A experiência de fé na providência, do modo que Abraão vivenciou, é um caminho a ser conquistado. Não é fácil, pois esbarramos em realidades externas que podem influenciar nosso modo de viver o abandono e a confiança, além disso, também podem influenciar as nossas marcas e feridas interiores.
Nosso pai fundador, Monsenhor Jonas Abib, nos deixou um grande legado, e faz parte do nosso modo de vida, enquanto Comunidade Canção Nova: em tudo depender de Deus. Esse deve ser o nosso empenho, e não somente nós, membros da Comunidade Canção Nova, mas para todos nós que somos filhos e filhas de Deus Pai.
Monsenhor Jonas nos deixou o belo livro intitulado “Providência Divina – considerai como crescem os lírios”, e vale pena adentrar em suas palavras:
“Por isso, repito: Deus está nos preparando! Mas como? Fazendo com que dependamos totalmente dele. A palavra “depender” pode nos atordoar, porque queremos ser independentes, não queremos depender de nada nem de ninguém. Queremos confiar em nosso trabalho e habilidade, em nossos projetos e poupanças, fazendo seguros, planos de saúde, assegurando-nos para o dia de amanhã. Infelizmente, depositamos nossa segurança nessas coisas. Agora, depender de Deus, crendo que o necessário vem dele, como acontece com os pássaros; confiar que o pão nosso de cada dia e que a roupa, a saúde, o estudo de nossos filhos vêm de Deus… nos dá “calafrio”. Mas justamente porque nos dá calafrio, o Senhor quer que aprendamos. É um aprendizado, e aprendizado leva tempo; tem um método próprio.” (pg.74)
Depender de Deus, acreditar que Ele está cuidando de todas as nossas necessidades, independente de quais sejam, é um lindo ato de fé. É saber que não estamos sozinhos no caminho que, por vezes, se apresenta escuro e incerto. É se apoiar nas palavras e promessas do Senhor, assim como Abraão, tendo em vista a luz da fé que o Papa Francisco nos afirmou anteriormente. Somente mesmo a luz da fé para nos guiar quando não conseguimos enxergar a solução.
Depender de Deus é tomar posse desta Palavra e fazê-la tornar concreta, assim como Monsenhor Jonas cita os pássaros acima:
“Será que vós não valeis mais do que os pássaros? Quem dentre vós pode, com sua preocupação, acrescentar um só dia à duração de sua vida? Se não está em vosso poder fazer a menor coisa, como então vos preocupar com o resto? Olhai como crescem os lírios. Não trabalham, nem fiam. No entanto, eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um só dentre eles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, quanto mais não fará convosco, gente de pouca fé. Também vós, não fiqueis ansiosos com o que comer ou beber. Não vos inquieteis! Os pagãos deste mundo é que vivem procurando todas essas coisas, mas o vosso Pai sabe que delas precisais. Buscai, pois, o seu Reino, e essas coisas vos serão dadas por acréscimo.” (Lc 12,24b-31)
Hoje, pedimos a graça ao Senhor de um coração renovado e abandonado em Sua Divina Providência. Assim como as crianças, sem medo de se lançar nos braços do Senhor, diante de todas as coisas que hoje temos como necessidades, queremos dar o passo como Abraão. Dar o passo significa acreditar que o Senhor está cuidando e não nos desamparará. O que precisamos é nos abrir à escuta, à acolhida e obedecer a voz do Senhor. E, acima de tudo, manter o nosso olhar fixo em Deus, independente dos obstáculos que se levantarem.
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Neste caminho, temos a Virgem Maria, nossa mãe, que também soube confiar em Deus Pai, mesmo sem compreender, mas soube dizer o seu sim. Que Maria interceda por nós.
Por fim, fica a letra desta canção que, por tantas vezes, cantou nosso pai fundador Monsenhor Jonas Abib. Que ela seja nossa oração, a fim de crescermos na confiança e abandono na Divina Providência. Amém.
“Olhar somente a ti, Senhor.
E não olhar atrás.
Seguir teu caminhar, Senhor. Seguir sem vacilar, Senhor.
Prostra-me em teu altar, Senhor. E não olhar atrás.
Seguir somente a ti, Senhor.
E não olhar atrás.
Seguir teu caminhar, Senhor, seguir sem vacilar, Senhor.
Prostra-me em teu altar, Senhor. E não olhar atrás.”