Uma vida no Espírito de Deus
Partilha da Palavra: At 4,32-37; Sl 92; Jo 3,7b-15
Na leitura dos Atos dos Apóstolos temos a comunidade cristã primitiva que continua a dar um bom testemunho frente ao compromisso que assumiram “viver os mandamentos de Jesus”. As pessoas que se convertiam ao Senhor partilhavam seus bens, ou seja, os bens eram colocados em comum. Os apóstolos davam testemunho da Ressurreição de Jesus e as pessoas se sentiam atraídas para doar até mesmo seus bens materiais.
Diz o testemunho dos Apóstolos que ninguém passava necessidade entre eles e, ainda, dos convertidos se destacou Barnabé, filho da consolação. Não é em vão que alguns pregadores dizem que para saber se uma pessoa realmente se converteu é preciso verificar se ela é apegada ao dinheiro ou aos bens materiais. Se ainda é apegada, não houve uma conversão verdadeira. Lógico que podemos ter bens materiais, mas não podemos ser apegados a eles; o bem material não pode ser o tudo na vida da pessoa, pois o Tudo deve ser Deus.
Vamos nos avaliar até que ponto somos “convertidos”, alguns irão dizer “mas a conversão se dá na vida toda”, e é verdade, porém, há passos básicos de conversão e um deles é o desapego dos bens materiais.
Por falar em apego aos bens materiais e até prisão às coisas da carne no Evangelho, continuação de ontem, o diálogo de Jesus e Nicodemos continua. E o Senhor está falando a respeito das coisas do Alto, da visão espiritual, mas Nicodemos insistia em entender com a razão, com a visão carnal. Por isso, Jesus continuou, além de nascer para as coisas do Espírito pelo Espírito era necessário ser conduzido.
Vontade do Pai
Nicodemos ainda era conduzido pelo espírito da Lei, mas infelizmente pelo lado negativo da Lei, o lado opressor e material da Lei. Vamos nos lembrar de quantas vezes o Senhor enfrentou os fariseus e mestres da Lei que discutiam sobre o sábado, o trabalho, o dízimo; pois estavam presos à realidade visível da Lei e não iam no sobrenatural da Lei onde eles deveriam enxergar a pessoa e a vontade do Pai.
Por fim, Jesus falou mais uma vez sobre o Alto, pois Ele seria suspenso no alto e, como a serpente no tempo de Moisés, iria atrair todos para si e quem acreditasse nele obteria a vida eterna. Assim é: do Alto que veio e vem a nossa salvação, é de Cristo; e é o Cristo a salvação. Portanto, vamos nos esforçar por viver uma vida aqui na terra tendo em vista a eternidade, desapegando das coisas da terra e buscando levar uma vida no Espírito de Deus.
Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!
Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias