A Igreja no Brasil vive, desde o dia 20 de novembro de 2022, o terceiro ano vocacional com o tema “Vocação: Graça e Missão; e o lema é “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). Essa iniciativa tem como principal objetivo refletir sobre a grande graça que é a descoberta e a vivência de cada vocação.
Primeiramente, precisamos compreender que todos nós somos vocacionados, ou seja, somos chamados por Deus, para uma missão sublime, que está para além do exercício de uma profissão, pois, independente da nossa profissão (médico, professor, jogador de futebol etc.), todos nós batizados somos chamados a ser, neste mundo, discípulos de Jesus com a missão de santificar todas as realidades.
Mas daí você poderia se perguntar: “Mas eu, discípulo de Jesus com a missão de me santificar e santificar os outros?”. E eu lhe respondo: “Sim, VOCÊ! Você, com todas as suas habilidades profissionais, é um vocacionado à santidade”.
Para melhor compreendermos esse chamado à santidade que passa pela laboriosidade da vida, é importante ter presente que a sua profissão só terá um real sentido de ser se, a partir dela, você colaborar com a obra da criação de Deus Pai.
A carta Encíclica Laborem Exercens do Sumo Pontífice João Paulo II nos afirma que, mediante o trabalho, o homem contribui, de maneira especial, com o progresso de toda obra da criação. Toda a dignidade e santidade do trabalho reside na imitação de Deus do qual o homem possui singular semelhança: “O homem deve imitar Deus quando trabalha, assim como quando repousa, dado que o mesmo Deus quis apresentar-lhe a própria obra criadora sob a forma do trabalho e sob a forma do repouso”[1]. Essa consciência da nossa participação na obra da criação de Deus é o fundamento para realizar todo e qualquer trabalho com maior profundidade. É essa profundidade que nos faz sair das humanas atribuições e capacidades, para atividades de um verdadeiro apostolado, que conduzirá a santificação própria e a santificação dos irmãos.
O Senhor veio até nós por meio de sua encarnação para santificar todas as realidades humanas, e, de modo especial, santificou o trabalho humano. Portanto, toda vocação, ou seja, toda profissão é um chamado de Deus para a santificação.
Viver esse ano vocacional em que a Igreja nos convida a refletir sobre todas as vocações é descobrir, na nossa profissão, seja ela qual for, a graça de um forte apostolado e uma grandiosa missão de santificar o mundo e assim contribuir para o desenvolvimento do reino de Deus que já está no meio de nós.
[1] Carta Encíclica Laborem Exercens do Sumo Pontífice João Paulo II
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