“Se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza meu Rosário” (Nossa Senhora a São Domingos)
A devoção ao Santo Rosário é uma das formas mais eficazes de recorrermos a Virgem Maria. Sua origem remonta ao ano de 1212, quando a Virgem Maria aparece a São Domingos de Gusmão e lhe entrega o Santo Rosário em mãos. Na ocasião, ele estava em Toulouse, na França, e buscava uma forma de combater a heresia albigense. A eficácia da oração ensinada pela própria Mãe de Deus difundiu-se rapidamente entre o povo. Ao longo dos anos, a récita do Rosário tornou-se mais conhecida e marcou a história da humanidade.
Em 1571, por exemplo, os muçulmanos ameaçavam invadir a Europa. O Papa São Pio V, pertencente à Ordem Dominicana – a Ordem fundada por São Domingos –, formou uma Santa Liga e convocou a todo povo cristão que adentrassem àquela batalha por meio da oração do Rosário. No dia 7 de outubro, a vitória foi dos cristãos. Anos depois, o dia foi instituído como memória a Nossa Senhora do Rosário.
“Mística do povo” (Papa Francisco)
Foi dessa forma que o Papa Francisco chamou a oração do Santo Rosário. Como nós vimos, essa oração simples foi de grande valor para os momentos históricos da Igreja. Também em meio ao povo, conseguimos colher os frutos obtidos por meio dessa devoção.
No início, a oração ficou conhecida como o Saltério Mariano, uma vez que rezavam 150 Ave-Marias – o mesmo número que compõem o Saltério, 150 Salmos – e, até o ano de 1569, não havia a contemplação dos Mistérios.
Enquanto nos mosteiros, abadias e seminários, por meio da oração da Liturgia das Horas, meditam os 150 Salmos, os fiéis leigos podiam unir-se aos religiosos rezando o Rosário, meditando a oração da Ave-Maria. Logo, difundiu-se entre o povo, e os fiéis experimentam os efeitos em sua vida e a devoção é cada vez mais recomendada pela Igreja. Além disso, grandes vitórias foram atribuídas à intercessão de Nossa Senhora pela récita do Rosário.
Por um auxílio do Céu, por uma oração dada pelas mãos da Virgem Maria, a mística vivida nos mosteiros alcança a simplicidade dos fiéis leigos. Com a instituição dos Mistérios (Gozosos, Dolorosos, Gloriosos e, em 2002, Luminosos), torna-se também uma forma de meditar e contemplar os Mistérios da Vida de Cristo.
Uma escada para o Céu!
A simplicidade do Rosário é uma forma eficaz de chegar à santidade. Nossa Senhora deseja que os filhos se salvem, alcançando a santidade. Meditando os Mistérios da Vida de Jesus Cristo, nós nos colocamos também aos cuidados de Nossa Senhora, pedindo o seu auxílio em nossas necessidades, mas também sendo conduzidos por ela. Por essa devoção, é a própria Virgem Maria que nos aponta o caminho do Céu.
Todos os santos foram devotos profundos da Virgem Maria e do Rosário. Foi por essa oração que encontraram um meio de purificação, de contemplação, de encontro com Deus, de conversão e também uma forma de intercessão.
“Recitai o Rosário todos os dias para obter a paz para o mundo e o fim da guerra” (Nossa Senhora nas aparições em Fátima)
A própria Virgem Maria fez cinco promessas a São Domingos de Gusmão e para quem rezasse o Terço: “Prometo minha proteção e as maiores graças aos que rezarem o terço. Aqueles que o rezarem com muita fé em vida, na hora de sua morte encontrarão a luz de Deus e a plenitude da sua graça. As crianças devotas dele merecerão um alto grau de glória no céu; obterão tudo o que pedirem mediante esta oração. Os que propagarem essa devoção serão assistidos por mim em suas necessidades. Os que acudirem a mim ao rezá-lo terão como intercessora toda a corte celeste durante a vida e na hora da morte”.
“Totus Tuus Mariae”
“O Rosário da Virgem Maria, que ao sopro do Espírito de Deus se foi formando gradualmente no segundo Milênio, é oração amada por numerosos Santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro milênio recém-iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade. Ela enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de um cristianismo que, passados dois mil anos, nada perdeu do seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo Espírito de Deus a «fazer-se ao largo» (duc in altum!) para reafirmar, melhor «gritar» Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como « caminho, verdade e vida » (Jo 14, 6), como «o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização».”
São João Paulo II na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae.
Sem dúvidas, podemos concluir que, se desejamos o Céu, se desejamos a santidade, precisamos ser devotos de Nossa Senhora e do Santo Rosário. Quanto mais nos colocarmos nas mãos de Maria, estaremos mais nas mãos de Nosso Senhor!
E como viver essa devoção de forma prática, objetiva? É simples:
- Comece aproveitando os tempos livres: à medida que você encontra um espaço de tempo (na fila de espera, no caminho para casa, no trabalho…), medite os Mistérios do Rosário, ainda que você o faça dividindo os Mistérios ao longo do dia;
- Crie um hábito de oração: reserve um horário do seu dia para rezar o Santo Terço;
- Chame os membros de sua casa para rezarem juntos;
- Busque avançar nessa devoção: vá meditando os Mistérios ao longo do dia, tentando rezar o Rosário todo (ou seja, meditar os quatro Mistérios) no dia;
- Apresente sempre suas intenções, recorrendo a Nossa Senhora.
A história comprova os efeitos, o valor e a importância dessa simples devoção. Experimente você também os frutos do Santo Rosário em sua vida!