MEDITAÇÃO

O que os santos falam sobre o período pascal?

O período pascal vai desde o Domingo de Páscoa até o Domingo de Pentecostes. Após o dia da Páscoa, temos a Oitava da Páscoa, em que a Igreja continua a celebrá-la. Esse período é o tempo em que a Igreja indica para que as pessoas se confessem, pelo menos uma vez ao ano, e comunguem.

Os santos todos se dedicaram profundamente à celebração do período pascal, já que é o centro do Mistério da nossa Redenção. Eles se voltavam profundamente à Paixão e Morte de Jesus, pela qual fomos libertados da morte eterna, dos pecados e do cativeiro do demônio.

As reflexões dos santos sobre o período pascal giram em torno da graça de nossa salvação realizada por Jesus e da nossa correspondência a essa tão grande graça que Deus nos concedeu.

Foto: Cathopic by @sanjaytirkey

Santa Catarina de Sena dizia que: “Sendo Deus um bem infinito, a ofensa cometida contra Ele pede satisfação infinita”. Uma satisfação que só Cristo podia oferecer. “A menor culpa merece castigo eterno, porque atenta contra a bondade infinita de Deus”.

Santo Agostinho destacava o grande amor de Jesus dizendo: “Jesus, nossa vida, desceu até nós, suportou a nossa morte e a destruiu com a superabundância da sua vida”. Santo Agostinho dizia que:

“Um eterno repouso deveria ser comprado por um trabalho eterno. Trabalhai, sofrei durante o pouco tempo que viveis na Terra e adquiris um repouso sem fim. Usamos mal da imortalidade, e isso nos fez morrer. Cristo usou bem da mortalidade, e isso nos faz viver”.

Os santos nos levam a refletir sobre o grande mistério de nossa salvação

O Santo ensina que: “Adão, sendo homem, quis tornar-se Deus e perdeu-se. Cristo, sendo Deus, quis fazer-se homem para a salvação do homem. Por seu orgulho, o homem caiu tão baixo que só podia ser levantado pelo abaixar-se de Deus”.

“Da cruz e das chagas do nosso Redentor sai um grito para nos fazer entender o amor que Ele nos tem. Das chagas de Jesus Crucificado saem continuamente flechas de amor que ferem os corações mais duros”, disse Santo Afonso de Ligório.

Este Santo ainda dizia: “Nosso divino Redentor quis ser representado e exposto sobre os altares, não sob o aspecto glorioso, mas crucificado, para termos sempre diante de nós seus desprezos”. E diz: “Seria mais fácil que a Terra se mantivesse sem o Sol do que sem a Missa”.

Deus disse a Santa Catarina de Sena, nos Diálogos: “Tão grande é a liberdade humana, de tal modo ficou fortalecida pelo precioso sangue de Cristo, que demônio ou criatura alguma pode obrigar alguém à menor culpa contra o seu parecer. Acabou-se a escravidão: o homem ficou livre”. “A liberdade para a qual Cristo nos libertou” (Gal 5,1).

Para viver bem o período pascal, desfrutando das graças da Páscoa, os santos nos exortam a viver segundo a Lei de Cristo ensinada pela Igreja. Eles destacam que Jesus dignou-se partilhar nossa mortalidade para que nós pudéssemos participar de sua divindade. Participando da morte, nos fez a todos participantes de Sua vida.

Outra verdade que eles destacam, sobretudo neste tempo, é que Deus precisou de apenas uma palavra para criar-nos, mas deu Seu Sangue para redimir-nos. Então, quando nos sentimos frustrados por causa de nossas misérias, devemos recordar quanto custamos para Deus.

Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas esta imagem foi manchada e embaçada pelo pecado, mas Cristo, com sua vinda, tornou a esculpir Sua imagem nela. E, desde então, o homem redimido traz Sua imagem, Seu nome e Sua graça.

Então, como consequência de tudo isso, nós devemos praticar as boas obras, não pela quantidade, mas pela qualidade delas. Não por si mesmas, mas por suas motivações. São Paulo nos exorta a fazer tudo para Deus: “Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Col 3,17).

“Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor” (Col 3,23). Pela graça do Batismo, que aplica a nós a Redenção, nossa alma fica unida e amalgamada no sangue de Cristo.

 O período pascal deve nos lembrar que “Tudo o que podemos fazer é nada em comparação a uma gota de sangue de Jesus derramada por nós. Quando penso nos sofrimentos que o Senhor suportou sendo inteiramente inocente, não sei de onde vem à cabeça lamentar-me dos meus sofrimentos” (Santa Teresa).

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