Chegamos ao mês de outubro! E para o retiro mensal, vamos meditar sobre a nossa missionariedade.
O título dado a esta meditação foi sugestiva: a missão como êxtase de Deus. Por que essa afirmação? Justamente pela etimologia da palavra êxtase, que quer dizer fora de si. Deus, em seu mistério de amor trinitário, desejou compartilhar conosco toda a grandeza do amor vivido com o Filho e o Espírito Santo. Quando dizemos que alguém teve um êxtase, quer dizer que aquela pessoa saiu de si, transbordou das suas realidades interiores. Assim é com Deus. Houve um transbordamento da vida trinitária, a qual nós chamamos de missão. Em outras palavras, a missão é a comunicação de todo o amor que existe em Deus para os homens.
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Esse transbordamento se deu historicamente na pessoa de Jesus e do Espírito Santo. Com a Encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, teve início a missão de Deus de comunicar aos Seus filhos o Seu grande amor. Claro que, desde a criação, Deus já deu provas de amor pela humanidade, não apenas criando, mas sustentando toda a Sua obra. Mas foi a partir de Cristo que Deus, em pessoa, corporalmente habitou no meio do Seu povo e comunicou-lhe os Seus mistérios de amor.
Posteriormente, com a descida do Espírito Santo em Pentecostes, foi dada a toda a Igreja a graça de continuar, de perpetuar a única missão do Filho. O Espírito cumulou os fiéis de dons e graças especiais para a realização da missão de levar a todos a Boa Nova do Evangelho.
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Para nós que realizamos mensalmente o nosso retiro, eu gostaria de propor esta reflexão missionária. A pandemia fez-nos experimentar um fechamento terrível. O medo propagado nas mídias do terror nos aprisionaram no “fique em casa”. Mas para o cristão não pode existir este fechamento. Nós fomos constituídos no nosso batismo discípulos e missionários de Cristo. Somos convocados ao êxtase, a sair do nosso comodismo para comunicar Jesus Cristo e a Boa Nova que Ele veio trazer.
Por isso é preciso, corajosamente, colocar luz em nossos corações e assumir nosso compromisso missionário na Igreja. Não se preocupe em pensar grandes propósitos. Basta ver a padroeira das missões, Santa Teresinha, que nunca saiu do Carmelo. Faça poucas coisas, mas as faça bem. Pergunte ao seu coração quais são as realidades nas quais você poderia atuar como um missionário ou missionário de Jesus Cristo. Abra os olhos para ver as grandes obras de apostolado que estão à sua volta, sobretudo aquelas obras que alcançaram você um dia. E contemplando-as, responsabilize-se para que também outras pessoas experimentem esta graça.
Deus é êxtase de amor por toda a humanidade. Ele veio ao encontro de cada ser humano para comunicar-lhe os tesouros escondidos desde toda a eternidade. Vá você também trabalhar na vinha do Senhor, da forma como Ele quiser.
Bom retiro a todos!
Atitudes práticas:
1- Faça uma meditação do texto Lc 10,1-5. Ouça Deus e peça discernimento a Ele, de como você poderia ser um missionário comprometido com o Reino onde você mora.
2- Converse com o seu pároco ou com o coordenador de sua comunidade, disponha-se a ajudar em alguma atividade missionária da paróquia.