto para a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque “o Senhor virá, Ele não tardará”, e ai daqueles que, por pensar que o dono da casa tarda a vir, fizerem o mal. “O patrão desse servo virá em dia e hora que menos imagina e o despedaçará, dando-lhe o destino dos hipócritas. Aí haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 24,50-51).

E o que é um povo bem-disposto? É aquele que se comporta como o servo fiel e prudente de quem Jesus nos fala nessa mesma passagem (Mt 24, 45). Quando o dono da casa chega, esse servo está cuidando bem daquilo que lhe foi confiado. Feliz, bem-aventurado aquele que o Senhor encontrar agindo dessa maneira!

O Monsenhor Jonas sempre nos ensinou que para aqueles que se preparam, a vinda do Senhor não é motivo de preocupação. Pelo contrário, é razão de esperança, de gozo e de alegria. Nós, ao invés de temermos a sua vinda, queremos que o Senhor venha logo, queremos apressar a sua chegada, porque “no novo céu e na nova terrar iremos morar”. E a feliz descoberta é que apressamos a segunda vinda de Jesus com a nossa santidade! Quanto mais santo eu for, quanto mais pura a minha alma estiver, mais perto estará o momento de Jesus voltar, pois se Ele ainda não voltou é porque há muita iniquidade sobre a terra e sua misericórdia quer que mais pessoas se salvem.

Talvez, você não esteja tão afundado no lodo do pecado, mas está confortável demais levando uma vidinha medíocre, cheio de “pecados de estimação”. Não esqueça: o Senhor virá, Ele não tardará. Essa alegre expectativa a respeito da volta de Jesus nos ajuda a não termos nosso tesouro e nossa esperança nessa vida. Afinal, como dizia Santa Teresa de Jesus, “a vida é apenas uma noite, que se passa numa péssima hospedaria”. A nossa casa é o Céu, para lá devo voltar meus olhares, meus suspiros, meus sonhos, e porque Ele não tardará, então, “que eu seja santo, santo, santo, pois Deus é Santo, Santo, Santo”, e “que a santidade da minha vida apresse o Senhor e Ele logo virá”.

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