De que as pessoas mais precisam?

Partilha da Palavra: Mt 15,1-2.10-14

No Evangelho, alguns fariseus e doutores da Lei acusavam Jesus e os discípulos de transgredirem a Lei por não lavar as mãos. Mas Jesus respondeu que, na verdade, eles transgrediam a Lei por causa da tradição. Ora, o que Jesus queria dizer? Como assim por causa da tradição?

Os mestres da Lei e fariseus transgrediam a Lei por causa da tradição devido ao legalismo, a tradição é boa, mas o legalismo, ficar preso à “letra” atrapalha a caridade e a convivência. Foi isso o que aconteceu, os legalistas observavam o secundário, o “terciário, ao invés de observar o mais importante “amar a Deus”.

Depois, Jesus, para esclarecer ainda mais, dizia “não é o que entra no homem que o torna impuro, mas o que sai dele”. Com isso o Senhor ensinava que é no interior do homem que há pureza ou impureza. “Não é o que entra, mas o que sai”. E o que sai de nosso interior?

Façamos uma avaliação do nosso comportamento: como tratamos as pessoas? O que falamos: bem ou mal? Instigamos mentiras? Matamos as pessoas com nossas palavras? Falamos ou pensamos “palavrões”? O que sai de nossa boca? Ensinamos o caminho do céu ou do inferno para as pessoas? Quais são nossas reais intenções com Deus e com as pessoas? Se de nossa boca e pensamento saem desejos maus, corruptos, obscenos, ódios, então, podemos até comer algo bom, mas estamos impuros.

:: Cores litúrgicas. Qual sua importância?

Hoje, comemoramos alguém que buscou a pureza de coração, buscou a santidade, São João Maria Vianney. Nasceu em Lião na França em 1786, teve muitas dificuldades no estudo, mas foi provado e aprovado para o sacerdócio. João Maria foi enviado para uma cidadezinha chamada Ars, um lugar sem muita importância, a maioria das pessoas estava afastada de Deus.

O padre viveu ali seu ministério com empenho, mostrava as pessoas o caminho do Céu, era penitente, orante, caridoso e apaixonado por Jesus. O havia de especial neste pároco de Ars? Nada e tudo. Nada, porque era simples, simples na capacidade intelectual, nem sua aparência física era atraente. Mas tudo era especial nele porque vivia sua vocação com fervor, passava horas em oração, passava horas no atendimento do povo, vivia santamente as coisas simples da vida.

Assim viveu São João Maria Vianney, viveu como um bom cristão, viveu como padre e transformou aquele cidade. Muitas conversões e muitos peregrinos iam a Ars para se confessarem com aquele homem santo. Diz a história que o atendimento dele durava cinco minutos e filas e mais filas se faziam para ouvi-lo por um instante, na verdade, filas e filas se faziam para receber Deus através daquele sacerdote. Do interior de João Maria emanavam graças divinas, sua vida transbordava aquilo que as pessoas mais precisavam: de Jesus Cristo.

Que Cura d’Ars nos inspire a buscar os verdadeiros valores, que em nossa vida como sacerdote, religioso, religiosa, leigo, leiga, enfim, cristão, seja uma vida que irradie Cristo. Não nos preocupemos tanto com o exterior, mas vigiemos com o que sai do nosso interior. Por fim, aprendamos com São Maria Vianney que a nossa vocação é dar Deus para as pessoas.

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias