Especial Tudo Deixei por Ti

Valdeir Bento | O carisma Canção Nova

 

Especial Tudo Deixei por Ti 
Ordenação 2024

Parte 2

O Especial Ordenação 2024 tem como objetivo contar a história dos quatros missionários e futuros sacerdotes da Comunidade Canção Nova

No episódios três, você acompanha como Valdeir conheceu o Carisma Canção Nova, a providência que o aproximou da Frente de Missão de São Paulo e seu caminho vocacional. Em seguida, no episódio 4, veja como finalmente a vocação ao sacerdócio veio à tona já dentro da comunidade. 

03 – CANÇÃO NOVA

04 – SACERDOTE

No próximo dia 8 de dezembro, José Márcio Junior, Valdeir Bento, José Dimas da Silva e Rafael Vitto serão ordenados diáconos provisórios e, futuramente, ordenados sacerdotes. Neste mês de novembro, vamos conhecer a trajetória e história que levou a vida desses jovens a uma escolha definitiva e entrega total a Cristo por meio do Sacramento do Sacerdócio. 

:: Vocacional Canção Nova

03 – Canção Nova | Leia a transcrição do vídeo:

Depois dessa experiência com Deus no Congresso PHN, fui crescendo mais na minha caminhada. Comecei a conduzir o Grupo de Oração, coordenar a oração do grupo, participar da intercessão. Todos os movimentos de que eu pudesse participar estava participando, e até comecei a pregar no Grupo de Oração, Grupo de jovens e tantas outras realidades. E ainda assim eu não tinha coragem de poder corresponder a esse chamado sacerdotal.

Não tinha essa coragem porque também tinha um desejo muito grande de viver o matrimônio e também de viver essa vida consagrada, de entregar-me totalmente para Deus. Conhecendo mais a Canção Nova, eu vi que tinha essa possibilidade de ser todo de Deus e também ser casado, constituir família. Então, pensei em unir o útil ao agradável. Eu tenho o desejo de ser todo de Deus e tenho o desejo de ser pai, de ser esposo, viver essa realidade matrimonial. Então é a Canção Nova.

Conheci a Comunidade. Procurei organizar uma caravana, levei o pessoal de Diadema até a Canção Nova, em Cachoeira Paulista, para viver essa realidade. Então, vim para o acampamento de carnaval, no dia 1º de março de 2003, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista. Era o Padre Léo que estava conduzindo aquele acampamento. “Não vos conformeis com este mundo”,  lembro até hoje, muito vivo dentro de mim, essa experiência.

Ao conhecer a Canção Nova em Cachoeira Paulista, veio o desejo de realmente me entregar a Deus neste carisma. Conhecendo mais aquilo que eu estava vendo pela TV Canção Nova, e chegando em Cachoeira Paulista, eu disse: É aqui o meu lugar. Quero ficar aqui. Quero entregar a minha vida para Deus.

Procurei um atendimento. Na época, foi um atendimento de confissão e, depois, de orientação. O padre me falou para procurar o Vocacional, pois iriam me orientar a fazer o caminho e me aproximar da missão de São Paulo. “Você mora em Diadema. Está perto da missão”.

Eu nem sabia que tinha missão Canção Nova em São Paulo. Voltando para Diadema – na época não era fácil, como é hoje com a internet para saber os endereços. E fui deixando e me entregando para Deus, rezando, pedindo à Providência que, se fosse da vontade d’Ele, que Ele me encaminhasse para o que fosse necessário. Comecei a trabalhar no Paraíso, mesmo bairro que estava a Canção Nova naquela época.

Sem saber, ainda andando no metrô de São Paulo e já rezando o terço, rezando o Rosário, por onde eu andava até o caminho do trabalho, já fazia o estudo da Palavra. Aquilo que eu ia bebendo da TV Canção Nova, ainda que nem soubesse como era o caminho vocacional, eu já ia encarnando, trazendo para minha vida. Um dia, andando no metrô, apresentando a Deus minha vocação, alguém sentou-se na minha frente; era o Cleto da Canção Nova, que, na época, teve um programa que era ‘Evangelizando com Davi’.

Eu reconheci aquele rosto… Ele é da Canção Nova! Eu fiquei olhando para ele e falei: “Você é da Canção Nova, não é?” “Sim! Você me conhece?” Eu falei que conhecia. Então, ele me convidou para visitá-lo na missão de São Paulo e me deu o endereço, que era na Rua 13 de maio, 1540. Decorei tudo ali,  na minha cabeça. Não deu para anotar em nenhum lugar, mas pensei: 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima, 1540. Isso despertou todo o desejo de me entregar a Deus, de conhecer, de fazer o vocacional.

Fui me aproximando da missão de São Paulo e comecei fazer o caminho vocacional em 2004. Um ano e meio de discernimento vocacional para entrar para o núcleo da comunidade. Entrei no dia 6 de agosto de 2005. Já tenho 19 anos na comunidade, entregando a minha vida para Deus.

