A Igreja, depois de ter celebrado, ao longo do Ano Litúrgico, os mistérios da vida de Cristo, pelas quais se realiza o mistério da salvação no último domingo do Ano Litúrgico, celebra o triunfo final de Cristo, quando vier como Rei glorioso para recolher os frutos da Redenção.
A Solenidade de Cristo Rei do Universo foi instituída por Pio XI, em 1925, no último domingo do Ano Litúrgico, para nos lembrar que não importa o que os poderes da Terra nos pedem para fazer, Cristo é o verdadeiro Rei que deve reinar em nossos corações.
A Solenidade foi uma resposta ao crescimento da secularização, do ateísmo e do comunismo que crescia e se espalhava na Rússia e outras nações. O Papa Pio XI escreveu sobre esta solenidade:
“Se todo o poder foi dado ao Senhor Jesus, no céu e na terra, se os homens, resgatados pelo seu sangue preciosíssimo, se tornam, com novo título, súditos de seu império, se, finalmente, este poder abraça a natureza humana em seu conjunto, é claro que nenhuma de nossas faculdades se pode subtrair a essa realeza. É mister, pois, que reine em nossas inteligências: com plena submissão, com adesão firme e constante, devemos crer as verdades reveladas e os ensinos de Cristo. É mister que reine em nossas vontades: devemos observar as leis e os mandamentos de Deus. É mister que reine em nossos corações: devemos mortificar nossos afetos naturais, e amar a Deus sobre todas as coisas”. (Quas Primas, 34).
Na Polônia, existe a maior estátua de Cristo Rei do Universo no mundo, com 33 metros de altura (um metro para cada ano da vida de Jesus).
Hoje, mais ainda, é preciso celebrar com fé e júbilo esta festa, pois os poderes anticristo crescem cada vem mais.
São Lucas narra que, na crucificação de Jesus, os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus na Cruz:
“Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus!”
Também o insultavam os soldados que, aproximando-se dele e oferecendo-lhe vinagre, diziam: “Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!” Estava também por cima de sua cabeça uma inscrição: “Este é o Rei dos judeus”. E também um dos ladrões crucificados ao lado dele dizia: “Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós”. Mas o bom ladrão dizia: “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!”. Jesus disse-lhe: “Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,35-43).
Jesus aceitou toda esta humilhação para destruir o pecado de Adão e Eva e nos salvar. Mas a segunda leitura da Missa do dia de Cristo Rei apresenta Jesus Cristo como “a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação (…), porque foi do agrado do Pai que residisse n’Ele toda a plenitude” (Col 1,15;19). Aqui, sobressai o Seu poder soberano sobre o pecado, a morte e o inferno.
“Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos ressuscitarão” (1 Cor 15,22).
No fim dos tempos, quando os mortos ressuscitarem, Cristo poderá entregar ao Pai o Reino por Ele conquistado. Assim, toda a criação que o Pai submeteu ao Filho, para que a libertasse do poder do pecado e da morte, será submetida e devolvida ao Pai, e assim, “Deus será tudo em todos” (1Cor 15,28).
O reinado de Cristo na Terra é diferente do Seu reinado no Céu, seu reino é de glória: “Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra” (Mt 28,18).
Jesus sempre se esquivou de se apresentar como Rei diante do povo, mas quando Pilatos lhe perguntou: “Tu és Rei?”, Jesus respondeu: “É como tu dizes, Eu sou Rei”, mas “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36).
Jesus só vai nos mostrar todo o Seu poder e glória por ocasião do Juízo Final, quando vier com Seus anjos para julgar a todos.
Jesus já reina neste mundo, mas não pelas armas e pelo dinheiro como os reis terrenos. Jesus é Rei reinando em nossos corações. Ele é o unigênito Filho de Deus e foi constituído herdeiro universal, recebendo o poder sobre toda a criação. Ele veio ao mundo para estabelecer o Reino do Pai, não com a força de um conquistador, mas com a bondade e mansidão do bom Pastor que defende e dá a vida às ovelhas.
O livro do Apocalipse mostra a realeza de Cristo: “Eu Sou o alfa e o ômega, Aquele que era e que há de vir, o Senhor do Universo” (Ap 1,8).
Como Rei e Senhor, Jesus não escolheu outro caminho para nos libertar dos pecados, senão lavar-nos com Seu próprio Sangue. Assim, ele fez de nós “um Reino de sacerdotes para o Seu Deus e seu Pai”.
Diante de Cristo, Rei do Universo, que nos criou e resgatou por amor, com o preço de Sua vida, precisamos dar a nossa resposta de amor, oferecendo-lhe o nosso coração para que Ele nele viva e comande a nossa vida. Jesus disse a Seus Apóstolos na Santa Ceia: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15). Amar este nosso único Rei é fazer a Sua vontade, viver segundo Seus mandamentos e trabalhar pela implantação do Seu Reino entre nós.