FORMAÇÃO

Nossa Senhora no mistério da redenção

“A Virgem Maria é Aquela que mais cooperou com Jesus na obra da Redenção”

O Papa São João Paulo II disse que “a Virgem Maria é aquela que mais cooperou com Jesus na obra da Redenção”. De fato, ela está presente em toda a vida de Jesus e na vida da Igreja.

Deus não precisa de ninguém para suas obras, mas Ele quis precisar de Maria para salvar a humanidade. Foi por Maria que Jesus veio ao mundo; nela, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Ela e São José o educaram e protegeram da morte e tudo fizeram por Ele.

São Luiz de Montfort, no seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima”, diz que “Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus veio ao mundo, e é também por meio dela que ele deve reinar no mundo” (n. 1). No final da Introdução do livro, ele diz: “Maria Santíssima tem sido até aqui desconhecida, e é essa uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Quando, portanto, e é certo, o conhecimento e o Reino de Jesus Cristo tomarem o mundo, será como uma consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. Ela O deu ao mundo a primeira vez, e também da segunda O fará resplandecer” (n. 13).

 
Nossa Senhora no mistério da redenção

Foto: Cathopic – @mati112

“Serva do Senhor”

A Virgem Maria acompanhou Jesus em sua vida pública; os Evangelhos mostram isso, sem nunca querer aparecer ou exigir destaque por ser a Mãe do Senhor. Ela sempre foi a “serva do Senhor”, pronta para fazer a Sua vontade.

Na hora mais difícil da Redenção da humanidade, em que Jesus sofreu a Sua Paixão ela estava do Seu lado, no caminho de Calvário, aos pés da Cruz oferecendo o sacrifício do Seu Filho ao Pai pela salvação do mundo.

Depois da Ascensão de Jesus ao Céu, ela continuou com os Apóstolos e os demais discípulos de Jesus e com eles recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Já estava ali como Mãe da Igreja. Aos pés da Cruz de Jesus, ela recebeu cada um dos cristãos como filhos. “Mulher, eis ai teu filho!”.

Hoje no Céu, Maria continua a sua obra de levar os seus filhos a Deus.  Ela é a medianeira de todas as graças de Deus. Isso afirmam os Santos Padres doutores da Igreja: São Bernardo, São Boaventura, Santo Agostinho, Santo Afonso, São Pedro Canísio, Santo Efrem, Santo Alberto Magno, etc. Vemos seu poder intercessor nas bodas de Caná.

 Santo Afonso de Ligório afirma: “Deus quer que, pelas mãos de Maria, nos cheguem todas as graças. A ninguém isso pareça contrário à sã teologia” (Glórias de Maria, p. 15)

São Bernardo assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”.  “Eras indigno de receber as graças divinas: por isso foram dadas a Maria a fim de que por ela recebesses tudo o que terias”.

São Boaventura: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós”.

Santo Alberto Magno: “É anunciada a Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano”.

Por isso a Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira. Mas deve ficar claro que o único Salvador e Mediador entre Deus e os homens é Jesus Cristo (cf. 1Tm 2,4). Disse o Concílio Vaticano II que:

“Nenhuma criatura jamais pode ser colocada no mesmo plano com o Verbo Encarnado e Redentor. Mas, como o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e como a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de maneiras diversas, assim também a única mediação do Redentor não exclui, mas suscita nas criaturas uma variada cooperação, que participa de uma única fonte”.

“A Igreja não hesita em proclamar essa função subordinada de Maria. Pois sempre experimenta e recomenda-se ao coração dos fiéis para que, encorajados por esta maternal proteção, mais intimamente deem sua adesão ao Mediador e Salvador” (LG, nº 62).

O Papa Paulo VI, em sua Exortação Apostólica Signum Magnum (nº 1), escreveu: “A Virgem continua agora no céu a exercer a sua função materna, cooperando para o nascimento e o desenvolvimento da vida divina em cada uma das almas dos homens redimidos. É esta uma verdade muito reconfortante, que, por livre disposição de Deus sapientíssimo, faz parte do mistério da salvação dos homens; por conseguinte, deve ser objeto da fé de todos os cristãos”.

Vemos assim que a Virgem Maria é Aquela que nos leva a Jesus, e este ao Pai. Ela não é a ponte que nos liga a Deus – esta é Jesus –, mas ela é Aquela quem nos leva a atravessar a Ponte.

Como Mãe da Igreja, ela sempre socorreu e socorre a Igreja em todas as perseguições, lutas, heresias etc., como mostra a história da Igreja. Como nossa Mãe, ela vela pela conversão dos seus filhos e nos protege contra as ciladas do demônio. As suas inúmeras aparições, as suas lágrimas de água e de sangue mostram o quanto esta Mãe nos ama e nos quer levar para Deus. Diz São Bernardo que nenhum devoto de Maria se perde. Ainda no último instante de vida, ela é capaz de conseguir para um pecador a graça do arrependimento, como conta São João Maria Vianney.

 

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