04 – Sacerdote | Leia a transcrição do vídeo:

E aí você pergunta: E a vocação sacerdotal, onde ficou? Para onde foi o chamado? Eu costumo dizer que o chamado permaneceu dentro de mim, e cada vez que eu participava de uma ordenação, cada vez que eu vivia uma outra realidade, voltava em mim este desejo de ser padre.

Ao mesmo tempo, eu também tinha o desejo de me casar. Até namorava na época, e fui vivendo esse discernimento, me permitindo viver e também me entregando na missão. Claro, a gente vai vivendo na missão, muita coisa vai acontecendo, o tempo vai passando, a gente vai se entregando. Graças a Deus no apostolado, em tantas realidades. Posso dizer que vivi muito bem esse tempo de missionário em outras frentes de missão da Canção Nova.

No final do ano de 2015, eu estava num retiro de seis dias de cura interior lá em Anápolis, Goiás. Era o Retiro da Comunidade Nova Aliança, que se chama Intimidade. Nesse retiro, somos muito revirados no que diz respeito a nossa história. Ali, não se falou nada quanto a minha vocação, o meu estado de vida. Você é isso, você é aquilo. Só que, naquele momento em que eu fui colocado diante da minha história, eu fui despido diante de tantas coisas, diante de tantas seguranças humanas. E estando sem nada diante de mim mesmo e diante de Deus, eu percebi. Por que não me abrir ao discernimento vocacional no que diz respeito ao sacerdócio?

Ali, em 2015, eu comecei a me abrir. Voltei do Intimidade. Terminamos o namoro. Foi difícil poder chegar até esse discernimento. Mas ali, em 2015, eu comecei a me abrir a essa realidade. Só que aí eu pensei: “Nossa, mas eu já tenho tanto tempo na comunidade! São 10 anos, e vou ser ordenado diácono com 40 anos; 41 anos, padre. Como vai ser tudo isso? Eu acho que eu já estou velho demais para isso. Não, não vai. Não vai rolar… E deixei. 

Fui me abrindo, fui rezando. Então, compartilhei com os formadores e, nesse meio tempo, fui numa missão para o Nordeste, em Alagoas. Chegando lá, tinha um padre de 60 anos, e a gente saiu para comer. Ele começou a contar, e eu perguntei da história vocacional dele. E perguntei quantos anos de padre que ele tinha. E nisso eu, no meu coração, falava assim: se eu entrar agora, eu vou ser velho para ser padre, não? Claro que, hoje, eu me sinto muito jovem, mas, na época, eu falava que não. Vou ser velho para ser padre com 40 anos. Não!

E aquele padre disse assim: Quantos anos você imagina que eu tenho de padre? Bem, refletindo, deve ter mais de 30 anos, porque ele tem 60 anos. E ele me respondeu assim: “Eu tenho quatro anos de padre”. Naquele momento, foi Deus falando para mim que eu não estava velho, ou não tinha idade, mas tinha o meu tempo, e a resposta que eu desse para Deus, a resposta que eu desse seria o tempo para corresponder à vontade d’Ele. Até porque para Deus não há tempo. 

É agora. Não é ontem nem amanhã, mas é agora que eu estou vivendo. E ali eu precisava também me decidir a dar a minha resposta, e fui vivendo tantas outras realidades, tantas outras confirmações que indicavam que eu deveria dar essa resposta. Na minha liberdade, Deus foi respeitando a minha liberdade.

Eu poderia também ter me casado. Mais dentro dessa realidade Deus me chamava numa vocação extraordinária. Então você quer viver? E ali Ele foi me mostrando, Fui me abrindo a beleza do sacerdócio, do ministério, do sacramento, dos sacramentos, em administrar os sacramentos, confissão, viver a Eucaristia. Tudo isso foi me encantando e eu fui me abrindo.

E foi muito difícil também conciliar isso dentro de mim com a comunidade, porque eu já estava um tempo. Queira quer não, a gente cria esteriótipos, né? Então você pensa assim nossa, mas como que eu vou viver isso dentro da comunidade. Só que aí também eu lembrei de uma de Santa, Terezinha. Uma frase forte de Santa Teresinha
que eu ouvi lá no retiro, “eu sou aquilo que Deus pensa de mim.”

Então assim não é aquilo que os outros falam, que os outros vão pensar, que vão dizer, mas quem eu sou diante de Deus? Então foi isso também que me ajudou muito a dar a resposta. Eu sou aquilo que Deus pensa de mim. Então quem é o Valdir no coração de Deus? Quem sou, como estou? E ali fui dando a resposta.

Nesta época eu morava em Brasília, depois fui transferido para Gravatá. Em Gravatá fiquei só um ano e de Gravatá de 2017 para 2018, vivi todo esse discernimento. E o curioso é que no dia do Seminarista eu recebi a resposta para poder vir para o seminário, para poder começar a viver esse tempo de discernimento vocacional já também no Seminário. Então 2018, em janeiro e janeiro de 2018 eu entrei para o Seminário, vivi a Filosofia, Teologia e hoje, terminando a Teologia.

Comunicação Santuário do Pai das Misericórdias

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