MULHER DA PALAVRA

Maria, a mulher da Palavra de Deus, a mulher da profecia

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem. O nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-38).

Podemos ler a história de Maria através da própria Palavra, principalmente na narração do Evangelista São Lucas. Em Nazaré, lemos o início da sua missão no encontro com o plano de Deus, o início da sua grande aventura na fé. Podemos contemplar o seu ‘sim’ que mudou o rumo da história da humanidade: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”.

A Palavra de Deus, que chega até ela no surpreendente anúncio do anjo, caiu em terreno fértil. Ela tinha comunhão com os textos bíblicos, os meditava e conservava no coração. O mensageiro divino falou a linguagem das Escrituras que por Maria foi bem entendia.

Maria, a mulher da Palavra de Deus, a mulher da profecia!

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Maria se coloca a serviço, em missão

De Nazaré a Ain Karem (Lc 1,39-56): Maria reza com o cotidiano, com a necessidade de ajuda da sua prima Isabel. Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. Ora apenas Isabel ouviu a saudação de Maria e a criança se estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre”. Donde me vem esta honra, que venha a mim a mãe do meu Senhor? O encontro das duas mulheres cheias da presença de Deus resulta na belíssima oração composta com textos bíblicos: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”. E assim toda a proclamação do Magnificat.

Com o Evangelista São Lucas vamos fazer mais uma viagem na história de Maria, agora, até Belém e Jerusalém: “Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito e, envolvendo o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,1-20).

Em Jerusalém, Maria apresentou a Deus o filho da sua fé e ouviu a terrível profecia de Simeão: “Uma espada te atravessará a alma” (Lc 2,35). Ainda em Jerusalém, Maria experimentou a dor da perda do Menino Jesus e a redescoberta de que o seu filho devia cuidar das coisas do PAI (Lc 2,41-52).

A Mãe de Jesus está no início e no fim do caminho histórico dos discípulos

Em Caná (Jo 2,1-11), o quarto Evangelho é muito breve em informações sobre Jesus. Mas aquelas que nos passam são preciosas: ela está junto a Jesus no momento feliz, em um casamento, e no momento mais doloroso: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe , mulher de Cléofas e Maria Madalena” (Jo 19,25-27). Em Jerusalém, Maria termina o seu caminho de fé entre os apóstolos. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre eles Maria, a Mãe de Jesus. Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar (Atos 1,14).

Na versão evangélica de Maria, podemos ver o reflexo do verdadeiro rosto do Deus vivo. Na festa da Assunção de Maria ao céu, Frei Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, nos presenteou com uma bela reflexão com o titulo “Maria, a mulher da profecia”.

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Hoje, a própria Maria é para nós uma profecia: ela o é através da sua pessoa e da sua vida, e através das suas palavras. Profecia não no sentido de previsão do futuro, mas como capacidade de interpretar o presente à luz da Palavra de Deus. Maria é a profecia deste mundo novo que Deus deseja realizar graças ao dom do seu Filho. Maria é profecia deste mundo novo no seu abandono confiante à proposta de Deus desde o anúncio do anjo em Nazaré. Maria é uma profecia deste novo mundo na sua maneira contínua de confiar no seu Filho e no seu convite contínuo. A confiar no seu Filho e a fazer tudo o que Ele disser. Maria é profecia deste novo mundo ao fazer a vontade do Pai que está nos céus e do Filho que nela se fez carne nesta terra. Maria é profecia deste mundo novo, permanecendo sob a cruz sem se deixar dominar pelo escândalo do mal gratuito, do sofrimento inocente, da morte injusta. Maria é profecia deste mundo novo, finalmente, na sua participação plena na Páscoa do seu Filho, tornando-se ela mesma a primeira ressuscitada com Cristo, sinal para nós de que as promessas do seu Filho se realizam plenamente, janela aberta para a plenitude da vida que nos espera em Deus.

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